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MÚSICA

Jukebox Sentimental: livro detalha disco Revolver, dos Beatles

Daqui a duzentos anos, quando nossos fósseis estiverem reduzidos a pó há eras e a humanidade perdida num nível tão avançado de evolução que a música parecerá um cacareco de sinfonia distorcida futurística sem graça, você ainda vai ler alguma novidade s

Daqui a duzentos anos, quando nossos fósseis estiverem reduzidos a pó há eras e a humanidade perdida num nível tão avançado de evolução que a música parecerá um cacareco de sinfonia distorcida futurística sem graça, você ainda vai ler alguma novidade sobre os Beatles. É a banda mais importante de todos os tempos e a fonte sobre os quatro meninos de Liverpool é inesgotável. Prova disso é o maravilhoso livro Beatles 1966 – O Ano Revolucionário.

O autor, Steve Turner, é um expert quando o assunto é o Fab Four. Já escreveu, por exemplo, o formidável The Beatles – A História Por Trás de Todas As Canções, no qual vasculha com a perspicácia de um Sherlock Holmes como surgiu cada uma das músicas da banda. Em Beatles 1966, de 2016, perfaz, mês a mês, a trajetória do grupo, mostrando como aquele ano foi revolucionário para o grupo do ponto de vista cultural, criativo e comportamental.

O ponto de partida é dezembro de 1965. Naquele ano, John, Paul, George e Ringo ainda se esbaldavam com a repercussão causada com o lançamento de Rubber Soul. O disco de ruptura na carreira da banda, quando eles deixam de ser convencionais e ingênuos, ajudou a banda trilhar o caminho que os levariam à realização do álbum Revolver (1966), trabalho de transição para a segunda fase da banda, que neste domingo (5/8), veja só, completou 52 anos de existência.

“Depois de 1966, (os Beatles) tornaram-se músicos de estúdio sérios que não faziam mais turnês, usavam roupas escolhidas individualmente em butiques decoladas do bairro de Chelsea, compunham músicas que exploravam sua psique e a natureza da sociedade, além de com frequência serem considerados uma ameaça à ordem estabelecida por governos ao redor do mundo”, observa Turner, com propriedade, na apresentação deste livraço.

Paul McCartney na Casa Branca, em 2010, tocando Got To Get Into My Life, primeira música escrita para o álbum Revolver:

Pilares da cultura pop
Para escrever o livro, Turner focou o grosso de sua pesquisa nos comentários feitos pelos Beatles em 1966, usando como fonte publicações que remetiam àquele ano. As entrevistas realizadas posteriormente foram determinantes para sanar dúvidas e obter esclarecimentos. Experiente jornalista musical, o autor ainda tirou da cartola conversas realizadas ao longo da carreira com astros como Lennon, McCartney e o produtor George Martin, entre outros.

O resultado é um documento precioso que ajuda a entender como as influências artísticas de vários segmentos, experiências sensoriais ousadas – entre elas, o uso de drogas como o LSD –, acontecimentos político-sociais, comportamentais e a irreverência da época ajudaram cada um dos Beatles a construir canções antológicas e uma nova forma de pensar e sentir o mundo. Era o momento de maturidade que os levariam ao outro nível como astros e pilares da cultura pop.

“Como, num período tão curto, os Beatles foram do pop feito para as paradas de sucesso rock progressivo, da bajulação nas escolas de ensino médio ao respeito em campi universitários? E quais foram as forças criativas e sociais que se combinaram para transformá-los de meros animadores em artistas?”, questiona o autor, colocando caraminholas na cabeça do leitor.

A gênese do surgimento do disco Revolver, com os detalhes mais incríveis sobre o processo de criação de cada faixa, está no centro da atenção deste livro, claro. Mas Beatles 1966 vai além. É só aproximar a lupa e deixar a sensibilidade correr. É mágico conferir, por exemplo, a trilha sonora que fazia a cabeça do quarteto nesse ano mágico, como Otis Redding, Bob Dylan, The Lovin’ Spoonful, Four Tops, Ray Charles, Stevie Wonder, entre outras.

