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Coco de Tebei mostra ritmo tradicional nordestino em Belém e Castanhal

Bate o pé no chão. Tebei! Bate de novo e mais uma vez. Tebei! Tebei! O som que sai do barro com a força dos pés é o que conduz as danças e as letras de uma família de agricultores que há mais de 100 anos começou a transformar a maneira de construir as cas

Bate o pé no chão. Tebei! Bate de novo e mais uma vez. Tebei! Tebei! O som que sai do barro com a força dos pés é o que conduz as danças e as letras de uma família de agricultores que há mais de 100 anos começou a transformar a maneira de construir as casas de barro, em Tacaratu, no sertão de Pernambuco, numa verdadeira festa de união e cantoria. Não se tem registro exato de como essa tradição surgiu, mas ela é mantida até hoje pelos seus descendentes, que formam o grupo Coco de Tebei. Eles se apresentam hoje, às 19h, em Castanhal, e amanhã, em Belém, na programação do projeto Sonora Brasil. A entrada é gratuita.

Os membros, de adolescentes a idosos, não utilizam instrumentos e deixam na pisada a marca sonora de suas composições - tidas hoje como de domínio popular. No coco, os mais velhos cantam e os mais novos respondem, fazendo uma espécie de segunda voz. A cultura antes restrita aos limites da comunidade Olho D’Água do Bruno, em Tacaratu, agora já circula por aí: eles já participaram de eventos no Sesc Vila Mariana (SP), na Feira da Música (CE), no Festival de Inverno de Garanhuns (PE) e no Encontro de Cocos do Nordeste (PB), só para citar alguns.

(Divulgação)

Nos pés, a força do chão

“Sou filha de um dos representantes do grupo, José Lira dos Santos. Somos todos de uma família só. Tebei é a nossa pisada. Nós não usamos nenhum tipo de instrumento, só pés e voz mesmo. Faço parte de uma geração mais nova e é um prazer dançar, a gente faz porque gosta muito. Eu via muito meu pai e minha mãe dançando e essa prática de uma pessoa construir casa e chamar vizinhança para construir e depois deixar o piso plano era uma madrugada dessas comemorações. É como uma diversão muito grande, é uma festa para a gente”, explica Janaína Santos, de apenas 20 anos, uma das integrantes do Coco de Tebei de Pernambuco.

O grupo teve um disco gravado em 2008, “Eu Tiro o Couro do Dançador”, e também foi tema de um documentário, “Tebei”, feito no mesmo ano, com direção de Gustavo Vilar, Hamilton Costa, Paloma Granjeiro e Pedro Rampazzo. É uma forma de resguardar a memória de uma tradição que deixa seus protagonistas muito felizes em realizá-la. “Lembro que ficava pisando pequenina e aprendi a dançar. E agora estou rodando e mostrando nossas raízes e nossa comunidade. É o nosso legado”, diz Janaína.

SONORA

A apresentação do Coco de Tebei no Pará integra a programação da edição 2017/2018 do Sonora Brasil, projeto do Sesc, que desta vez contempla dois temas musicais essencialmente brasileiros: “Na Pisada dos Cocos” e “Bandas Musicais: Formações e Repertórios”. O primeiro diz respeito ao coco de roda, samba de coco, coco de zambê, coco de pareia, coco furado, coco de embolada e diversos “cocos”, para apresentar as variantes dessa expressão lítero-cênico-musical típica da região Nordeste, encontrada em áreas urbanas e na zona rural.

Já o segundo traça um panorama das tradicionais bandas que, espalhadas por todo o país, são reconhecidas como importantes instituições formadoras de músicos, responsáveis pela base da educação musical de um grande número de instrumentistas que hoje integram orquestras e conjuntos de câmara.

Em novembro, nos dias 18 e 19, a programação do Sonora Brasil retorna à capital paraense e Castanhal com o grupo Coco de Zambê, do Rio Grande do Norte, também chamado de bambelô, coco de praia e zambê do pau furado. A manifestação nasceu pela força e resistência quilombola, nos engenhos de cana de açúcar, pelos negros escravizados, que com dança e canto tentavam alivar as dores, tocando tambores e instrumentos artesanais, como o “zambê” e o “chamá”.


(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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