Grupo mato-grossense in-Próprio Coletivo se apresenta hoje na Praça das Mercês

O que não dá mais em Belém? Que espaços já estão saturados? Onde não cabe mais ninguém? Estes são alguns dos questionamentos feitos pelo in-Próprio Coletivo, na oficina “Corpo e Luz: Experimentações de Grafias no Espaço”, realizada terça e quarta, pela segunda etapa do projeto “Sesc Amazônia das Artes”, no Sesc Boulevard. Os participantes da oficina foram ainda convidados a compor com o grupo mato-grossense a intervenção urbana “Não Cabe Mais, Gente!”, marcada para hoje, às 10h, na Praça das Mercês, no centro comercial da cidade.

De acordo com uma das idealizadoras do coletivo, a atriz Daniela Leite, a performance “Não Cabe Mais, Gente!” só acontece se tiver os artistas de Belém. “A gente já passou por cinco cidades da Amazônia Legal e pelo Piauí. E é muito legal essa troca, porque estamos em uma região que tem o chamado ‘custo amazônico’. É caro fazer essa circulação, ter esse contato o ‘Amazônia das Artes’ proporciona para a gente”, comenta Daniela.

“Durante a residência a gente já começa essa troca perguntando o que não dá mais em Belém, qual a dinâmica de estar juntos em espaços aglomerados em Belém. A gente leva esses questionamentos, essas inquietações de estar numa cidade, para a performance. Vamos mostrar essa grande tela, de corpos alocados, amassados dentro de um plástico. As leituras são muito amplas. O público constrói o que vier, o que te afetar, a partir das imagens que vão ver. E também é provocar a rotina do seu caminho. A gente está bem querendo saber o que não cabe em Belém”, comenta Daniela, que virá acompanhada de mais uma integrante do coletivo, a atriz e iluminadora performer Karina Figueiredo.

O in-Próprio Coletivo existe desde 2014. Apesar de jovem, além do “Não Cabe Mais, Gente!”, tem trabalhos de relevância em Mato-Grosso, seu estado de origem, como o espetáculo “OraMortem”, uma mistura de teatro com música e artes visuais, que passeia por temas como o envelhecer e a sexualidade. Em outro espetáculo, “In-Próprio para Dinossauros”, baseia-se em diversos relatos femininos em um elenco com artistas do teatro e do cinema. “Eu diria que uma das características do Coletivo é trabalhar esse trânsito entre linguagens”, define.

Assista

Intervenção Urbana “Não Cabe Mais, Gente!”, com in-Próprio Coletivo (MT)

Quando: Hoje, às 10h

Onde: Praça das Mercês (Comércio)

Quanto: Gratuito

Duração: 40 minutos

Classificação: Livre

Informações: (91) 3224-5654

Programação completa: www.sesc-pa.com.br

Programação continua durante o mês de agosto

A programação de agosto do Sesc Amazônia das Artes ainda segue na sexta-feira, 11, às 19h, com o espetáculo circense “Se Deixar, Ela Canta!”, da companhia Cangapé (AP). O espetáculo não traz Beyoncé nem Amy Winehouse, muito menos Joelma, mas Perualda, a maior estrela da música amapaense (segundo ela mesma) e que apresentará o show mais importante de sua carreira. Porém, seus assistentes, os palhaços Chimbinha e Mulambo, parecem não estar tão certos assim do enorme talento de Perualda e, já cansados de ouvir sua voz desafinada, tentam o que podem para atrapalhar.

No dia 18, às 19h, quem se apresenta é o grupo Aguadeiro (AC), com o espetáculo “Sobre Outras Janelas e Portas”. No mesmo dia, às 10h, tem a Intervenção Urbana “Existência”, de Maurício Pokemon (PI), que também ministra, entre os dias 14 e 17, a “Oficina de Fotografia e Colagem”, cuja proposta é estimular a criação e a experimentação coletiva na rua, observando e retratando cenas urbanas, e pensando em como transpor para a colagem final – assim como o artista promove em sua intervenção urbana no dia 18, pelas ruas de Belém.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)