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Exposição 'Feito Poeira ao Vento', do Museu de Arte do Rio, abre espaço para paraenses

Com curadoria de seu diretor, o artista plástico Evandro Salles, o Museu de Arte do Rio apresenta “Feito Poeira ao Vento - Fotografia na Coleção MAR”, exposição aberta neste sábado, 19, e que permanece em cartaz até julho de 2018. Entre os artistas que pa

Com curadoria de seu diretor, o artista plástico Evandro Salles, o Museu de Arte do Rio apresenta “Feito Poeira ao Vento - Fotografia na Coleção MAR”, exposição aberta neste sábado, 19, e que permanece em cartaz até julho de 2018. Entre os artistas que participam da exposição estão vários paraenses, como Berna Reale, Gratuliano Bibas (1917-1997), Guy Veloso, Luiz Braga, Mariano Klautau, Orlando Maneschy, Paula Sampaio, Octávio Cardoso – editor de fotografia do DIÁRIO – e o fotógrafo e artista plástico Dirceu Maués, cujo trabalho “Feito Poeira ao Vento”, dá título à exposição.

A obra assinada por Dirceu, “Feito Poeira ao Vento” (vídeo, 2006), traz uma sequência de 991 fotografias, captadas por 40 câmeras pinholes feitas com caixas de fósforos e que faz um giro de 360° no mercado do Ver-o-Peso mostrando, com o passar do tempo, do frenesi ao esvaziamento do lugar. Quando se olha para essa proposta do artista paraense fica fácil compreender uma das características fundamentais da coleção construída pelo Museu, que é a de agregar experimentos que se dão em plataformas diversas da imagem, seja o livro, a performance, o vídeo.

Sofisticação

Essa significativa coleção de fotografias construída pelo Museu inclui ainda nomes como Marc Ferrez, Kurt Klagsbrunn, Pierre Verger, Walter Firmo, dentre muitos outros. A proposta é mostrar ainda que de artistas pioneiros aos atuais, a prática fotográfica passou por grande sofisticação ao se apropriar pela arte. “Artistas reinventaram não somente a dimensão estética da imagem fotográfica como também seu próprio estatuto documental, inserindo a fotografia no campo da ficção e da reinvenção do mundo”, coloca o texto de apresentação da exposição.

Guy Veloso penetrou no mundo do candomblé (Foto: Guy Veloso)

Na foto de Guy Veloso, o foco é o movimento que expressa a religiosidade do momento captado (Foto: Guy Veloso)

A fotografia como refúgio da estética

Entre os artistas paraenses muitos são os trabalhos que mostram uma relação muito própria entre o autor e sua prática fotográfica. Guy Veloso, que tem 13 fotografias compradas pelo Museu, está na exposição com uma em que retrata o Candomblé, mostrando o movimento das pessoas no momento que entram em transe. “Ela é uma foto de 2012, uma das últimas ainda com equipamento analógico”, comenta Guy.

“Eu reparo que, cada dia, tenho saído do rótulo de fotógrafo documental indo para o artístico, no sentido de imprimir minha estética. Isso está na fotografia em exposição o MAR, ela tem um movimento, está tremida e eu preferi que ficasse assim para que passasse a ideia do movimento feito pela entidade do Candomblé”, diz ele.

Com Octávio Cardoso, que tem por volta de 10 fotografias na coleção do MAR, todas elas parte da série “Lugares Imaginários”, nela está um bom exemplo de como a fotografia é capaz de reinventar o mundo.

“Acredito que o trabalho tem que ter motivação própria, que muitas vezes não é bem identificável. Quando comecei, muitas vezes eu não sabia por que estava fazendo. Nessa série ficou claro para mim que eu estava construindo lugares como se fossem refúgios, lugares onde posso encontrar coisas que não encontro na vida real. Por isso são fotografias muito oníricas, tem nuances de escuridão, névoa, vazio... Uma distorção de cores, fotos muito azuis, muito alaranjadas...”, diz Octávio.

Orlando Maneschy garante que a fotografia o impusiona e que o domina em todas as formas (Foto: Orlando Maneschy)

A imagem fotográfica libera a arte

Também integrando a exposição “Feito Poeira ao Vento”, Orlando Maneschy tem diversas obras no acervo do MAR, entre elas, o vídeo em looping de “Desaparições-Mata Lago Bolonha” e a instalação e o desenho “Marítimo”. Para ele, a fotografia, desde seu nascimento alcança status de arte. Para além da representação. “Ela liberou as artes e terminou por constituir um espaço próprio e um lugar na arte desde o século 19. Hoje a fotografia realmente se expandiu imensamente. Para mim é um campo de experiência em que minha vida é interrelacionada com o fazer fotográfico”.

Maneschy afirma ainda que não fotografa gratuitamente, “tem que ser algo que me impulsiona, que me domina e nasce, como na série de performances para fotografia com técnicas do século 19, como na imagem ‘Um Índio’, que para mim tem poder. Mas esta não está, pelo menos por hora, no MAR (risos)”. O paraense, que acompanhou o projeto do MAR desde seu lançamento, diz que sempre foi apaixonado por ele já que reúne ensino, pesquisa, exposições, projetos direcionados ao público e a estudantes de escolas públicas. “E me identificava com o projeto de Paulo Herkenhoff (antigo diretor), então, participar de mais esse projeto do MAR é um grande prazer!”, finaliza.

Serviço

Feito poeira ao vento | Fotografia na Coleção MAR
Quando: 19/8/2017 a 1/7/2018
Onde: Museu de Arte Contemporânea do Rio (Praça Mauá, 5 – Centro - Rio de Janeiro)

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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