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Espetáculo 'Cinco Homens e um Segredo' chega a Belém com várias sessões

Organizado por um padre, com três frequentadores assíduos e um novato, um grupo de autoajuda formado apenas por homens, de diferentes idades, sexualidades e profissões, debate: “tamanho é documento?”. O dilema masculino é tema central do espetáculo “Cinco

Organizado por um padre, com três frequentadores assíduos e um novato, um grupo de autoajuda formado apenas por homens, de diferentes idades, sexualidades e profissões, debate: “tamanho é documento?”. O dilema masculino é tema central do espetáculo “Cinco Homens e um Segredo”, que chega pela primeira vez a Belém para sessões neste sábado e domingo, às 19h, no Teatro do Sesi. No elenco, estão Edwin Luisi, Roberto Pirillo, Carlos Bonow, Iran Malfitano e Claudio Andrade, trazendo uma dose saudável de humor ao assunto que ainda deixa muitos homens temerosos.

Alexandre Reinecke, principal diretor de comédia da cena paulista, é quem assume as rédeas do texto assinado por Aluísio de Abreu e adaptado de “The Irish Curse”, de Martin Casella. Nas palavras do diretor, o principal desafio trazido por este enredo foi trabalhar os personagens individualmente. “Todos são muito peculiares. Apesar de terem um problema em comum, eles são totalmente diferentes um do outro e lidam com a situação de forma diferente, afinal, cada um chega para aquele encontro semanal com sua própria história, passado, angústias”, diz Reinecke, em entrevista ao Você.

Ele não deixa de assumir que em um espetáculo com tantos homens no elenco, no texto e na direção, o assunto vai parar nos bastidores. “Aí vira coisa de homem, uma brincadeira, apesar de as mulheres morrerem de rir também. Nos bastidores, a minha assistente fazia o contraponto feminino”, conta Reinecke. Diretor de várias comédias de sucesso, como “O Clã das Divorciadas” e “O Homem das Cavernas”, ele diz que a temática foi a grande novidade. “Eu já vinha de uma peça com um grupo de atores, o ‘Toc Toc’, e foi maravilhoso, mas com esse tema é a primeira vez. A peça, além de divertida, eu digo que é um serviço social”.

Cada um com o seu

Ambientada no Rio de Janeiro, “Cinco Homens e um Segredo” é um retrato contundente de como o ser humano e a própria sociedade definem a masculinidade. No roteiro, o grupo de amigos se encontra todas as quartas à noite, no porão de uma igreja católica, em uma reunião de autoajuda para indivíduos com pênis pequeno. Uma noite, porém, um novo integrante se junta aos demais e os leva a se questionarem sobre as relações do grupo e sobre seus próprios medos e fantasmas.

À medida que esses homens se abrem, segredos são revelados e vêm à tona questões sobre identidade, masculinidade, sexo, relacionamentos e status social, em uma jornada que pode redefinir suas vidas. O tema universal se mantém cada vez mais atual, segundo o escritor Aloísio Abreu.

“Nunca havia parado para pensar em como o tamanho do pênis pode afetar a vida de um homem. Seja ele imenso ou mínimo, existe uma lacuna enorme, uma grande solidão, medo da dor da rejeição na vida daqueles homens. Além disso, os personagens são muito bem desenhados, factíveis, reais”, comenta.

O ator Claudio Almeida feito um personagem com tanta sensibilidade. “Ele está noivo, vai casar, tem medo de como a vida dele pode ser afetada, se a noiva vai desistir do casamento. Os personagens são muito humanos, o que eles sentem, as suas reações, ainda que em muitos momentos seja de forma engraçada”, diz ele.

Iran Malfitano, inclusive, garante que apesar do tema delicado, o espetáculo trata o assunto com humor e leveza, levando o público a rir do início ao fim. “É tudo feito com bom humor e sem ofensas, mostrando para quem acha que esse é o grande problema da vida, que ele não é”.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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