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Espetáculo da Etdufpa busca inspiração em Deleuze e Guattari para coreografias

O “Tratado da Nomadologia”, dos filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari, inspirou a criação do espetáculo de dança contemporânea “Nômada”, em que os movimentos fluidos dos nômades entram em conflito com os passos sincronizados de um Estado cheio de regr

O “Tratado da Nomadologia”, dos filósofos Gilles Deleuze e Felix Guattari, inspirou a criação do espetáculo de dança contemporânea “Nômada”, em que os movimentos fluidos dos nômades entram em conflito com os passos sincronizados de um Estado cheio de regras. A criação é dos alunos dos cursos técnicos em Dança Intérprete Criador, Cenografia e Figurino Cênico, da Escola de Teatro e Dança da UFPA. As apresentações ocorrem até domingo, 4 de fevereiro, às 20h, no Teatro Universitário
Cláudio Barradas.

“A nossa interpretação do texto filosófico parte de uma premissa simples e que os autores trabalham, a contraposição entre o que é instável e o estável. Ou seja, o que está parado, assentado, e o que está em movimento e mudando o tempo todo”, explica o coordenador e diretor do espetáculo, professor-doutor Paulo Paixão. Os próprios autores usam metáforas para explicar essas energias opostas.

Para a estabilidade, usam a figura do Estado, que tem fronteiras fixas e estabelece padrões de comportamento. Para identificar a energia da mudança, usam o povo nômade, que não é vinculado a uma identidade nacional e circula pelo espaço de maneira livre. “Essas duas metáforas básicas vão ganhando multiplicidade e, a gente, na dança, trabalha com uma oposição de movimentos”, destaca o diretor.

Para o Estado, são usados movimentos angulares, em uma coreografia sincronizada e formal. Aos nômades cabem os movimentos sinuosos, sem a necessidade de uma sincronia, cada bailarino é livre. Outra contraposição no texto que foi levada para o espetáculo é que essa energia de movimento livre, chamada “nômada”, está relacionada com o gênero feminino, enquanto a energia do Estado tem relação com o masculino.

O espetáculo é dividido ainda em quatro cenas. A primeira é permeada pela energia nômada. A segunda cena apresenta a energia estável e padronizada do Estado. A terceira cena mostra como os movimentos do Estado se comportam diante dos nômades de forma a enquadrar todos em suas regras. Por último, o espetáculo revela como os nômades reagem a esse encontro. “Eles nunca se deixam apreender, aproveitam as frestas e escapam. Eles são como a areia do deserto que, quando o vento dá, mudam a direção”, observa o diretor.

Com cenário neutro, a ideia em "Nômada"é transformar o teatro em uma grande caixa preta (Foto: Juan Sena/Divulgação)

Luz tem papel de destaque para os movimentos em cena

A leitura do movimento relacionado a cada energia, experimentar a contraposição entre elas e ir construindo as ideias a partir disto, constitui o cerne do espetáculo. No entanto, outros elementos também foram levados em conta. O figurino dos nômades apresenta referências do deserto em suas cores, incluindo mais volume e curvas. Enquanto isso, o Estado usa sobretudo preto, roupa mais formal e com linhas retas. No cenário, qualquer interferência visual foi neutralizada ao máximo, criando uma grande caixa preta onde a iluminação é a ferramenta para sugerir as diferenças espaciais.

Uma das oito produções que a Etdufpa apresenta anualmente, “Nômada” é resultado da disciplina “Prática de Montagem”, dos alunos do segundo ano do Curso Técnico em Dança Intérprete Criador do ano de 2016, e dos alunos do primeiro ano do Curso Técnico em Cenografia, do ano de 2017, na instituição. “A gente trabalha o ano todo em diferentes disciplinas, dando o conteúdo para que nesse momento da prática de montagem eles tenham competência de realizar todas as exigências para chegar a um espetáculo profissional”, comenta o diretor do espetáculo.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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