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Evento se propõe a debater a cultura e a religião afro-brasileira

E xaltar o candomblé em seus diversos matizes e sem preconceitos é o que pretende a “1ª Semana de Cultura e Religião Afro-Brasileira”, que iniciou ontem e segue até o próximo sábado, 12, com palestras no auditório da Unama Alcindo Cacela, e oficinas, ritu

E xaltar o candomblé em seus diversos matizes e sem preconceitos é o que pretende a “1ª Semana de Cultura e Religião Afro-Brasileira”, que iniciou ontem e segue até o próximo sábado, 12, com palestras no auditório da Unama Alcindo Cacela, e oficinas, rituais e rodas de conversa, na Casa Ilê Asé Agaro Níle, templo localizado no Bengui. As atividades são gratuitas, sem necessidade de inscrição, contando com a participação de professores, pesquisadores e artistas como o fotógrafo Guy Veloso e a figurinista Edivânia Câmara.

O evento mostra-se como boa oportunidade de conhecer uma das raízes mais emblemáticas do povo brasileiro. A ideia da programação surgiu como forma de comemorar os 40 anos de sacerdócio do babálorixá Walmir Fernandes. “Quarenta anos em plena atividade de sacerdócio é motivo de festejo porque é uma dádiva”, diz ele. A data será marcada com uma festa em homenagem ao Orixá Odé, no encerramento da semana, dia 12, na Casa Asé Agaro Níle.

Êdivânia conta que desde já está à disposição do público uma bela exposição de indumentárias e objetos ritualísticos na Casa. No mesmo local, serão realizados alguns rituais de Candomblé e uma gama de oficinas para estimular o conhecimento da tradição afrodescendente. Entre elas, a oficina de “Percussão de Toques Religiosos: Angola, Ketu e Jeje”, com instrutores como o baiano Tata Cambando José Pinheiro dos Santos.

Outra convidada é a baiana iyalorixá Rosália Freitas, que ministra oficina de culinária afro e o Iyawo Leonardo Monteiro, com oficina de dança afro. O próprio organizador do evento, Walmir Fernandes, ministra uma oficina da língua Yorubá. “A gente pensa sempre, enquanto docente, da academia, que religião e cultura estão o tempo todo de mãos dadas. Toda religião é simbólica e quando a gente aborda qualquer uma delas não tem como não unir com questões culturais – como nossa culinária, dança, indumentária, música”, destaca Walmir.

Conhecimento no combate à intolerância

Em suas palestras e rodas de conversa no auditório da Unama, o evento terá nomes expressivos e multidisciplinares como a Prof. Dr. Marilu Márcia Campelo e a Mameto Ti Nkisi Kátia Andrade (Kayanileji Uá Nzambi), que participam na quarta-feira, às 9h, da palestra “Diáspora Africana no Pará: Chegada e Expansão do Candomblé”. Assim como o fotógrafo e pesquisador Guy Veloso e a artista e ajibonan Edivânia Câmara (Iyá Tunde), que participam, às 15h, da palestra “Diferentes Olhares sobre o Candomblé”.

“Você sabe que a sociedade é altamente preconceituosa, não só por questões religiosas. Para nós, olham como algo marginalizado. Isso se relaciona à questão dos africanos vindos para o Brasil, arrancados de suas matrizes. Aqui, naquela época, um país unirreligioso, de olhar só cristão, passou a agredir a identidade do africano e do ameríndio, rompendo a identidade desses povos impondo outra religião. Assim, são olhares que a sociedade lança por desconhecimento”, diz Walmir.

Além de professora e o babalorixá, Edivânia diz que mostrará um pouco de sua trajetória, seu olhar artístico. “Além de figurinista sou ajibonan – quem tem a função da organização dos fundamentos junto ao babalorixá, nos eventos fechados da Casa. Sou da religião há mais de 30 anos e sempre tive o olhar para as indumentárias, achava que podia ser levado para outras pessoas por meio da arte, de forma a diminuir a intolerância. Em 2010, quando entrei para a Escola de Teatro e Dança, comecei a expor lá”, conta. E nessas exposições, desde o início eram as pessoas que não são da religião que mais tinham curiosidade sobre o que cada roupa significava.

“Para cada festa a gente faz uma roupa nova, a hierarquia pode ser vista através das roupas. Fui mostrando meu olhar empírico dentro da religião. E comecei a fazer mais para que as pessoas tenham o conhecimento de como é elaborado dentro da casa...”, explica Edivânia. “Importante levar a cultura do candomblé às pessoas a fim de que a intolerância religiosa deixe de ser prática comum”, defende Walmir, hoje um dos mais respeitados babalorixás do país. “Temos que continuar lutando pelo reconhecimento de nossas causas”, completa,

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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