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Artistas realizam assembleia para criar Cooperativa Paraense de Música e Artes Cênicas

Movimentar o cenário artístico, articulando a categoria e mobilizando ideias para a realização de projetos. Este é o objetivo da Cooperativa Paraense de Música e Artes Cênicas, que está prestes a nascer em Belém, a partir da reunião de artistas da cidade

Movimentar o cenário artístico, articulando a categoria e mobilizando ideias para a realização de projetos. Este é o objetivo da Cooperativa Paraense de Música e Artes Cênicas, que está prestes a nascer em Belém, a partir da reunião de artistas da cidade por meio de ações que possam ser realizadas conjuntamente. A iniciativa foi criada pelos artistas Milton Monte, Gabriel Chacal, Suzy Quintella, Adnaldo Souza e Valdeci Tavares, que, inconformados com as dificuldades do setor, resolveram unir forças e propor soluções. A primeira atividade do grupo será uma assembleia na próxima sexta-feira, 15, a partir das 18h, para discutir a minuta do estatuto da entidade, na escola de música Beny Monte. O evento é aberto a todos que estiverem interessados em construir coletivamente a proposta da cooperativa.

A inspiração surgiu de outros exemplos de modelo de gestão cultural baseado no sistema de cooperativismo, como as que existem em São Paulo, por exemplo. De acordo com os proponentes da entidade, será possível testar caminhos e vias para que a produção artística em Belém e no Pará possa ser escoada, além de se pensar também em como manter o mercado de arte vivo, para a garantia de que a mão de obra gerada nos diversos cursos locais possam ser empregadas em espetáculos, shows, apresentações, em diversos formatos.

Milton Monte, que é cantor e professor da Escola de Música da Universidade Federal do Pará - EMUFPA, explica que a ideia é atravessar dificuldades. “Todas as pessoas que saem das escolas de arte querem dar seguimento aos seus projetos, mas nem sempre encontram chance de continuar trabalhando na área. Então, as pessoas vão embora. Eu, por exemplo, passei dez anos fora estudando e voltei porque achei que tinha que voltar”, justifica. “Tivemos a ideia com foco na música, pensamos em ampliar para artes cênicas e, depois, para outras áreas. Queremos unir pessoas que têm potencial absurdo e estão paradas, não estão executando sua criatividade”, diz.

O professor atuou como diretor do Madrigal da Universidade do Estado do Pará durante muitos anos e sabe na pele o que significa manter uma iniciativa cultural sem grandes incentivos. “Este é o principal objetivo da cooperativa: nos mantermos enquanto artistas, para poder produzir e continuar nos apresentando e oferecendo bons espetáculos ao público. Nós vivemos momento muito complexo da política, que afeta a parte financeira e de patrocínios. Em Belém, o mercado também é restrito a poucos empresários que apoiam. Queremos mudar isso”, espera Milton Monte.

A cantora e atriz Suzy Quintella reforça a perspectiva de que juntos é possível começar a delinear uma nova realidade entre as demandas de arte e cultura na capital paraense. Ela, que morou no Rio de Janeiro, agora está de volta e analisa que o cenário tem certa instabilidade, e que a cooperativa surge na tentativa de aplacar esses entraves.

“Participei ativamente de grupos de teatro e hoje vejo que muitos colegas seguiram o caminho da Academia, o que é bom, é uma salvação. Mas não tem espaço para todos e, além disso, existem aqueles que querem continuar produzindo, se apresentando. O meu barato, por exemplo, é o palco”, diz.Ela comenta que a ideia é fazer tal qual a própria origem das cooperativas, enquanto formato de associação de classes criadas em períodos de crise. “Historicamente, os modelos de cooperativa surgiram de uma situação em que as pessoas se uniram e buscaram soluções para se manter, como os operários no Estados Unidos. E nós, como operários da arte, estamos com essa iniciativa para que se possa criar novos fomentos também. No futuro, pensamos em criar uma rede de benefícios, como plano de saúde e odontológico para os cooperados”, projeta.

Gabriel Chacal, que é cantor, continua explicando que por meio da entidade será possível ainda realizar outros tipos de auxílios aos cooperados, a partir da criação de uma espécie de banco de dados de artistas e produtores. “Você é baixista, mas não vai fazer o seu grupo de rock sendo apenas um baixista. Então, você vai na cooperativa e conversa com as pessoas. A entidade tem esse lado de fazer a união artística, com pessoas que se engajem nos projetos, que queriam estudar para determinado evento. É para transformar projetos em realidade, não só do ponto de vista artístico, da criação, mas da manutenção da carreira. Neste momento, enquanto operários da arte, a gente produz, mas às vezes não somos valorizados. A cooperativa servirá também para que possamos negociar contratos melhores, por exemplo”, avalia Chacal.

Serviço:

Assembleia de criação da Cooperativa Paraense de Núsica e Artes Cênicas

Quando: sexta-feira,15, a partir de 18h

Onde: Escola de Música Beny Monte, Avenida Conselheiro Furtado, 1668- Cremação

Quem desejar copiar a minuta para análise prévia pode solicitar pelo e mail: [email protected]

(Dominik Giusto/Diário do Pará)

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