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'Sonora Brasil' traz apresentações de grupo cearense para Castanhal e Belém

Uma mistura de dança, música e poesia rimada, o coco é manifestação cultural das mais genuinamente nordestinas. Ele nasce de forma muito parecida com o que o ocorre no carimbó paraense, tendo entre seus mestres e brincantes uma família ou comunidade. São

Uma mistura de dança, música e poesia rimada, o coco é manifestação cultural das mais genuinamente nordestinas. Ele nasce de forma muito parecida com o que o ocorre no carimbó paraense, tendo entre seus mestres e brincantes uma família ou comunidade. São pescadores, artesãos, avós e netos. No Ceará, ele nasce em pequenas comunidades interioranas e praieiras, como Iguape, no município de Aquiraz. Daí nasce o nome grupo Coco de Iguapé, atualmente em circulação nacional através do projeto “Sonora Brasil”. No Pará, eles fazem show hoje, às 19h30, no Sesc Castanhal; e amanhã, às 19h, no Sesc Boulevard, em Belém. Ambos com entrada franca.

Uma roda de coco é feita ao som de cantos e coros, a letra tem uma estrutura de refrão fixo e rima rápida (embolada), por isso o mestre de cada grupo pode ser chamado também de “embolador”. Entre as canções mais populares do Coco de Iguape estão “Café”, “Diga Lá, Marino”, “Meu Navio é Cergueiro” e “Helena”. Todas tocadas com instrumentos bem conhecidos no Ceará, como o caixão, feito de madeira em forma de caixa, o ganzá e o triângulo – este uma característica específica do grupo cearense.

E quem comanda o som é o mestre “emboleiro” Chico Caçoeira (Francisco Renato das Chagas), acompanhado do grupo formado por Renato Cabral, Wellington Monteiro, Gatinho (João Carvalho), Caboquim (José Miranda), Altamiro da Costa, Adonai Ribeiro e Klévia do Iguape (Klévia da Silva). Para todos, foi uma tradição passada pela família. Mestre Chico sempre conta que sua iniciação foi ouvindo o pai cantador de coco. “E o coco tem isso, o coco se você tiver boa memória, você grava eles ‘tudin’ na cabeça, mas tem muito coco que você faz em cima da hora, né?”.

Para isso, eles também se mostram pensadores de seu tempo e de sua condição como parte daquela comunidade. Mestre Chico cita um de seus versos – “sou a madeira que cupim teve preguiça de furar” – e que diz muito sobre o que ele pensa da sua condição de pescador, desbravador do mar, resistente ao sol e ao sal. Já quem não é bom embolador, participa da festa dançando. Todos se apresentam descalços com roupas que remetem à cultura nordestina e à origem praiana, usando o mesmo tecido usado nas velas das jangadas.

Na palma da mão, seguindo o ritmo dos instrumentos, eles dãos continuidade às tradições que vem desde muito antes do pai de Mestre Chico. Para quem ouve o som pela primeira vez e ainda não consegue capturar toda a importância que a manifestação tem para a cultura do Ceará e do Brasil como um todo, o suficiente é deixar-se levar pelo som, daqueles que desafiam o corpo a permanecer parado. A dança do grupo tem como característica ser mais pulada e acontece em pares, um de cada vez no meio da roda.

Reflexão sobre a diversidade sonora brasileira

O grupo está circulando por vários estados através do projeto “Sonora Brasil”, do Sesc, que está em sua 20ª edição. Este ano, a programação é toda dedicada a grupos de coco e bandas musicais: formações e repertórios, dois temas que serão desenvolvidos no biênio 2017/2018 por todo o País com a participação de quatro grupos em cada tema. Por Belém, ainda passam ao longo desse biênio os grupos: Coco de Zambê (RN) e Samba de Pareia da Mussuca (SE). Na passagem do projeto pela capital paraense no primeiro semestre, conhecemos o Coco de Tebei (PE).

De acordo com os organizadores, a intenção é fazer o público refletir sobre essa diversidade sonora que está espalhada pelo País e que tem valor cultural riquíssimo para as comunidades onde nasceram. No caso do grupo Coco de Iguape, a maioria dos integrantes são familiares do mestre Raimundo Cabral, seu criador. Ele mesmo percebeu o envolvimento de seus filhos e netos com o coco e os incentivou, inclusive, identificando em pelo menos um jovem, o perfil de liderança que pode ajudar na continuidade do grupo por muito tempo.

SHOWS

Na Pisada Dos Cocos - Coco de Iguape (Ceará)
Castanhal
Quando: Terça, às 19h30
Onde: Sesc em Castanhal (Av. Barão do Rio Barão, 10 – Nova Olinda)
Belém
Quando: Quarta, às 19h
Onde: Sesc Boulevard (Boulevard Castilho França, 522/523)
Quanto: Gratuito
Informações: (91) 3224-5654/3224-5305

(Diário do Pará)

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