Mezzo-soprano que ensaia nas praças de Belém, canta hoje no Theatro da Paz

Se um dia você passar pelas praças Batista Campos ou da República, ou mesmo no Horto Municipal e pelos arredores da Igreja da Trindade, em Belém, e ouvir uma forte voz entoando pelos ares, é a cantora lírica paraense Aliane Sousa, de 28 anos, mezzo-soprano, apenas ensaiando ao ar livre. Estar em ambientes abertos proporciona que sua voz se expanda - e não a deixe incomodada com a potência e o volume sonoro que emana de si mesma. “Se estou em uma sala fechada, não aguento ouvir a minha própria voz”, confessa.

Aliane integra o grupo de paraenses que apresenta hoje (15), às 20h, um concerto lírico no Theatro da Paz. Os artistas Antonio Wilson (tenor), Luciana Tavares (soprano), Lanna Bastos (soprano), Kézia Andrade (soprano), Idaías Souto (barítono), participam da primeira parte do concerto, e a cantora paulista Ana Lucia Benedetti (mezzo-soprano), vai atuar como solista, na segunda parte. O evento terá trechos de óperas como La Cenerentola e Madame Butterfly:, de GIoachino Rossini; La Gioconda, de Amilcare Ponchielli, Thaïs, de Jules Massenet; Rigoletto, O Trovador, e Don Carlo, de Giuseppe Verdi; Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni; Samson et Dalila, de Camille Saint-Saëns; e Tosca, de Giacomo Puccini.

Mesmo cantando desde criança, somente em 2013 Aliane assumiu a vocação e corre atrás do tempo perdido. No ano anterior, ela participou do Festival Lírico de Salvador (Salvalírico), que tem organização da professora Cyrene Paparotti, e entre os jurados estava António Salgado, barítono português, professor da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo (Esmae), localizada na cidade do Porto, e que a ofertou uma bolsa de estudos no país ibérico, no Instituto Politécnico da mesma cidade. Mesmo sem muito planejamento financeiro, mas com alguns apoios, ela decidiu partir para uma temporada de estudos por lá, já que havia recebido a premiação de Voz Revelação e do Júri Popular.

“Acho que foi lá que eu me assumi enquanto cantora. Demorou, mas me encontrei lá para soltar a voz. Sempre que tinha espetáculo as pessoas elogiavam, dizia que era bonito, mas eu não enxergava tudo isso, não ouvia o que as pessoas diziam que eu cantava. Depois de começar a estudar, vi que tinha outras possibilidades, que conseguia fazer certas coisas e vi que poderia cantar de verdade, com coisas que me deixam mais livres. Agora quero ajeitar a carreira para pagar as contas”, brinca.

PRESTIGIE

“Concerto Lírico”

Quando: Hoje, às 20h

Onde: Theatro da Paz (Praça da República)

Informações: (91) 4009-8758 e 4009-8759

(Dominik Giusti/Diário do Pará)