plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 25°
cotação atual R$


home
FAMA

Elisa Lucinda apresenta monólogo em que fala de racismo, desigualdade e diversidade

Entre músicas, situações do cotidiano e poemas, o monólogo “Palavra é Poder”, da atriz, poetisa e jornalista Elisa Lucinda, faz críticas e reflexões acerca do racismo, da desigualdade e da diversidade no Brasil. O espetáculo será apresentado hoje, às 19h,

Entre músicas, situações do cotidiano e poemas, o monólogo “Palavra é Poder”, da atriz, poetisa e jornalista Elisa Lucinda, faz críticas e reflexões acerca do racismo, da desigualdade e da diversidade no Brasil. O espetáculo será apresentado hoje, às 19h, no Cine Teatro do CCBEU, com entrada franca. O poeta e escritor Carlos Correia Santos e os cantores Reginaldo Viana, Camila Alves e Zara Hir, acompanhados dos músicos Roger Santos, Kamily Cardoso e Leo Wanderson, farão a abertura do espetáculo.

A atriz destaca que esta não é uma obra completa, mas um trabalho que está em processo. “Uma coisa interessante da arte é que toda ela é processo. Como a palavra é coisa viva e o espetáculo quer mostrar isso. A gente vive muito sem pensar no que fala e também no que a gente não diz e poderia mudar uma situação”, pondera. O espetáculo que Belém vai ver é uma provocação de sua personagem, herói de sua própria história, para com os espectadores. “O que com a palavra você combate? O que você reforça? Se eu deixar essa pergunta provocada no coração de Belém, está feito”, diz ela.

Dentro desse processo de construção do texto, Elisa Lucinda o alimenta de suas próprias descobertas. “Eu estou descobrindo, por exemplo, o quanto a palavra abriga a nossa cidadania. Enquanto a gente viveu sem a palavra assédio, misoginia, homofobia, estávamos muito pior do que estamos hoje. Feminicídio... E os crimes já existiam, mas as palavras não estavam lá. Então é um passaporte para a cidadania”, pontua.

Em seu monólogo a atriz também mostra que cada pessoa aplica certas utilizações às palavras. Ela própria, em alguns momentos, as utiliza como “cercadinho”, para se proteger do que não deseja. “Conheço poucas coisas tão poderosas como a palavra. É incrível porque você não pode tocar, mas ela corta”.

A palavra sempre foi a paixão e a protagonista da vida de Elisa Lucinda, autora de CDs de poesia, espetáculos e 14 livros. Entre eles, “A Lua que Menstrua”, “Eu te Amo e Suas Estreias” e “A Menina Transparente”. “Eu sou uma negra empoderada pela palavra, respeitada pela palavra, em um país racista. A palavra tem sido fonte para várias pessoas da periferia, no rap, falando de sua comunidade para o mundo. Hoje eu posso fazer esse espetáculo. No começo da minha carreira eu não poderia, porque eu não tinha noção do poder da palavra. Era mais empírico, mais intuitivo o meu caminhar. Hoje que estou teorizando o que eu fazia”, afirma.

Ensino da palavra como instrumento para a garantia de direitos a jovens

Elisa Lucinda em meio aos jovens que participam de oficina ministrada até hoje no Centur (Foto: Irene Almeida)

Para a diretora do espetáculo “Palavra é Poder”, a também atriz Geovana Pires, o monólogo culmina todo trabalho desenvolvido por Elisa Lucinda na Casa Poema, espaço fundado por esta para abrigar a Escola Lucinda de Poesia Viva, no Rio de Janeiro, com vários cursos de poesia falada. “A Elisa é uma das pessoas que conheço que mais tem domínio das palavras, uma grande comunicadora, e assim como o uso da palavra como uma ferramenta é ensinada aos jovens na Casa Poema, ela faz do espetáculo uma grande conversa com o público sobre esse poder da palavra”, diz a diretora.

Itinerante, o método da escola leva coloquialidade à poesia de todas as regiões do país, tendo núcleos em São Paulo, Salvador e Brasília. Em Belém, elas ministram até hoje, no Centur, uma oficina com o mesmo tema do monólogo, falando sobre o uso da palavra como instrumento de garantia de direitos. O objetivo central da iniciativa é aumentar o repertório de expressão e oratória do público, além de aprofundar o sentimento e a noção do poder da palavra.

“Assim como tem gente que tem deficiência de cálcio, tem gente que tem deficiência de adjetivo. Só tem três: maneiro, bacana e legal. Existe gostoso, inteligente, revolucionário, potencializador”, diz Elisa Lucinda.

Elas dizem que seus projetos de educação por meio da poesia fazem as pessoas florescerem. Bruna Pires, 24, é um exemplo disto. Ex-aluna de um dos projetos dedicados ao público trans, ela atua agora como monitora de apoio nas oficinas. “A palavra sempre foi muito importante na minha vida e eu não tinha noção disso, apesar de sempre me impor através da palavra. Agora tenho noção que quanto mais você sabe o que fala, mais se cerca, mais tem segurança sobre você”, diz ela.

Veja

Monólogo “Palavra é Poder”, com Elisa Lucinda
Quando: Hoje, às 19h
Onde: Cine Teatro do CCBEU (Trav. Padre Eutíquio, 1309 – Batista Campos)
Quanto: Entrada franca

(Lais Azevedo/Diário do Pará com a colaboração de Aline Rodrigues)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Fama

Leia mais notícias de Fama. Clique aqui!

Últimas Notícias