Divulgados detalhes sobre últimos meses de vida de Marcelo Rezende

Uma golada de vinho que não desceu bem no paladar de Marcelo Rezende. Esse foi um dos primeiros alertas, no início de maio deste ano, que levou o apresentador a descobrir o câncer que o levou à morte. Este e outras histórias dos últimos meses de vida do apresentador foram revelados por reportagem da revista Veja.

Segundo a Veja, em uma noite habitual, em um ritual rotineiro de ir até a adega particular, com 2 mil rótulos de vinhos, Marcelo se serviu de duas taças, mas o gosto do vinho não foi o mesmo que o de sempre. Até então, mesmo as dores nas costas, mesmo o fato de estar mais ofegante não haviam preocupado Rezende. O gosto do vinho, no entanto, o preocupou.

De acordo com a revista, Rezende ligou, então, para um amigo médico e agendou diversos exames. O diagnóstico foi um golpe fulminante no apresentador: um avançado câncer no pâncreas, com metástase no fígado.

A quimioterapia poderia oferecer sobrevida de até três anos, mas não cura total. Marcelo fez a primeira sessão no Hospital Israelita Albert Einstein. Considerada penosa, pelos efeitos colaterais, fez com que o apresentador se recusasse a ir às próximas.

O que aconteceu em seguida foi uma espiral de isolamento, apelos públicos de colegas para que voltasse ao centro médico e muitas especulações, até a morte do apresentador, no último sábado (16), aos 65 anos.

Marcelo Rezende fez mistério sobre o tratamento espiritual que fez e se isolava quanto mais amigos criticavam a escolha dele. Segundo a Veja, Rezende chegou a encontrar-se com um bispo no Templo de Salomão, de Edir Macedo, dono da Record.

O apresentador também se encontrou com Geraldo Luís, colega de emissora, que o levou ao centro espiritual de João de Deus, em Goiás. Ali, o médium lhe “revelou”: ele deveria se cuidar com o nutrólogo Lair Ribeiro, best-seller de livros de autoajuda nos anos 1990 e 2000.

Ribeiro se destacou na internet por propagar a dieta cetogênica (com restrição severa de carboidratos) como arma eficaz contra o câncer. “Todo paciente que fizer a dieta vai se beneficiar”, defende o nutrólogo.

Ribeiro contou à reportagem da Veja que se encontrou com Rezende uma única vez. “Falei só para ele reduzir carboidratos”, disse o nutrólogo. Os amigos mais próximos do apresentador, porém, afirmam que o contato era frequente.

O jornalista passou semanas na cidade paulista de Ribeirão Preto, onde atua uma médica ligada ao método de Ribeiro. Ele relatava pagar 50 000 reais semanais pelas práticas, que envolviam cápsulas “importadas”.

Nas últimas duas semanas, já em casa novamente, o doente definhava entre fortes dores e mantinha uma ambulância à porta, mas só voltou ao hospital cinco dias antes de morrer. “Quando Marcelo foi internado, Lair Ribeiro ficou uma hora com ele ao telefone, dizendo que a dor é o caminho da cura”, afirma um parente do apresentador.

Durante o enterro do apresentador, em São Paulo, amigos puseram em seu caixão um exemplar da Bíblia, já que ele tinha grande apreço pelas leituras sagradas. Ao lado do volume, a rolha do mítico vinho francês Château Petrus servido no velório aos íntimos em um brinde, como era o desejo do jornalista.

(Com informações do portal Veja)