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Cinco anos após 1º beijo gay da Globo, tema surge de forma mais aberta nas novelas

Foi em meio a campanhas na internet e suspense da emissora que Mateus Solano, 37, e Thiago Fragoso, 37, protagonizaram, em "Amor à Vida" (2013-2014), o primeiro beijo gay das novelas da Globo, há exatos cinco anos. Um clamor da sociedade depois de mudança

Foi em meio a campanhas na internet e suspense da emissora que Mateus Solano, 37, e Thiago Fragoso, 37, protagonizaram, em "Amor à Vida" (2013-2014), o primeiro beijo gay das novelas da Globo, há exatos cinco anos. Um clamor da sociedade depois de mudanças muito gradativas, avalia o doutor em teledramaturgia Mauro Alencar.

"Essas questões não eram bem vistas antes. Tudo isso era carregado de muita angústia, sempre um trauma muito grande. Em "Brilhante" (Globo, 1981-1982), por exemplo, Denis Carvalho era um jovem angustiado com sua questão sexual e no último capítulo ele foge com o namorado", recorda ele.

Apesar de o primeiro beijo gay da TV ter ocorrido em 1963, no teleteatro Calúnia (Tupi), Alencar afirma que poucos tinham televisor na época, e que até meados dos anos 1970, personagens homossexuais viviam isolados, como Rodolfo Augusto (Ary Fontoura), de "Assim na Terra como no Céu" (Globo, 1970), e Agenor (Rubens de Falco), de "O Grito" (Globo, de 1975-1976).

No caso de "Amor à Vida", nada de angústia. Além de ter dado uma abordagem mais natural ao tema, a trama de Walcyr Carrasco tinha o beijo como uma forma de selar a redenção do vilão Félix, vivido por Mateus Solano, visto que ele se tornou uma pessoa melhor por conta de seu amor por Niko (Thiago Fragoso).

Mateus Solano revelou depois que houve "muita relutância e negociação" antes que a cena fosse ao ar, já que o telespectador pedia um beijo. "Era uma outra emissora, ainda muito medrosa nesse aspecto mais progressista. Quem diria que o entretenimento da Globo seria a coisa mais progressista do país", afirmou ele no ano passado.

Quase dez anos antes da cena de Félix e Niko, a Globo gravou o beijo dos atores Bruno Gagliasso e Erom Cordeiro, mas que acabou não indo ao ar em "América" (Globo, 2005). Já em "Torre de Babel" (Globo, 1998), a emissora matou as personagens de Christiane Torloni e Silvia Pfeifer pela má aceitação do público.

Já o SBT vetou o beijo entre os personagens Lui Mendes e Chico na trama "Amor e Revolução" (2011), mas mostrou o de Marcela e Marina, vividas, respectivamente por Luciana Vendramini e Giselle Tigre na mesma novela.

Para Alencar, apesar de qualquer apreensão das emissoras, as novelas brasileiras têm-se desenvolvido de acordo com a evolução social desde a década de 1970. "Às vezes um pouco à frente, outras apresentando em forma de arte o que já está em ruas, bares e lares. Assim, o tema seguiu o ritmo e os limites da sociedade", pondera.

Fragoso também já havia apontado o desfecho do casal como um fenômeno daquele momento: "Cultura é uma coisa tão delicada. Tem muita coisa associada ao momento político do país e a uma manipulação perniciosa de mídias sociais, por parte de elementos, que são lideranças políticas e religiosas, de maneira que não são legais."

Desde o beijo de Félix e Niko, no entanto, o tema passou a ser abordado com mais frequência, em horários variados, avalia Alencar. O folhetim adolescente "Malhação", por exemplo, mostrou o beijo de Michael (Pedro Vinícius) e Santiago (Giovanni Dopico) e de Lica (Manoela Aliperti) e Samantha (Giovanna Grigio). Ambos comemorados pelo público.

Para o dramaturgo, porém, o destaque é o casal Luccino (Juliano Laham) e capitão Otávio (Pedro Henrique Muller) de "Orgulho e Paixão" (Globo, 2018). "Era uma novela das 18h, escrita para um público mais conservador e que, por ser de época, traçou um painel de como era a aceitação da homossexualidade no início do século 20".

(Folhapress)

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