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Sesc Boulevard abre hoje mostra de fotografia que evoca as muitas facetas do Estado

Passeando por ambientes que vão do Ver-o-Peso à Vila da Barca, Soure e Fordlândia, ou ainda, por realidades como a das ocupações irregulares, 30 fotógrafos constroem um mosaico do cotidiano paraense. É o resultado do primeiro edital do Sesc de incentivo à

Passeando por ambientes que vão do Ver-o-Peso à Vila da Barca, Soure e Fordlândia, ou ainda, por realidades como a das ocupações irregulares, 30 fotógrafos constroem um mosaico do cotidiano paraense. É o resultado do primeiro edital do Sesc de incentivo à fotografia que, com o tema “Imagens Cotidianas”, premiou os fotógrafos Paulo Ribeiro, com a série “Pira Água”, e Wagner Santana, do DIÁRIO, com “A Terra Prometida”. A abertura da mostra será hoje, às 19h, no Sesc Boulevard.

“Sombras da Vila”, de Rafael da Luz. (Foto: Rafael da Luz)

A terra prometida”, de Wagner Santana. (Foto: Wagner Santana)

Os ensaios inscritos para receber o incentivo, que envolvia premiação em dinheiro e a exposição das imagens, foram selecionados pela comissão formada por Miguel Chikaoka e Maria Christina, dois grandes nomes da fotografia paraense. Wagner afirma que essa foi uma das razões para se sentir ainda mais prestigiado, ao ser premiado pela série que retrata a reintegração de posse que desfez a ocupação Terra Prometida, no bairro do Jurunas. “Não é como um concurso onde vale o volume de votos, mas o peso da escolha de duas pessoas que entendem de técnica, de olhar, de luz”.

Paulo Ribeiro traz a relação que as pessoas do arquipélago do Marajó têm com as águas, assim como ocorre em outras cidades ribeirinhas, e como isso vem desde seus primeiros anos de vida. Juntos, Wagner e ele apresentam cerca de 20 fotografias escolhidas por Chikaoka e Maria Cristina. Mas esse mapeamento do cotidiano que a mostra oferece ao público também passa pelo olhar de artistas como Oswaldo Forte, com a série “Labuta”, e Débora Flor, com a série “Fordlândia”, ambas prestigiadas com menção honrosa.

Débora apresenta-se como “uma artista viajante”, que através de imagens fala de uma pacata cidade localizada às margens do rio Tapajós. Pensada como polo de produção de látex do famoso criador dos carros Ford, a localidade não prosperou quando os planos comerciais não deram certo, tendo ainda passado por um incêndio histórico. Conhecida hoje como a “cidade fantasma” de Fordlândia, segundo Débora, essa é uma visão dedicada apenas ao imaginário.

“Nesse pedaço do Pará que é Fordlândia, você tem um cotidiano muito tranquilo, de pessoas antigas que se mudaram de Itaituba porque se tornou violento lá. Em Fordlândia você dorme de porta aberta. E ao mesmo tempo é uma cidade emblemática, que convive com esse passado”, descreve a artista.

Com as imagens, ela constrói uma narrativa que fala dessa autodestruição do lugar, começando por um carro da Ford incinerado na paisagem, pela caixa d’água pegando fogo e chegando a um prédio incendiado, e faz uma narrativa pessoal sobre a cidade.

Além das cenas, a riqueza da vida

Imagem da série “Fordlândia”, premiada com menção honrosa. (Foto: Débora Flor)

Também na mostra, “Tempo Urdido”. (Foto: Márcia Gomes)

A exposição foi construída de forma simples e objetiva, o que deixa sob os holofotes o essencial, que são os discursos contidos nos ensaios fotográficos. Ainda participam dela dois destaques especiais: “Tempo Urdido”, de Márcia Gomes, e “Sombras da Vila”, de Rafael da Luz. Este último, conta que a própria série foi iniciada pelo impacto que sentiu ao conhecer o cotidiano de outras pessoas, os moradores da Vila da Barca, periferia da capital paraense. O trabalho documental, iniciado em 2014, será apresentado em duas fotografias.

“É uma série onde tento desvelar as sombras que existem na Vila, mostrar como realmente são as pessoas que vivem ali e a rotina delas”, explica Rafael. Assim, o público poderá ver registros de um menino e sua bola, e do carregador bem conhecido no local pelo apelido de Huck.

“Eu descreveria esse cotidiano das cidades paraenses como rico, porque permite o encontro com pessoas que te levam a conhecer suas diferentes culturas e vivências. Você encontra nessas pessoas algo profundo, que vai além da fotografia. São as histórias que ficam depois do registro fotográfico”, completa Rafael.

Por meio de uma mídia digital, são pontuadas na mostra as séries de vários artistas convidados a trazer ainda mais imagens desse cotidiano local tão diversificado. São eles: Allan Maués, Bárbara Freire, Berna Ribeiro, Brenda Brito, Camila Thiers, Eder Augusto Proença, Eder Monteiro, Edson Palheta, Samir Dams, Franciney Palheta, Netto Dugon, João Paulo Guimarães, Cláudio Pinheiro, Karina Martins, Marcelo Seabra, Márcio Cruz, Márcio Ferreira, Marcos André, Maurício Igor, Tarsila França, Tiago Silveira, Wildes Lima, Yago de Almeida e Yasmim Alves.

Com visitação até o dia 9 de junho, o público também será convidado a participar desse encontro por meio de um livro de memórias que ficara à disposição de todos os interessados em partilhar suas imagens e histórias. Construído desde 2016 por participantes dos projetos desenvolvidos pelo Núcleo de Fotografia do Sesc Boulevard e o público em geral, o livro será transformado em uma mídia digital e incorporado à coleção “Máquinas Para Filosofar” quando for finalmente completado pelo público.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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