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Festival Afrontchy discute cultura, representatividade e cidadania

Idealizado por universitários, ocorre hoje o Festival Afrontchy. Toda a programação é dedicada a debater e combater a violência que brota do preconceito – seja por questões de gênero ou racismo -, uma realidade fora, mas também dentro das universidades. O

Idealizado por universitários, ocorre hoje o Festival Afrontchy. Toda a programação é dedicada a debater e combater a violência que brota do preconceito – seja por questões de gênero ou racismo -, uma realidade fora, mas também dentro das universidades. O credenciamento do público ocorre a partir das 8h, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA.

A primeira atividade é bem representativa para os organizadores do evento, a mesa redonda “A educação como ferramenta de resistência no combate à homofobia”, com participação de Rafael Ventiniglia, do movimento LGBT Pará.

“Eu acho que discutir é o fator inicial. A gente organiza o evento para levantar a discussão. Recentemente, a gente teve um caso dentro do campus que não foi exatamente uma guerra, mas um embate entre negros e brancos em redes sociais e a partir disso pensamos que a educação é instrumento de superação desses dizeres. A gente acha que é necessário discutir a importância da educação frente ao preconceito e a violência”, afirma Paulo César Rebelo, 26, estudante do 5º semestre do Curso de Turismo, turma que organizou o festival.

As preocupações têm razão de ser. Os alunos destacam o crescimento no número de assassinatos de líderes quilombolas no Pará – de uma morte em 2016, passou-se para 13 em 2017 -, assim como de transexuais, que aumentaram em 22% em 2017. “Esses dados relatam uma contradição: ainda que a sociedade atual esteja caminhando para o reconhecimento, através de leis que protejam os diferentes, há pessoas que ainda se recusam a aceitar essa diferença”, diz Paulo. A segunda mesa redonda do evento, marcada para as 16h, vai abordar especificamente o racismo dentro das instituições de ensino.

Paralelos ao debate, das 14h às 16h, ocorrem os workshops de “Atendimento ao público LGBT”, que abordará a forma como o público LGBT deve ser atendido, principalmente em instituições de ensino, e o “Na Cabeça”, com a cabelereira Karla Malaika, da empresa Black To Black Estúdio Afro, ensinando a fazer tranças afro. Ela explica que as tranças surgiram como pano de fundo de diversos movimentos, “como o Black Power e as Panteras Negras que lutavam pelos direitos da cultura afro”. De acordo com Malaika, em sua origem os trançados podiam ter vários significados, inclusive, sinalizando o status social.

A turma do TQSS Crew, grupo de rap surgido da Batalha de São Brás, é uma das atrações da noite na UFPA (Foto: Divulgação)

Arte de resistência social

As atrações musicais e performáticas do “Afrontchy” estão previstas para ocorrer entre as 19h e 22h, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas, com entrada franca. Os primeiros a se apresentarem são os rapazes do “TQSS Crew”, grupo de rap oriundo da Batalha de São Brás, com um som que vai do boombap ao trap e letras que falam de racismo, educação, política, valorização da periferia e cultura paraense. Integram o grupo Pelé do Manifesto, Everton MC, Moraes MC, Maca, Leo Tex, Mendes, Mc CR7, Brendon B1, Koalla Crew, Rey, Don Chaves, Daniel ADR, DJ Black, Paiakan e Léo Beat Box.

Fechando a noite do festival, o público confere a apresentação de uma geração de drag queens que vêm arrasando no cenário cultural alternativo de Belém. A primeira é Shayra Brotero, conhecida por suas performances em locais como o Studio Garden e o Café com Arte. “Ser drag é poder revolucionar o mundo através da sua verdade expressa pela arte”, afirma Shayra. Depois dela, o público confere ainda a apresentação de Aya Hazaxi, Tiffany Boo e Liz Curry.

Tiffany, que se apresenta desde 2015, já interpretou desde a personagem Jessie, do filme “Toy Story” até a atriz e cantora americana Miley Cyrus, sempre dando um toque regional às apresentações com ritmos paraenses. Já Aya performa inspirada em seu lado otaku (expressão japonesa que designa os fãs de animes e mangás) com looks liados à cultura pop oriental e games. Por último, usando personagens como Elvira, a Rainha das Trevas, e Mortícia Adams como inspiração, o público assiste à performance de Liz Curry, grande vencedora da 3ª edição da “Drag Race”, da decaDance.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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