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Tradicional cultura paraense é mostrada no II Festival de Pássaros e Outros Bichos

O II Festival de Pássaros e Outros Bichos inicia hoje, a partir das 18h, no Teatro Margarida Schivasappa, e apresenta a tradicional cultura popular paraense que tem elementos teatrais e musicais – por isso é conhecido como uma ópera cabocla. Para a realiz

O II Festival de Pássaros e Outros Bichos inicia hoje, a partir das 18h, no Teatro Margarida Schivasappa, e apresenta a tradicional cultura popular paraense que tem elementos teatrais e musicais – por isso é conhecido como uma ópera cabocla. Para a realizadora do evento, Laurene Ataíde, este é o início de um novo despontar deste gênero na capital paraense, já que com o passar do tempo vários grupos foram extintos, por falta de apoio e pessoal.

A entrada é gratuita.

Desta vez ela se orgulha de dizer quer além da apresentação de grupo já conhecidos, como o Tucano, comandado por Iracema Oliveira, a guardiã, também a programação terá a Garça, que surgiu no bairro do Marco, tendo Luciana Maciel como guardiã, e o Pavão, coordenado por Raimunda Oliveira (irmã de Iracema), que estava há três anos parado. O festival foi contemplado com o edital cultural da Caixa Econômica Federal e é uma forma de resistência das culturas que vêm do povo.

Para mim é motivo de muita alegria poder ver essa cena sendo retomada. Sou apaixonada pela história dos pássaros e é importante mostrarmos que estamos vivos, é uma cultura bonita, um teatro que existe só aqui, regionalizado. É especial conseguir fazer esse movimento, de criar novos pássaros e recuperar outros. Agradeço todos os dias por poder realizar sonhos que não são só meus. Cada um tem a sua particularidade e agora os guardiões estão escrevendo seus textos”, diz Laurene Ataíde.

Um exemplo é que a apresentação da Garça, com 22 integrantes, terá texto de Vicente de Paula, um de seus fundadores. A história é “Amazônia ameaçada” e contará sobre a devastação da floresta, sobre como protegê-la, além claro, de destacar as nossas belezas naturais e hábitos da região, como o consumo de açaí. Tudo isso no clássico formato do teatro popular, com cenas de romance, drama, comédia. “Isso nos dá uma injeção de ânimo. É que nem uma fênix ressurgindo das cinzas, do esquecimento que a gente estava. Estamos vivos e presentes na nossa comunidade”, completa a realizadora do evento.

“A comunidade fica totalmente envolvida com a história do pássaro, as crianças, as famílias. O pássaro tira o foco dessa violência de hoje para uma coisa boa, lúdica, para que a gente se sente bem. É um teatro diferente dos outros envolve personagens da nossa história indígena, do colonizador. Eu fico maravilhada, encantada. Dá muito trabalho fazer isso, mas a satisfação é maior”, comemora Laurene Ataíde.

O evento se estende até sexta-feira, 25, e reúne guardiões de uma dezena de pássaros de Belém e se configura como um momento de intercâmbio entre os participantes. Uma das novidades desta edição é a realização de um arraial onde serão comercializados produtos de divulgação dos grupos, como camisas, DVDs, CDs, livros, entre outros – e que servem para manter as atividades.

Homenagem a um entusiasta

O II Festival de Pássaros e Outros Bichos terá também uma homenagem à Raimundo Oliveira, pai de Iracema e Raimunda, e um dos principais entusiastas de grupos desse tipo em Belém. De acordo com Iracema, ela sempre recorda do pai como alguém ligado aos pássaros: organizava grupos, compunha músicas, escrevia as peças, mobilizava a comunidade. Ele era carpinteiro de profissão, mas aprendeu a tocar instrumentos de corda por conta própria e usou suas habilidades e alegria para a cultura popular.

“Eu fico muito feliz porque na época do meu pai não tinha imprensa pra divulgar, nem fazer homenagens. Ele foi inicio de tudo, o espírito dele onde estiver deve estar feliz. Todo mundo sabe que eu vim do teatro, das rádios, mas o meu pai ninguém conhecia. E hoje os filhos deles, netos e bisnetos são todos envolvidos com isso, todos estão nesses caminhos dele. A nossa família tem três mestres de cultura, eu pelo Tucano, Iracy pelo Arara-juba, a Raimunda pelo Pavão”, comenta Iracema Oliveira.

As apresentações do festival seguem até o dia 27 de agosto e iniciam sempre às 18h (Foto: Rafael Silva)

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Dia 21 - Apresentação
Abertura e homenagem ao Mestre Francisco Oliveira
18 h - Grupo Junino Tucano,
19 h - Cordão de Bicho Jaquinha
20 h - Cordão de Pássaro Tangará

Dia 22 - Apresentação
18h - Cordão de Bicho Oncinha
19h - Cordão de Pássaro Pequeno Guará
20 h - Pássaro Tem-Tem do Guamá

Dia 23 - Apresentação:
18 h – Pássaro Garça
19 h - Grupo Junino Papagaio Real
20 h – Pássaro Sabiá

Dia 24 - Apresentação:
18 h - Pássaro Bem te
Vi do Guamá
19 h – Cordão de Pássaro
20 h – Pássaro Beija-Flor

Dia 25 - Apresentação:
18 h - Pássaro Pavão
19 h – Pássaro Tem Tem de Mosqueiro
20 h - Pássaro Uirapuru

Dia 26 - Apresentação:
18 h - Cordão de Bicho Oncinha
19 h Cordão de Pássaro Pipira da Água Boa
20h - Pássaro Rouxinol

Dia 27 - Apresentação:
18 h - Pássaro Ararajuba
19 h – Cordão de Bicho Bacu
20h Cordão de Pássaro Colibri de Outeiro

Encerramento com premiação dos grupos e das personalidades

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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