E imaginar que 1967 seria um ano ainda mais impactante na trajetória da banda, com Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e muito mais…

Noel Gallagher e Johnny Marr fazem cover de Tomorrow Never Knows, talvez a música mais revolucionária dos Beatles:

Os Beatles em 1966, mês a mês, por Steve Turner:

Janeiro – George Harrison casa com Pattie Boyd e Paul McCartney compõe a primeira música do álbum Revolver, a estridente, Got To Get You Into My Lif”, escrita, dizem as más línguas, sob influência da Motown e… maconha!

Fevereiro – Paul tem um encontro impactante com o filósofo inglês Bertrand Russell, que o faz rever conceitos sobre a Guerra do Vietnã. Enquanto isso, em Liverpool, o Cavern Club, “berço de nascimento dos Beatles”, melancolicamente, fecha as portas.

Março – O fotógrafo australiano Robert Whitaker faz os famosos registros da banda com trajes de açougueiros para a capa da coletânea Yesterday and Today, lançada apenas na América do Norte. Num programa de TV, Paul revela que a fama dos Beatles se deve ao “britanismo”.

Abril ­– A banda faz os primeiros registros daquela que talvez seja a mais revolucionária das canções dos Beatles: Tomorrow Never Knows. Com título inspirado numa frase de Ringo Starr, a faixa simbolizou o tom audacioso de Revolver, abrindo as portas para uma nova fase.

Maio ­– Os Beatles gravam Yellow Submarine, cantada por Ringo e inspirada, segundo Paul, num doce grego chamado spoon sweet. Paul mostra Tomorrow Never Knows para Bob Dylan, que debocha: “Ah, entendi. Vocês não querem mais ser fofos”.

Junho – George conhece o músico indiano Ravi Shankar. O artista gráfico alemão Klaus Voormann, amigo da banda, rascunha esboços do que viria ser a capa de Revolver. Os Beatles se apresentam no Japão diante dos protestos dos mais conservadores.

Julho ­– A banda se apresenta em Manila, nas Filipinas e é hostilizada pela imprensa e população locais após desdenhar um almoço organizado pela primeira-dama, Imelda Marcos. Os Beach Boys lançam o single God Only Knows, uma das favoritas de Paul eternamente.

Agosto – Lançamento do álbum Revolver no Reino Unido e nos EUA. Os Beatles participam de coletiva de imprensa em Chicago para explicar a polêmica frase de John sobre a banda ser “mais popular que Jesus Cristo”. Último show do grupo no auge da beatlemania em San Francisco.

Setembro – A série Star Trek é lançada nos EUA, Jimi Hendrix chega a Londres, George Harrison visita pela primeira vez a Índia, enquanto John rabisca os primeiros versos de Strawberry Fields Forever na Espanha, onde filma How I Won The War.

Outubro – Ringo visita John na Espanha e os Beach Boys lança o single Good Vibrations, que encanta Lennon tanto a ponto de ele escrever uma carta à banda elogiando a faixa. Paul vai a uma apresentação de uma banda novata em Chalk Farm, Londres, chamada Pink Floyd.

Novembro – Primeira apresentação de Jimi Hendrix em Londres para seleta plateia composta, entre outros, por Brian Jones e Keith Richards, dos Stones, Donovan, Jeff Beck e Jimmy Page, além de John e Paul. Lennon conhece Yoko e os Beatles começam a gravar Sgt. Pepper’s.

Dezembro – Os Beatles gravam Strawberry Fields Forever e Penny Lane, dois símbolos de transição para a segunda fase da banda. No Vietnã, o número de soldados americanos chega a um total de 389 mil. Mais de 6 mil foram mortos em combate em 1966.

Fonte: Metropoles

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