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MÚSICA

De Olinda, banda Dirimbó faz temporadas de shows e intercâmbio musical em Belém

Na banda Dirimbó, é possível encontrar muito da sonoridade paraense, mesclando carimbó, lambada e guitarrada a um sotaque bem pernambucano - tanto no jeito de falar como nas influências do coco nordestino e do repente. É um pouco Luiz Gonzaga, mas também

Na banda Dirimbó, é possível encontrar muito da sonoridade paraense, mesclando carimbó, lambada e guitarrada a um sotaque bem pernambucano - tanto no jeito de falar como nas influências do coco nordestino e do repente. É um pouco Luiz Gonzaga, mas também é uma grande reverência ao Mestre Vieira, pode-se dizer. Com três pernambucanos e um paraense, ela desembarca pela primeira vez para uma temporada de shows e intercâmbio musical em Belém, a partir deste sábado, 6, na festa Ziggyridum, e na próxima quinta, 11, na Lambateria.

O quarteto traz no repertório o EP “Deixar Tu Loks” (2017), com o qual já passou por várias cidades do Nordeste, como Maceió, Aracaju e Olinda. Também músicas do primeiro EP, “Dirimbó” (2015) – os dois estão disponíveis nas principais plataformas de streaming.

O paraense Mário Zappa, baixista do grupo, acredita que a vinda da Dirimbó para sua terra natal marca o fechamento de um ciclo na banda. “A gente fala muito no diálogo entre a música pernambucana e paraense. Eu vejo essa ida à cidade onde nasci como a consumação desse intercâmbio, porque dessa vez todos nós vamos vivenciar a cultura paraense”, afirma.

Além de Zappa, a Dirimbó é formada por Bruno Negromonte (bateria), Rafa Lira (vocal e guitarra) e Vítor Pequeno (guitarra). Apesar de ter um paraense como integrante, foi por iniciativa do pernambucano Vítor que a banda surgiu em plena Olinda tocando ritmos do Norte, e foi onde se encontrou com a música pernambucana.

Zappa e Vítor se conheceram na faculdade, onde o paraense foi fazer um curso de produção musical depois de se graduar em música pela Universidade do Estado do Pará. “Ele estava fazendo uma banda e queria tocar coisas do Pará. Disse que era de Belém, baixista, e a gente começou a ensaiar. Fui mostrando coisas que eles não conheciam, como o La Pupuña, Cais Virado”, conta.

Do repertório paraense, os outros integrantes já conheciam Pinduca, Mestre Vieira, e se identificavam com essa sonoridade vizinha. Com Zappa, conheceram Mestre Laurentino, Verequete e a diferença entre o carimbó pau e corda e o carimbó elétrico de Pinduca. “No Pará a gente já nasce com tudo isso, já vive essas músicas”, comenta Mário Zappa.

O guitarrista Rafa Lira conta que quer conhecer uma festa de aparelhagem, pois a presença do tecnobrega é muito grande em Recife. “Eu estou ansioso por isso, quero conhecer a cultura, a questão geográfica mesmo, dos rios, ilhas. Vamos ter uma semana para isso”, diz o músico.

Assim como os colegas de banda que lhe são conterrâneos, Rafa começou a se interessar pela música escutando artistas paraenses, “em discos antigos de carimbó e lambada”, relembra.

Mário Zappa também quer levar os amigos para conhecer Icoaraci, onde foi criado e onde nasceu o grupo Uirapuru, do Mestre Verequete.

De acordo com Rafa Lira, a turnê de “Deixar Tu Loks” ainda vai passar por outras cidades até julho de 2018. “A gente pretende voltar em Maceió e Aracaju, onde já temos um público, e vamos realizar shows em outras capitais do Nordeste, como João Pessoa (PB), Natal (RN) e Fortaleza (CE). Em abril, vamos tocar também em São Paulo e Rio de Janeiro. Aí, no meio do ano, depois disso tudo, a gente deve dar uma pausa para gravar nosso primeiro disco”, detalha.

A intenção da banda é aproveitar a passagem por Belém e o contato com músicos daqui para produzir uma parte desse material inédito.

Dose dupla

Shows da Dirimbó em Belém
Quando: Sábado, a partir das 22h
Onde: Ziggy Hostel Club (Tv. Benjamin Constant, 1329, Nazaré)
Quanto: Até às 23h, R$15. Depois das 23h, R$20
Quando: Quinta, 11, a partir das 20h
Onde: Fiteiro (Av. Visc. de Souza Franco, 529 – Umarizal)
Quanto: R$ 20

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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