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Paixão de Cristo: encenações exigem responsabilidade com história de sentimento religioso

A Páscoa não é apenas a época de ganhar ovos de chocolate e se empanturrar com essa gostosura. A data é o feriado cristão que comemora a ressurreição de Jesus Cristo e, para celebrá-la, muitas igrejas e grupos de teatro fazem montagens da Paixão de Cristo

A Páscoa não é apenas a época de ganhar ovos de chocolate e se empanturrar com essa gostosura. A data é o feriado cristão que comemora a ressurreição de Jesus Cristo e, para celebrá-la, muitas igrejas e grupos de teatro fazem montagens da Paixão de Cristo, que mostram a última ceia, a prisão, tortura e morte de Jesus, e o momento mais marcante, a ressurreição.
João Batista, Judas, Pilatos e Maria Madalena são alguns dos personagens que fazem parte da encenação. Mas o papel de maior destaque e para onde todos os olhares se voltam, sem dúvida, é o de Jesus Cristo. Logo, assumir esse papel e dar vida a um personagem tão marcante não é uma missão simples.
Missão esta assumida há 11 anos pelo empresário Everson Gonçalves Rolim, 45 anos, na apresentação da Igreja dos Capuchinhos, em São Brás. “É muito emocionante, mexe completamente comigo. É uma responsabilidade muito grande e um compromisso”, declara.
Já o publicitário e ator Ysamy Charchar, 28 anos, encara o desafio pela primeira vez e recebeu o papel como um presente dado pela sua comunidade, Santo Agostinho da Aldeia, ligada à Igreja de São José de Queluz. “É um desafio como ator e um presente como pessoa, porque tenho uma relação de origem familiar. Eu me identifico porque minha origem é judia”, conta Ysamy.

Ensaios intensos e pesquisa na Bíblia

Ysamy Charchar conta que já fez Herodes e Judas em outras apresentações da “Paixão de Cristo”, mas nada se compara a interpretar o personagem de Jesus. Para garantir o papel, ele teve que fazer teste e agora se prepara para encarar cerca de 12 mil pessoas que, segundo ele, comparecem à comunidade para acompanhar a encenação.

“É um desafio como ator tocar o coração das pessoas contando essa história no teatro popular de rua, para essa massa que não tem condições de ir ao teatro ou não tem essa cultura”, destaca o ator.

Assumir o personagem muda a rotina, pois exige responsabilidade e dedicação aos muitos dias de ensaio e pesquisa.

“Me dedico totalmente. Saio do trabalho direito para o ensaio e para produção do espetáculo com promoções. Desde dezembro nos reunirmos, porque além de ator eu sou coordenador do espetáculo. Desde janeiro, ensaiamos de segunda a sexta à noite e neste mês, também nos finais de semana”, conta Everson.

Dedicação também encarada por Ysamy: “Ensaio de quatro a seis vezes por semana, faço pesquisa do referencial em vídeo e estudo a Bíblia. É preciso preparação física, porque um grande marco é a Via Sacra e o ator precisa controlar a emoção e o cansaço”, explica.

Everson Rolim carcacterizado como Jesus, que ele interpreta há 11 anos na Paróquia dos Capuchinhos. (Foto: Maycon Nunes/Diário do Pará)

Atores têm sua “via crucis”

Além da preparação, viver Jesus nas representações tradicionais das igrejas requer semelhança física com a imagem clássica do personagem, o que pode significar fazer sacrifícios.

“Não posso cortar os cabelos e não viajo antes da Paixão de Cristo”, diz Everson.
Como ele faz o papel há mais de uma década, já é conhecido na comunidade como Jesus. “Muitos já me chamam por Jesus, e têm orgulho de serem parentes do Jesus. Na Igreja, muitos não sabem meu nome, mas conhecem o Jesus dos Capuchinhos”, conta orgulhoso.

“Eu já usava o cabelo grande e barba, mas não era nesse desenho, era uma barba um pouco mais aparada e eu precisei deixar nascer por completo e sem fazer, principalmente para dar esse toque mais rústico”, explica Ysamy sobre os cuidados com a caracterização.

Mas mesmo diante da preparação árdua e dedicação, o nervoso bate, pois eles sabem que levar o sofrimento e a dor de Jesus para que os espectadores reflitam sobre a mensagem cristã tem um peso grande. “Sempre me arrepio, choro, fico com medo de esquecer as falas. É muita correria, mas o nosso espetáculo é sempre bonito e emocionante ”, diz Everson.

“Estou muito nervoso e feliz. O trabalho está sendo árduo, mas eu tenho certeza que será compensatório pelo retorno que o público dará na hora”, fala Ysamy sobre sua expectativa.

(Aline rodrigues/Diário do Pará)

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