Festival de Música Paraense inicia 10º edição

A edição do Festival de Música Popular Paraense teve início às 20h desta quinta-feira (28). Às 22h, os interpretes pisaram no palco da Assembleia Paraense.

Foram mais de cinco mil convites distribuídos, que estão esgotados.

O evento é transmitido ao vivo pela RBA TV para todo o Estado e na internet, por meio do portal de notícias DOL – Diário Online.

CONHEÇA AS 12 CANÇÕES FINALISTAS:

1 - SÓ DEUS

Intérprete: Lucinnha Bastos
Compositor: Rodrigo Meireles

“A gente que compõe vê as coisas um pouco diferentes do que as outras pessoas. A gente retrata as coisas que a gente presencia e vive. Essa música retrata a realidade de hoje no nosso estado e no nosso país. Essa violência, a corrupção, a política. É um grito de esperança de dias melhores. Acredito que nós precisamos de disso. A Lucinnha Bastos há 31 anos não participava de festival. Ela é uma das artistas mais generosas que eu já conheci, é a cara do Pará, a voz do Pará. Então, quando eu tive oportunidade de falar com ela, com medo, sem a pretensão, por que achei que ela não ia levar a sério, a convidei pra cantar e ela disse ‘pra mim será um prazer’. A Lucinnha tem sido um presente de Deus na minha vida. É uma das coisas pelo que estou mais feliz.”

2 - VIDA

Intérprete: Markinho Duran
Compositores: José Coelho e José Maneschy

“Falar da interpretação da música ‘Vida’ é um mistério. Cada ser humano tem sua própria conclusão do que é a vida, cada um tem sua verdade, eu não me atrevo a dizer o que é a vida, quem sou eu para dizer. (a música) fala da busca constante que ser tem pela eternidade, na preocupação se vão para o inferno, purgatório. Na minha interpretação, você colhe o que planta. Mas quem sou eu pra dizer?”

3 - POROROCANDO

Compositor e Intérprete: Alfredo Reis

“É sempre um prazer participar desse magnífico festival da MPB produzida na Amazônia. ‘Pororocando’, o ato da pororoca, é como se fosse uma serpente cristalina, imensa, arrastando, trazendo vida. Tem um trabalho em cima dos verbos, atentem bem para esse detalhe, que são coisas raras na poesia hoje em dia”.

4 - RAIZ DO MANGUEZAL

Intérprete: Joelma Kláudia
Compositores: Eduardo Monteiro e Valério Gomes

“‘Raiz do Manguezal’ é uma excursão pelo nordeste paraense, uma viagem pela região do Salgado”

Joelma Kláudia

“A música surge a partir das memórias. É a nossa vivência, enquanto filhos da região, valorizando a identidade e a cultura, e a paisagem local através da poesia.

Valério Gomes

“ A poesia traz a música e a música traz a poesia e também traz toda essa beleza do nosso litoral, das praias do nordeste paraense, e também as pessoas que tiram do mangue seu sustento”

Eduardo Monteiro

5 - ESTADO GRAVE

Intérprete: Renato Torres
Compositor: Diego Xavier

"A minha canção é um retrato da pura realidade da nossa sociedade, é a tradução do momento de medo, pavor, desesperança e preocupação do povo (a falta de segurança). A música vem nos despertar, é uma espécie de grito de socorro da sociedade pelo seu direito de ir e vir, de sair ao trabalho e voltar para casa com segurança, frente ao ‘Estado Grave’ em que vivemos, não somente aqui em Belém e na maioria dos municípios do Pará, mas no Brasil. Mais que uma canção, ela é um belo convite à reflexão. Não podemos viver de medo, e não devemos achar que a violência é algo natural. E para melhor imprimir aquilo que a música quer passar, além da banda base, estarão comigo no palco os violinistas da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, Jefferson Alves e Felipe Bruno. E na interpretação, o poeta das canções Renato Torres. Eu assino também o arranjo, que traz algumas surpresas ao palco do festival”.

