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MÚSICA

Dona Ivone Lara venceu preconceito para virar a Rainha do Samba

Ainda integrante da banda britânica Talking Heads, nos anos 1980, David Byrne veio ao Brasil e se deparou com coletânea das divas Bethânia e Gal cantando Sonho Meu. A canção é um dos grandes sucessos da sambista Dona Ivone Lara, que morreu na noite dess

Ainda integrante da banda britânica Talking Heads, nos anos 1980, David Byrne veio ao Brasil e se deparou com coletânea das divas Bethânia e Gal cantando Sonho Meu. A canção é um dos grandes sucessos da sambista Dona Ivone Lara, que morreu na noite dessa segunda-feira (16/4), aos 97 anos.

A monarquia em pessoa, não apenas porque tinha o coração “imperiano”, Dona Ivone Lara tornou-se a Rainha do Samba e foi pioneira num gênero dominado por homens. Primeira mulher a ingressar na ala de compositores de uma escola de samba, venceu, em 1965, o Carnaval do Rio com o enredo Cinco Bailes Tradicionais na História do Rio.

Admirada por várias gerações de artistas e consagrada na voz de bambas da MPB – de Clara Nunes a Paulinho da Viola –, Dona Ivone Lara entrou para a história como nossa maior compositora de samba. Foram mais de 100 canções registradas em 15 discos, numa carreira fonográfica que começou tarde, em 1970, com Sambão 70, produzido por Sargenteli e Adelson Alves.

De enfermeira a Rainha do Samba
Registrada Yvonne Lara da Costa, em 13 de abril de 1921, no bairro do Botafogo, a artista demostrava talento nato para escrever canções. Um dom já presente aos 12 anos, quando compôs, inspirada num passarinho tiê-sangue que ganhou dos primos, o partido alto Tiê, Tiê. Cresceu participando de rodas de samba e choro em casa, ouvindo a mãe cantar e o pai tocar violão. Um tio fera mandava ver no cavaquinho.

Mesmo depois de ter aula de música erudita com as esposas dos mestres Donga e Heitor Villa-Lobos, ela decidiu estudar enfermagem. Embora tenha dedicado 37 anos da vida como servidora pública no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro, onde se especializou em terapia ocupacional, nunca se furtou das rodas de choros com medalhões do samba, a exemplo de Pixinguinha, Donga e Jacob do Bandolim.

No final dos anos 1940, vencendo a barreira do preconceito, Dona Ivone Lara passou a frequentar a quadra da escola de samba do coração, a Império Serrano. Nessa época, com o aval do primo Mestre Fuleiro, um dos fundadores da verde e branco, apresentou suas canções, então creditadas a ele.

Compositora de sucessos marcantes como Sonho Meu, Acreditar, Alguém Me Avisou, Canto da Rainha e Mas Quem Disse Que Eu Te Esqueço, Dona Ivone Lara deixou mais de 40 músicas inéditas. Quando se aposentou, em 1977, passou a se dedicar exclusivamente à música, fazendo sua primeira apresentação em Brasília em maio de 1978, dentro do Projeto Pixinguinha, o qual acontecia na “piscina coberta”, onde hoje é o Ginásio Nilson Nelson.

Seis meses depois, ao lado do genial Cartola, voltou a pisar em Brasília como atração do projeto, Verão Funarte e, nos anos seguintes, passou a ser figura fácil na casa de show e restaurante Feitiço Mineiro. Uma das últimas apresentações de Dona Ivone Lara na cidade foi na Sala Martins Pena, em 2010, no qual, sentada numa cadeira de rodas, foi ovacionada pelo público de pé. Uma merecida homenagem aos seus súditos brasilienses.

Fonte: Metropoles

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