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Olhar paraense sobre realidade russa

A vida dos ciganos na Rússia é marcada por incertezas, em diversos aspectos, seja no trabalho, nas finanças, na relação com os russos e, sobretudo, na sua própria identidade. A maioria chegou ao país na tentativa de ter uma vida melhor, mas não deu muito

A vida dos ciganos na Rússia é marcada por incertezas, em diversos aspectos, seja no trabalho, nas finanças, na relação com os russos e, sobretudo, na sua própria identidade. A maioria chegou ao país na tentativa de ter uma vida melhor, mas não deu muito certo. Esse complexo cenário social foi filmado pela jornalista paraense Ana Luz e pode ser conferido no documentário “Shi Mae Facis?” ou, traduzindo do idioma maldavo para o português, “O que você está fazendo?”, que será exibido neste sábado, 2, às 16h e às 18h, no Curso de Redação Caxinauá, em Belém. A entrada é gratuita.

Ana foi convidada pela diretora da ONG Children’s Hope - que atua na assistência de crianças órfãs - para fazer vídeos institucionais a respeito da situação vulnerável das crianças ciganas e chegando lá deparou-se com um desafio: fazer uma abordagem documental sobre a realidade, mas sem explorar a miséria. Durante 30 dias, ela acompanhou as atividades da entidade, visitou comunidades vindas principalmente da Moldávia, país que faz fronteira com a Rússia, e da Ucrânia, antigas repúblicas soviéticas. A realizadora conta que eles não são tolerados e têm uma cultura própria, por isso não se encaixam em sistemas nenhum, não conseguem se adaptar em Moscou e muitos querem voltar.

“O que chamou atenção é que os ciganos ficam nas ruas pedindo e têm muitos filhos. Começamos a nos perguntar onde essas crianças ficavam, o que faziam. Elas não vão para escola, a maioria não tem documentos. Os pais não sabem ler nem escrever. Então, para para ajudar as crianças, era preciso saber sobre esses pais, ajudar essas famílias. A maioria deles foi filmada nas suas casas, com as famílias, então, procurei poupá-los da exposição da miséria e mostrá-los como pessoas com dignidade”, diz a realizadora.

Para retratar isso em vídeo, ela buscou algumas sutilezas. Como, por exemplo, no caso de uma ucraniana que ganha a vida tocando sanfona no metrô e tem um filho com paralisia cerebral. Em seu depoimento, ela questionou o porquê de sua habilidade não ser valorizada. Com cuidados como esse, a paraense mostrou que é possível fazer documentário sem fazer uma caricatura de um povo - sobretudo tão distante.

“Apesar das situações difíceis que eles passam, como a abordagem da polícia, eles estão sempre rindo e é da arte que eles se sustentam. Essa ucraniana me disse: ‘por que isso que eu faço é tão degradante?’. Então, registrei ela tocando. Mas ao final da performance coloco isso numa situação triste, com ela sentada numa calçada e falando: ‘eu não mato e não roubo, eu toco’”, descreve.

A diretora realiza também trabalhos voluntários na área de audiovisual para organizações missionárias e humanitárias na Ásia, África e Europa. Atualmente a documentarista está trabalhando em uma produção sobre a Integração de refugiados na Holanda, junto à Fundação holandesa Road of Hope.

(Diário do Pará)

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