6 - RITOS E MITOS

Intérprete: Andrea Pinheiro
Compositor: Almino Henrique

“Ela foi composta para lembrar um pouco o carnaval dos anos 1970, onde os blocos faziam muito sucesso. Isso me marcou muito porque eu morava em São Brás, de onde saiam muitos blocos, inclusive o ‘Ritos e Mitos’, em frente do Augusto Meira, onde a molecada ficava esperando. Já mais crescidos a gente acompanhava o ‘Ritos e Mitos’ pela avenida Independência, atual Magalhães Barata. É uma crônica sobre esse tempo de carnaval. Convidei para interpretá-la Andréa Pinheiro, que é uma das melhores cantoras do Brasil e fiquei muito grato por ela ter aceitado. Acho que vai fazer um trabalho muito bacana, as pessoas vão gostar muito.”

7 - VOZ DA AUSÊNCIA

Intérprete: Patrícia Rabelo
Compositores: Patrícia Rabelo e Leandro Dias

“É uma música que fala da saudade dilacerante. Eu estava participando de um festival em Itaquatiara, era a primeira vez que eu estava distante da minha filha. Bateu a saudade e então comecei a cantarolar a melodia da música. O Leandro Dias (letrista e melodista) disse que poderia ser harmonizada e o Marcelo Siroteau fez o arranjo.”

8 - LENDAS PELO CHÃO

Intérprete: Renata Del Pinho
Compositores: Jacinto Kahwage e Max Reis

“A música em si é um choro com características modernas e tradicionais. E também o Max Reis fez a letra, em homenagem a uma pessoa em comum a nós dois que partiu esse ano para outra dimensão, como diz a letra. Aproveitei que estava concluindo o mestrado, que também era sobre choro, onde minha pesquisa era sobre o maravilhoso Projeto Choro do Pará, que existe há 12 anos, e resolvi fazer uma composição em homenagem a isso tudo também”.

9 - CABOCLO MARAJOARA

Intérprete: Banda Os Panteras
Compositores: Cláudio Lemos e Everaldo Moura

“Eu viajava muito com a banda Os Panteras. Em Curralinho, conheci um cara que me inspirou a música. Ele saía de madrugada para conseguir alimentos. Entrava na mata, trazia macaco, veado, vivia sem renda, só da natureza. Caboclo guerreiro, que conhece seu valor, que sobrevive. Personagem real da vida. O caboclo é altamente real. Eu vi a lida deles para sobreviver. Pegar peixe, alimento na mata. A música é minha e a letra do Everaldo Moura, cantor da banda. É um carimbó.”

10 - 400 RAZÕES

Intérprete: Daniel Cardoso
Compositor: Plínio do Cavaco

“É uma música que fala de Belém ao longo de quarto séculos, por isso a analogia a 400 razões. A interpretação de Daniel Cardoso é uma interpretação positiva ou crítica da cidade? Positiva. Sobre paixões, costumes, tentei falar de um modo geral”.

11 - TAMBOR (Vô DE MÃE)

Intérprete: Mariza Black
Compositores: Marlon D’Oliveira e Toninho Nascimento

“Minha música é uma parceria com Toninho Nascimento, autor, entre outras músicas, de ‘Conto de Areia’, imortalizada pela Clara Nunes. Toninho é paraense, mas pouca gente sabe disso. É uma música autobiográfica. Fala da principal referência musical do Toninho, seu avô, que veio das Antilhas e foi residir em Mosqueiro. O avô foi fundamental para o processo de formação musical de Toninho, que mais tarde se tornaria compositor de Clara, da Portela e, muito reconhecido no meio do samba. Foi uma honra e uma responsabilidade para mim fazer a melodia, por tudo isso. É um samba diferente. O próprio Toninho chama de ‘samba amazônico de raiz’ porque tem essa coisa do sotaque amazônico, com mesclas de carimbó, lambada e até guitarrada na harmonia. O tempero ficou por conta da interpretação de Mariza Black. Ela é a explosão que a música pedia”.

12 - É SHOW

Intérprete: Luis Girard
Compositores: Allan Carvalho e Luis Girard

"A nossa ambiência, a cidade, o Pará, a Amazônia, é muito essa coisa do brega. Gosto de compor tudo o que vem à cabeça. Tem uma cantora paraense que falava ‘É Show’, daí surgiu o nome da música. O brega sempre fala de amor, então, inventei uma trama como se fosse um bregueiro de aparelhagem, que diz à sua musa para fazer um show para ele. A música fala dessa coisa do romance. A composição foi feita junto com o Girard. Ele é um dos meus parceiros de música. E o Girard é um dos mais explosivos cantores no palco, performático”.

(DOL)