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Cia Nós Outros apresenta solo de Nilton Cezar com textos de Qorpo-Santo

Um espetáculo solo que mostra abandono, culpa, paixões, violência, ternura, saudade, amor, relacionamentos abusivos, relações conjugais, morte e vida. Essa é a proposta de “Qorpos Santos”, uma montagem apresentada pela Cia. Teatral Nós Outros, que será en

Um espetáculo solo que mostra abandono, culpa, paixões, violência, ternura, saudade, amor, relacionamentos abusivos, relações conjugais, morte e vida. Essa é a proposta de “Qorpos Santos”, uma montagem apresentada pela Cia. Teatral Nós Outros, que será encenada até o dia 2 de dezembro, no Espaço das Artes de Belém, na Rua Tiradentes, no Reduto.

No palco, o ator Nilton Cezar se desdobra para fazer seis personagens complexos, baseado em textos do século 19, da obra de José Joaquim de Campos Leão, conhecido como o Qorpo-Santo. “Primeiro foi a busca de textos fora de um padrão ou de uma proposta mais convencional de se fazer teatro em Belém. Segundo, o fascínio do ator Nilton Cezar pelo dramaturgo, que começou muitos anos atrás. Eu comprei a ideia dele e fomos para o trabalho”, conta Hudson Andrade - que assina a dramaturgia e a direção do espetáculo - sobre o que motivou a escolha dos textos.

Falecido em 1883, o gaúcho José Joaquim de Campos Leão, 54 anos, professor e delegado, teve sua obra encenada a partir da década de 1960. Foi considerado um precursor do Teatro do Absurdo, uma das tendências mais importantes da segunda metade do século 20, que divergia radicalmente da dramaturgia tradicional realista pela sua atmosfera de desolação, solidão e incomunicabilidade do homem moderno.O autor passou a sofrer de alucinações por volta de 1864 e foi internado. Um total de 16 de suas obras foram escritas entre janeiro e maio de 1866, um dos seus períodos mais conturbados. “Selecionamos seis textos de inúmeros outros, escolhendo aqueles que, dois séculos atrás, já falavam de uma política, sociedade, relações humanas, abandono, amor e morte como se fosse hoje. Sendo Qorpo-Santo, o dramaturgo, considerado louco, optamos por questionar o que se classifica como loucura. Inclusive ser artista no Brasil e no Pará, sem investimento nem suporte”, provoca Hudson.

O nome “Corpo Santo” foi o apelido que o autor recebeu no tempo em que viveu “completamente separado do mundo das mulheres”, mas é em 1877 que ele assume a grafia Qorpo-Santo. Ele foi considerado inovador na forma e no conteúdo, por apresentar elementos incomuns para a cena brasileira da época, como imagens surreais, linguagem violenta, direta, com uma retórica como recurso paródico.

“Os transgressores são de fato loucos ou apenas incomodam ao se opor ao sistema? Usamos um distúrbio conhecido como Transtorno Associativo de Identidade para mostrar uma pessoa que apresenta seis personalidades que se intercalam em cena. Cada uma delas é particular, individualizada, tem sua história própria e representa um sentimento ou estado que queremos discutir”, antecipa o diretor.

A produção de Qorpo-Santo é considerada um marco da dramaturgia brasileira, mas também uma imensa dificuldade para diretores e atuantes em transformar seus pesadelos em realizações cênicas à altura da originalidade dos seus textos. O desafio foi encarado pelo ator Nilton Cezar, por Hudson Andrade, por Leonardo Cardoso, na preparação corporal, e Breno Monteiro, responsável pela iluminação e operação de luz. “Precisamos urgentemente olhar o que chamamos diferente. Acolher as dores do outro. Reconhecer no outro a si mesmo”, destaca Hudson.

(Aline Rodrigues/Diário do Pará)

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