Na semana de aniversário de 403 anos de Belém, o Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) inicia nesta segunda-feira (07) a programação “Belém Cabana”, uma semana alusiva ao Movimento da Cabanagem (1835-1840).
O governador Helder Barbalho fará a abertura da programação, nesta segunda-feira, dia 7, a partir das 17h30, prestando homenagem à memória dos Cabanos, com a inauguração de uma iluminação especial no Memorial da Cabanagem, no Entroncamento. A programação seguirá nos dias 11 e 12, com atrações em diversos espaços culturais da capital, sempre com entrada franca, e no dia 13, os museus funcionarão em horário especial, das 9h às 17h.
MEMORIAL
Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Memorial da Cabanagem foi inaugurado há exatos 34 anos, em 7 de janeiro de 1985, pelo então governador Jader Barbalho, marcando os 150 anos do movimento que ocorreu na Província do Grão-Pará. O Monumento abriga os restos mortais do Cônego Batista Campos e dos cabanos Félix Clemente Malcher, Francisco Pedro Vinagre e Eduardo Angelim. Segundo a concepção de Niemeyer, a rampa elevada em direção ao firmamento representa a grandiosidade da revolta popular, que chegou perto de atingir seus objetivos, e a "fratura" faz alusão à ruptura do processo revolucionário. Único projeto de Niemeyer no Pará, o memorial foi abandonado pelo poder público nos últimos anos, sendo alvo de depredação e vandalismo.
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Com a programação “Belém Cabana”, o Governo do Estado pretende reforçar a importância da valorização da memória e da história do Pará. Ursula Vidal, secretária de Estado de Cultura, observa que o Memorial da Cabanagem há muito anos deixou de fazer parte do cotidiano da cidade, como uma referencia arquitetônica importante de um dos períodos mais marcantes da história do Estado.
“A Cabanagem foi um movimento que teve como característica a luta pela participação popular nas construções e decisões políticas. A programação marca a valorização do nosso patrimônio histórico e arquitetônico, dos nossos movimentos da cultura popular, além deste tempo novo que estamos inaugurando na Secult, com portas abertas, construção coletiva e fortalecimento dos instrumentos democráticos de gestão”, diz ela.
PROGRAME-SE!
A programação cultural reúne música, artes cênicas e visuais, visita aos museus, arte de rua e cultura popular, com trabalhos artísticos inspirados na Cabanagem e outras atrações, nos espaços gerenciados pela Secult e também nas ruas da Cidade Velha, cenário da revolução cabana há 184 anos.
No dia 11, sexta-feira, a partir de 19h, no Mercado de São Braz, será realizado o Sarau da Cabanagem, com o Slam Dandaras do Norte. No mesmo dia, no Theatro da Paz, a partir de 19h30, haverá o relançamento do livro “Cabanagem Poemas” e do CD “Poemas da Cabanagem”, do professor Valdecir Palhares, seguido da apresentação do coro infanto-juvenil Vale Música, e finalizando com o espetáculo “Cabanos”, do Grupo Encenação.
No dia 12, sábado, aniversário de Belém, a programação começa às 10h, no Teatro Gasômetro, com apresentação de cortejo afro, seguida de Cordão de Pássaro Colibri, Grupo Madalenas e In Bust teatro com bonecos. Também a partir de 10h, no Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP), além da exposição “Saramago”, será exibido durante todo o dia, no salão transversal, o documentário “Cabanagem” (20’). O MHEP também realizará a “Imersão Cabana”, uma visita educativa ao acervo com materiais históricos sobre a Cabanagem. Às 16h, intervenção artística "Amordaça", de Lo Ojuara.
A partir de 18h, em frente ao MHEP, o público poderá prestigiar vídeo mapping com os VJs Lobo e Luan, intervenção cênica com a atriz Ester Sá, cortejo com o Batalhão da Estrela até o Píer das Onze Janelas, culminando com Batuque Vozes de Fulô e Cobra Venenosa. Nos dias 12 e 13, Museu do Círio, Museu do Presépio, Museu de Arte Sacra e MHEP funcionarão em horário especial, de 9h às 17h.
A CABANAGEM
A Cabanagem foi movimento revolucionário e de resistência que ocorreu na província do Grão-Pará entre os anos de 1835 e 1840, quando os cabanos conseguiram se manter livres do Brasil, formando um "Estado independente", bem mais próximo à Portugal.
A "liberdade" dos paraenses, no entanto, não durou muito. Comandados pelo inglês Lord Almirante Grenfell, brasileiros destituíram a Junta que governava a província e aprisionou mais de 250 cabanos na embarcação "Brigue Palhaço", na Baía do Guajará. Os cabanos foram sufocados com cal e encerraram assim o movimento que manteria o Pará independente do restante do país.
(Com informações da Secult)
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