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Entre a fantasia e a solidariedade, cosplays ganham destaque em Belém

Os sonhos não envelhecem, mas podem ser adaptados. Vale o mesmo para muitas pessoas que desde a infância ou adolescência admiram algum personagem de histórias em quadrinhos e/ou filmes de ficção. Elas crescem, começam a trabalhar, passam a ter outras funç

Os sonhos não envelhecem, mas podem ser adaptados. Vale o mesmo para muitas pessoas que desde a infância ou adolescência admiram algum personagem de histórias em quadrinhos e/ou filmes de ficção. Elas crescem, começam a trabalhar, passam a ter outras funções e, mesmo com a correria do cotidiano, seguem admirando os seus modelos e herois. Com maiores condições financeiras, passam a investir e se vestir como tal. Surgem assim os cosplays, prática que cada vez mais cresce em Belém.

A prática de cosplays surgiu nos anos 1930, nos Estados Unidos, durante um evento de cultura. Anos depois, nas décadas de 1970 e 1980 se popularizou mais ainda. No Pará, começou a ter mais adeptos e ganhar destaque no início dos anos 2000.

Nos últimos anos, Leonardo Chaves fez inúmeros cosplays em diversos eventos. Fotos: Arquivo Pessoal e Maycon Nunes/ DOL

"Para quem tem interesse em fazer cosplay, a primeira coisa é conhecer bem seu personagem. A partir deste conhecimento, você começa a procurar investir no traje para deixá-lo o mais fiel, o mais próximo possível dele, conhecer os gestos, comportamentos, frases de efeito. Isso é fundamental no cosplay, não somente a vestimenta, mas você se portar como aquele personagem. O investimento você pode aprender a fazer ou pode procurar pessoas que já tenham essa experiência em fazer, que são os cosmakers", afirma o fisioterapeuta Breno Costa, cosplayer há dois anos. Ele é um dos fundadores da Liga Cosplayers de Belém.

"Para virar membro da Liga, a pessoa deve ser indicada por um dos diretores fundadores, para evitar problemas como falta de comproimisso de algumas pessoas. Já acolhemos algumas e elas fizeram coisas erraadas. Para evitar isso, somente os sete diretores-fundadores podem indicar", esclarece Breno.

Tudo bem, tudo legal, mas, afinal, o que é a prática de fazer cosplay? Segundo Leonardo Chaves, administrador de empresas que fez sua primeira performance em 2005, "cosplay, como diz a origem da palavra (costume = roupa + roleplay = interpretação) é quando você 'se transforma' em seu personagem. Isso traz muito da própria infância, de quando você assistia os desenhos que passavam na TV e se identificava com eles, dizendo 'eu quero ser esse personagem'. Nesse sentido, o cosplay também é a realização de um sonho", explica.

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É Leonardo ainda que afirma que, apesar de ter feito o primeiro cosplay há mais de uma década, se considera "cosplayer mesmo de 2013 pra cá, que foi quando eu comecei a levar mais a sério em vez de fazer tudo de improviso", esclareceu. A posição do administrador aponta para a necessidade de maior tempo e mesmo investimento financeiro para alcançar um bom resultado na hora de se fantasiar. No entanto, precisar de dinheiro não é norma. É possível começar de forma autêntica e mais simples.

'Cospobres' são pontos de partida para o mundo da fantasia

À primeira vista, a prática de cosplays pode ser demorada, cansativa e mesmo dispendiosa para quem quer investir nela. No entanto, há alternativas, como os "cospobres", termo de bem humorado utilizado para se referir a cosplays mais simples. Em geral, a denominação alcança quem está começando, como a estudante universitária do curso de Moda Thaís Adão.

"Eu sempre tive vontade de fazer, mas nunca tiver coragem e também muita disposição para ir atrás. No mês passado eu decidi que queria fazer para uma festa de Halloween. Entrei em grupos do Facebook e em grupos de Whatsapp e me deram muita força", disse. É a jovem ainda que afirmou que "eu já tinha ideia mais ou menos do que eu queria fazer, só que tinham coisas que eu procurava, procurava e nada. Passei pela desilusão de comprar pela internet e nunca chegar, aí tive que improvisar. Minha mãe é costureira e isso ajudou. A blusa eu mesmo fiz, o que eu não conseguir achar eu ia fazendo, foi assim, fui me arriscando".

"Todo mundo fala 'ah, está se vestindo só para o Haloween', mas já avisei: vocês vão se surpreender", enfatiza Thaís. Foto: Maycon Nunes

A luta da jovem é também contra a "estranheza" e mesmo preconceito que muitas pessoas ainda possuem em relação aos cosplayers. "Todo mundo pensa que é algo passageiro, não estão levando muita fé. Quando vocês verem vou estar saindo de casa com roupa assim. Eles falam 'tá doida?', mas é algo que quero, que está me fazendo muito bem, que é homenagear personagem. Não é modinha, é uma coisa que a gente sempre gostou. Sempre gostei da personagem, agora estou tendo a oportunidade de homenagear ela", destacou.

Eventos reforçam solidariedade

Além de serem formas de sonhos realizados, os cosplays possuem um papel social imporante. Além de serem algo voltado ao entretenimento e ao lúdico, muitas vezes desenvolvem ações fundamentais, principalmente no ramo da saúde.

Foto: Maycon Nunes

Não é raro as pessoas se vestirem para participar, mais do que concursos, estreias de filmes e outros eventos, de visitas a creches, hospitais e institutos que atendem, populações carentes e pessoas doentes. Um deles é o Instituto Áster, de Belém, que ajuda crianças que possuem câncer e por vezes precisam se deslocar de cidades do interior para a capital para fazer tratamento.

Quem colabora para o instituto é realizado no Cine Nerd, evento que ocorre na faculdade Estácio do Pará e que apresenta um filme em geral considerado nerd e arrecada alimentos para instituições carentes.

Com magia e sorrisos, a edição especial do CineNerd na Estácio ajudou crianças e jovens que fazem tratamento contra o câncer. Foto: Reprodução/ facebook

Para Ana Carolina Souza, estudante da faculdade e que também é voluntária do Instituto, "é muito importante que as faculdades, empresas e outras instituições despertem essa cultura de olhar para o próximo, um indivíduo faz parte de uma sociedade, não me parece normal que a gente olhe o outro e não se importe com as necessidades deles".

Mais que isso: é a jovem ainda que afirma que "gerar essa empatia é plantar uma semente que resultará em pessoas melhores, profissionais melhores e uma sociedade melhor." Tudo isto poderá ser feito sem deixar a magia e os sonhos de lado, como os cosplayers fazem cada vez mais em Belém do Pará.

(Enderson Oliveira/DOL)

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