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Caxinauá: montagem interativa traz imagens e história

Os Caxinauá são um grupo de indígenas que habita o Acre, mais precisamente as áreas do Alto Purus, em região fronteiriça com o Peru, na bacia dos rios Juruá e Purus. Pertencem à família linguística Pano e são a mais numerosa população indígena daquele est

Os Caxinauá são um grupo de indígenas que habita o Acre, mais precisamente as áreas do Alto Purus, em região fronteiriça com o Peru, na bacia dos rios Juruá e Purus. Pertencem à família linguística Pano e são a mais numerosa população indígena daquele estado, estimada em cerca de 4,5 mil indivíduos. Em 1951, quando o fotógrafo teuto-brasileiro Harald Schultz visitou os Caxinauá peruanos, eles viviam em relativo isolamento, ao contrário de seus parentes no lado brasileiro que, desde a época da borracha, vivem em contato mais estreito com a população não-indígena passando, consequentemente, por um processo de aculturação e de integração mais rápido e mais intenso. E são imagens dessa visita que estão na exposição “Os Caxinauás – Autonomia e Contato”, com obras de Schultz e curadoria das linguistas Eliane Camargo e Sabine Reiter, em cooperação com Marcelino Piñedo, Alberto Roque Toribio, Hulício Moisés e outros integrantes do grupo Caxinauá. A coordenação artística é de Martin Juef.

As fotografias de H. Schultz e um filme que ele produziu têm um grande valor documental, mais de 60 anos depois da data que marcou o começo de um contato mais intenso com o grupo indígena peruano. Desde então os Caxinauá receberam visitas de missionários, comerciantes, militares, pesquisadores e outros representantes de fora que acabaram por provocar mudanças sociais. Mesmo assim, os curadores afirmam que o grupo conseguiu manter uma grande parte do seu conhecimento tradicional e avaliam que, “paradoxalmente, a presença dos forasteiros contribuiu à preservação deste conhecimento por ser documentado nos trabalhos dos pesquisadores em textos e em gravações audiovisuais”. Hoje, dizem, esse material, junto com as recordações dos anciões, serve como base para uma revitalização cultural dos Caxinauá em ambos os lados da fronteira.

Na exposição que abre às 20h na Galeria Antônio Parreiras, do Museu do Estado do Pará, serão exibidas fotografias e o documentário, além de outros materiais audiovisuais, como registros de cantos, relatos históricos e mitos narrados por integrantes do grupo, e textos de outras épocas que, juntos, esboçam o desenvolvimento dos Caxinauá por meio da sua história de contatos até os tempos de hoje.

“Há depoimentos de integrantes dos grupos que na época já eram mais velhos e hoje não estão mais vivos, que contam sobre a história do grupo na infância deles e contatos que tiveram com não-indígenas, e sobre a vida dos pais”, destaca Sabine Reiter sobre a exposição, que será interativa, com visitas monitoradas por representantes do grupo e estudantes da Casa de Estudos Germânicos. Haverá também mesa-redonda com dois Caxinauá, integrantes de outras etnias e pesquisadores, além de oficinas sobre trabalho linguístico cooperativo.

A história desse grupo reflete a de muitos povos indígenas da Amazônia: a opressão e dispersão em consequência da exploração da borracha, a dizimação por epidemias, as tentativas de catequização e integração às categorias administrativas nacionais e a luta pelos direitos políticos e pela identidade. “Um aspecto importante nessa exposição é que ela mostra a dispersão do grupo, porque originalmente os Caxinauá viveram no território brasileiro, na época dos seringais, e uma parte do grupo fugiu até essa região no Peru”, conta a curadora.

Prestigie

Exposição “Os Caxinauás – Autonomia e Contato”
Abertura: Hoje, às 20h
Visitação: Até 25 de março, de terça a sexta, das 10h às 16h; e sábado e domingo, da 9h às 13h
Onde: Museu do Estado do Pará (Palácio Lauro Sodré, Praça Dom Pedro II - Cidade Velha)
Quanto: Gratuito

(Aline Rodrigues/Diário do Pará)

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