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Geraldo Teixeira abre exposição inspirada nos jardins de Monet e cenas amazônicas

A exuberância das cores da natureza francesa estimulada pela memória sensorial do artista plástico paraense Geraldo Teixeira foi a inspiração para que ele produzisse uma série de telas inéditas com representações da natureza. O resultado pode ser visto na

A exuberância das cores da natureza francesa estimulada pela memória sensorial do artista plástico paraense Geraldo Teixeira foi a inspiração para que ele produzisse uma série de telas inéditas com representações da natureza. O resultado pode ser visto na exposição “Geografia do Espelho”, que será aberta ao público na próxima terça-feira, 13, às 18h30, no Espaço Cultural Banco da Amazônia. A entrada é franca e a visitação segue até o dia 18 de janeiro de 2019.

Geraldo conta que estava em viagem de férias na França e visitou os jardins que pertenceram a Claude Monet, na cidade de Giverny, localizada ao norte do país, o pequeno paraíso do mestre impressionista, que passou a cultivar plantas exóticas e orquídeas, criando um jardim de água recoberta de nenúfares e ninfeias - inspiração de muitas de suas obras.

O paraense se sentiu estimulado a fazer comparações entre aquela natureza e a paisagem amazônica. As dez telas de “Geografia do Espelho” abordam essas similaridades. “É a minha percepção dos jardins de Monet. São semelhanças geográficas que eu observei e que me provocaram. Apesar de elas serem separadas no espaço, essas paisagens possuem uma ligação. Minha memória sensorial tinha guardado essas semelhanças com os nossos rios amazônicos”, detalha.

Essa mesma inspiração que tomou o artista francês também saudou o paraense. “Eu já tinha um gosto pela arte de Monet, que é muito saudável. Ao me deparar com aquele lugar, fui laçado pela beleza do espaço”, diz.

Quando questionado sobre o efeito que a exposição pretende causar no público, Geraldo diz que ele é despretensioso neste sentido, mas espera, sobretudo, que a mostra possa servir também de inspiração para o outro, ao observar as imagens. “Queria que as pessoas se deixassem entrar nas coisas, dessem uma relaxada e conseguissem adentrar nesse universo, para que mudem e percebam essa natureza. Minha torcida é que elas sejam rápidas e atentas, mesmo que nem eu seja assim, penso que isso pode serpositivo”, acredita.

A curadora da exposição, Jussara Derenji, considera que há uma premissa de identificação e de reconhecimento na proposta de trabalho do artista Geraldo Teixeira. “Geraldo Teixeira tem uma trajetória de rio, passa muitas vezes pelos mesmos lugares mas nem ele, nem os lugares, são os mesmos. A experiência de reconhecimento e construção de imagens pelo inverso que aproxima, vai investir certamente em um dos pontos fortes do trabalho do artista, o manejo da cor. Mas, acima de tudo vai atestar o seu grande domínio, que é a pintura”, analisa.

Intensidade de cor e formas

Geraldo Teixeira conta que está há dois anos pesquisando para este trabalho e desde que seu projeto foi contemplado pelo Edital de Artes Visuais 2018 do Banco da Amazônia, ele ficou feliz em poder desenvolver seu projeto, sem se preocupar com os custos. “Vários artistas se inscreveram no edital do Banco da Amazônia. É um projeto interessante porque como é um banco público, não é só o lucro que se almeja, há um entendimento que tende a fomentar a difusão cultural. Espero que essas iniciativas continuem porque esses projetos culturais são necessários”, analisa.

A exposição ficará aberta durante dois meses e ao longo dela, Geraldo Teixeira pretende promover encontros com estudantes e professores, para falar sobre arte.

Artista plástico com mais de 40 anos de atividades e reconhecida trajetória no panorama das artes, Geraldo Teixeira participou de várias exposições individuais e coletivas pelo Brasil, Estados Unidos e Europa. Possui obras em acervos de vários museus brasileiros e foi fundador da Associação dos Artistas Plásticos do Pará, além de ter sido curador geral do Salão Paraense de Arte Contemporânea.

Ele utiliza em suas pinturas a encáustica, técnica que usa cera como aglutinante para os pigmentos da pintura e cujo processo artístico reúne referências culturais que vão do clássico ao experimental contemporâneo. Geraldo também tem trabalhado com obras tridimensionais, utilizando madeira, alumínio, ferro e vidro, e tendo a construção náutica característica dos rios da Amazônia como tema, especificamente os “cavernames” (conjunto de peças que dão forma ao casco da embarcação).

Ele diz que seu processo de trabalho é sempre muito denso. “Essa matéria sempre vem da tinta acrílica e tempo de maturação. Faço camadas e camadas de tintas - faço uma e deixo estacionar. Vou acumulando coisas para depois serem escavadas. Praticamente é muita tinta e resina acrílica”, descreve.

Essa profusão da paleta de cores tendo como pano de fundo a natureza já era uma característica de seu trabalho, diz o artista, acentuada nestas novas obras. “Era isso que eu queria, que materializassem os elementos, a materialização das pétalas, por exemplo. Usei muito a folha de ouro - uma folha muito fina que se coloca em cima da tinta - quis dar uma sacralização nas florestas para dar um tom de respeito. O resultado é maravilhoso. É o mesmo processo feito nas pinturas das igrejas. O trabalho com a folha de ouro fica até anos, décadas mais tarde. É uma coisa que eu primo muito: a qualidade da obra, porque eu quero que a minha arte permaneça. Não sou adepto da coisa efêmera. Existe arte efêmera. A minha, não”, pontua.

(Wal Sarges/Diário do Pará)

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