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Emídio Contente abre, na Casa das Artes, exposição de fotografia

Para o artista visual Emídio Contente a imagem provém do texto. Por isso, antes de compor as suas fotografias, em sua maioria construídas a partir de várias referências estéticas, ele primeiro as descreve ou as imagina como um microconto, uma ideia de fra

Para o artista visual Emídio Contente a imagem provém do texto. Por isso, antes de compor as suas fotografias, em sua maioria construídas a partir de várias referências estéticas, ele primeiro as descreve ou as imagina como um microconto, uma ideia de frase, um poema. Dessa relação com a literatura, agora mais objetivamente, ele apresenta a sua nova exposição, a primeira individual em Belém: “Chapéu Virado”, que abre hoje, às 19h, na Casa das Artes, com curadoria de Eder Chiodetto. A entrada é gratuita.

O título é uma clara referência à praia do distrito de Mosqueiro, mas também pretende ir além desta primeira ideia. “A literatura é algo que me acompanha, assim como todas as possíveis referências na vida dentro das artes, no cinema e nas artes visuais também. Neste trabalho, especificamente, isso está muito mais presente, porque os textos de autores paraenses, principalmente, me acompanharam muito. E agora acompanha a exposição um pequeno texto meu também, além do texto desenvolvido pelo curador, e os títulos das obras têm uma importância forte no trabalho. Foi tudo meio junto e depois que eu entendi que isso tudo tinha força para se materializar como um trabalho só”, diz Emídio Contente, que já foi um dos vencedores do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Ele explica que as imagens foram sendo constituídas a partir da leitura de Guimarães Rosa, Max Martins e Salomão Larêdo, sobretudo, e também de causos da literatura oral, como as lendas amazônicas, o que pode ser perceptível no título de cada obra.

“Sei que esse título, ‘Chapéu Virado’, pode ser tanto relacionado ao lugar, no caso a praia mesmo, mas as imagens não necessariamente falam sobre esse local, mas desse local de forma ficcional, partindo de outros pensamentos do que seria esse Chapéu Virado, como lenda. Foi quando conheci a obra do Salomão e vi que (o nome) está relacionado com a lenda do boto e essa questão de encanto e da sedução, misturada com a decepção, com desilusão, com a traição. Um dos trabalhos tem esse título, e a traição é pensada em vários aspectos, inclusive de que traição é uma palavra que também quer dizer imagem”, explica o artista sobre o conceito da exposição.

Há ainda um tom confessional nas fotografias, já que Emídio reside atualmente em São Paulo e volta constantemente à sua terra natal para ver a família. “Juntei todas essas questões de literatura e da experiência de vida, como uma confissão, com a busca que seja algo provocativo ao espectador”, explica ele sobre a mostra, contemplada com o Prêmio de Produção e Difusão Artística, da Fundação Cultural do Pará (FCP).

(Divulgação)

Cenários para contar histórias

Q uando fala de traição, a imagem a que Emídio Contente se refere apresenta um animal taxidermizado, mas impossível de definir ao certo de qual se trata. De acordo com Emídio, a única pista que se tem é que seria um mamífero, “mas que na verdade, a maioria das pessoas acaba vendo um cachorro, então é uma imagem que trai, por si só”, comenta. Esta foto, bem como a maioria das obras expostas, foram feitas tal qual o autor gosta: compondo cenários textuais para depois transportá-los ao mundo das imagens.

“Gosto de pensar e construir esse cenário e tentar fotografá-lo como se fosse um acaso que tivesse ocorrido. São imagens que primeiro surgem como texto, quase sempre penso primeiro em texto e a partir daí desenho as imagens e vou fotografar, fazer a imagem. Na exposição, apenas duas imagens não foram feitas a partir desse processo e que entraram na mostra para compor uma narrativa, não necessariamente linear, tanto que a exposição não impõe um início nem um fim dela”, comenta.

As 12 imagens têm dimensões e formatos variados, do análogico ao digital, e foram selecionadas a partir do diálogo com o curador Eder Chiodetto, com quem Emídio já desenvolve uma pesquisa em São Paulo, no Ateliê Fotô, coordenado pelo curador. “O Eder é uma pessoa que acompanha meu percurso e o desenrolar dessa exposição, além de vários trabalhos nesses últimos tempos. Então, quando pensei em alguém para fazer a curadoria, ele foi o primeiro nome em mente”.

Veja

“Chapéu Virado”, fotografias de Emídio Contente
Abertura: Hoje, às 19h
Visitação: de 27/11 a 29/12, de segunda a sexta, das 8h às 18h.
Onde: Casa das Artes (Praça Justo Chermont, 236 - Nazaré)
Quanto: Entrada gratuita

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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