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’Marias’ leva cinco atrizes paraenses ao palco para falar de mães que perderam seus filhos

À luz da história de Maria, mãe de Jesus, várias outras mães têm suas histórias contadas no espetáculo “Marias”, com dramaturgia de Edyr Augusto e direção de Saulo Sisnando. Os paralelos entre suas dores, suas memórias e suas buscas são traçados por meio

À luz da história de Maria, mãe de Jesus, várias outras mães têm suas histórias contadas no espetáculo “Marias”, com dramaturgia de Edyr Augusto e direção de Saulo Sisnando. Os paralelos entre suas dores, suas memórias e suas buscas são traçados por meio de cinco atrizes paraenses - Gisele Guedes, Monalisa Paz, Pauli Banhos, Sandra Perlin e Zê Charone -, prometendo um espetáculo intenso e de momentos marcantes. As apresentações ocorrem hoje, sábado e domingo, às 20h, e retornam nos dias 2, 3 e 4 de novembro, na Casa Cuíra.

O que chega ao palco, segundo o diretor Saulo Sisnando, formou-se tanto pelo texto de Edyr Augusto como pela colaboração de todo o elenco. “Ele me convidou e entregou esse texto. As dramaturgias do Edyr são muito abertas, podem ser feitas por várias pessoas ou por uma pessoa só. Então convidamos essas cinco atrizes para ler o texto e, à medida que elas foram lendo a dramaturgia dele, isso foi incentivando elas a pesquisar, colocar outras verdades, histórias delas. O texto foi um indutor das emoções das atrizes para construir as cenas”, relata.

Em sua essência, o texto fala de mães que perderam seus filhos, sempre fazendo conexão com Nossa Senhora de Nazaré e a morte de Jesus. “É um texto pesado, que fala de perda, de morte, de outras mães que como Maria estão perdendo seus filhos. Foi um espetáculo muito difícil de construir justamente porque traz esse tema muito violento e contemporâneo. E também fala de mulheres”, aponta o diretor.

Neste caso, ele acredita que seu papel principal foi ouvir o que as atrizes tinham para falar, ouvir como elas eram tocadas pelo texto e o que consideravam relevante trazer para cena. “Minha parte foi mais uma organização da criação em conjunto, conectar a dramaturgia do Edyr ao que era pesquisado e trazido pelo elenco”, diz Saulo. Com o formato da peça, permitiu-se ainda que cada atriz seja várias “Marias”, mulheres de várias faixas etárias, diferentes classes sociais, passando pelo palco com uma dor em comum.

“Ser mãe é uma escolha solitária”

Dramas revelados (Foto: Divulgação)

“Maria, mãe de Jesus, torna-se uma referência dessa dor solitária da mãe que perde um filho. Essa foi uma frase muito pertinente para a minha construção dentro do espetáculo: ‘Ser mãe é uma escolha solitária’”, comenta a atriz Gisele Guedes, que, dentro desse universo se diz tocada especialmente pelas mães que não sabem onde estão seus filhos. “Eu foquei um pouco na dor dessa mãe que perde, mas não perde. Que precisa encontrar o filho para enterrar, para ter certeza se está morto, que precisa fechar esse ciclo. Uma dor que muitas vezes vem acompanhada do sentimento de culpa pelo desaparecimento desse filho”, completa.

E por falar dos sentimentos da mãe, o espetáculo “Marias” acaba também contando a história dos filhos. Tem aqueles perdidos no período da Ditadura, os que se perdem na violência da periferia de agora, e tem ainda os emblemáticos, como Gisberta Salce Junior, mulher transexual, sem-teto, imigrante brasileira assassinada em Portugal e que se tornou um símbolo da discriminação múltipla por lá, mas é quase desconhecida no Brasil. “Ao longo do espetáculo vamos passeando por todas essas histórias”, diz Saulo Sisnando.

A montagem, que conta com a assistência de direção de Leonardo Moraes, também constrói sua narrativa em torno da criação de luz de Patrícia Gondim (com operação de Amanda Melo) e dos figurinos de Maurício Franco. “A iluminação da peça é dramática, até um pouco triste”, diz o diretor. E utiliza-se de cortinas para compor cenário e figurino. “Partimos da premissa de que o espetáculo quer ‘descortinar’, revelar histórias, passar a ideia das cortinas do teatro sendo abertas para que a Maria comum possa contar sua história. Ali tudo se completa, o texto, a luz, o figurino”, finaliza.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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