Mostra de Teatros de Formas Animadas reúne seis grupos de teatro com marionete

O teatro com marionetes é uma das linguagens mais encantadoras que existe, talvez por sua liberdade para criar cenários e personagens fantásticos. Mesmo assim, em Belém, faltava um espaço para reunir as produções que já existem na cidade e o incentivo para que uma nova geração aprenda a arte de ser ator-manipulador ou, simplesmente, um bom espectador. Pensando nisso, a partir de hoje até quinta-feira, a Fundação Cultural do Pará (FCP) realiza a “1ª Mostra de Teatros de Formas Animadas”, com várias atividades ligadas a essa arte, sempre gratuitas, às 19h, no Teatro Waldemar Henrique.

O organizador da mostra é o ator San Rodrigues, que há sete anos faz pesquisas na técnica de manipulação de marionetes. Segundo ele, a programação é uma nova etapa para o Laboratório de Manipulação que ele, por meio do projeto Camapu, realiza no Curro Velho, ensinando a arte de manipular, atuar e também de confeccionar os bonecos e cenários.

A diversidade que é vista na programação da “1ª Mostra de Teatros de Formas Animadas” comprova a infinidade de possibilidades que essa linguagem oferece. Logo na chegada ao Teatro Waldemar Henrique, quem recebe o público é o teatro lambe-lambe, um tipo de teatro em miniatura, apresentado em um caixa muito pequena, geralmente só cabendo a mão do manipulador. O espectador assiste ao espetáculo através de um orifício. Cada história costuma durar um minuto ou menos, e só uma pessoa pode assistir de cada vez.

Sam Rodrigues ensina a arte de manipular pelo projeto Camapu (Foto: Diogo Viana/Divulgação)

“É muito bonito porque ocorre de maneira muito particular e há muita proximidade entre o objeto manipulado, o manipulador e quem assiste”, comenta San, sobre as apresentações de teatro em lambe-lambe. Para a programação, o grupo In Bust preparou três peças: “O Pássaro e a Flor”, respectivamente com os atores-manipuladores Adriana Cruz, Paulo Ricardo e Marileia Aguiar. Também haverá micro-oficinas para aprender a manipular bonecos do Projeto Camapu e a presença da mestre de cerimônia Xirley Tão, personagem do ator Adriano Furtado.

No palco, o primeiro espetáculo será “Pé de Vento”, às 19h, com Leonel Ferreira, misturando o formato da contação de história com a manipulação de pequenos bonecos. Em seguida, os Palhaços Trovadores mostram ao público “O Menor Espetáculo da Terra”, realizado com bonecos de manipulação direta misturados à linguagem clown.
Na programação de amanhã, o Projeto Camapu sobe ao palco, às 19h, com “O Jardim de Alice”. “Ele fala do tempo de infância e tudo começa com o questinamento: ‘Quais imagens da infância você guardaria como um tesouro precioso?’”, explica a atriz-manipuladora Nina Brito. Logo depois, às 20h, a Cia Bricbrac traz ao público “Mebemokré”, em técnica de sombra chinesa. No enredo, lendas dos índios Kayapó, tudo com muita poética. O encerramento da mostra ocorre na quinta, com o resultado do Laboratório de Marionetes e “Pinóquio”, com o grupo In Bust.

(Laís Azevedo/Diário do Pará)