Após crises de pânico, Giselle Itié sai da Record e faz retiro espiritual

Depois do sucesso “Os Dez Mandamentos”, no ar em reprise, e de uma participação no início de “Belaventura”, a trama das 7 da Record, a atriz Giselle Itié está prestes a aproveitar merecidas férias. Namorando o ator Guilherme Winter (com quem contracenou em “Os Dez Mandamentos”), ela contou a Gabriela Pugliesi, no canal “Vendi Meu Sofá”, ter se permitido um momento a sós consigo mesma. “Fiquei oito anos trabalhando na Record e agora estou saindo de lá. Eu estava muito no automático na vida, agora preciso desse momento. Estou num movimento muito ‘Giselle por Giselle’, então resolvi me dar de presente essa viagem”, disse a atriz.

O roteiro é a Chapada Diamantina, onde Giselle diz que passará um mês fazendo yoga, meditação, mantras, para buscar seu centro. A atriz, que é mexicana de nascimento, filha de mãe brasileira e pai mexicano, também falou da dificuldade da família aceitar, no início, a carreira que ela escolheu. “Meu pai tem aquela coisa machista, de mexicano. Então o que ele queria era que eu voltasse para a faculdade. Eles achavam que eu era a rebelde. Mas depois de muito tempo ele me disse que aprendeu muito sendo meu pai. Isso foi muito bom”.

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A atriz também voltou a falar sobre o estupro que sofreu na adolescência, pelo namorado da época, e disse que dividir a história a fez não só perceber que muitas mulheres próximas tinham passado pela mesma violência como também que não tinha cicatrizado de fato e que o estupro tinha acabado definindo alguns relacionamentos que ela teve na vida adulta. “Quando eu escrevi (a denúncia) e vi na banca publicado, eu entendi que tinha cicatrizado uma ferida que ainda estava aberta. Vivi no automático, sabe? Fazendo novela, trabalhando e namorando em relacionamentos muito estranhos, até que escrevi e isso me ajudou”, disse.

Giselle diz também ter ficado feliz de ajudar outras pessoas. “É um trauma. Infelizmente, a gente vive nesse mundo machista. Vinte quatro horas por dia nós, mulheres, somos lembradas que somos, de alguma forma, objetos. Então falar sobre isso é importante para que as mulheres se sintam abraçadas”.

(Diário do Pará)