Casarão do Boneco abre espaço para performances teatrais

Histórias sobre água ganham vida na interpretação do ator Leonel Ferreira, que apresenta amanhã, a partir das 18h30, no Casarão do Boneco, em Belém, a contação “O Menino do Rio Doce”. O texto é uma adaptação do livro homônimo de Ziraldo, e tem em sua versão as histórias também do próprio Leonel, que cresceu no bairro do Guamá e, quando criança, banhava-se nas águas hoje já não mergulháveis do igarapé do Tucunduba. A programação terá ainda exposição de bonecos, barraca de comidas e loja com brechó, livros, CDs e DVDs de produções artísticas locais. O ingresso é na base do “pague o quanto puder”.

“A história é sobre um menino que acredita ser irmão do rio, porque é algo muito presente na vida dele, e assim como o rio cresce quando chove, ele cresce e vê que o rio é o caminho. E isso conduz a vida dele, vai para o mundo. Ele conversa com o rio, aprende a respeitar e um dia se prepara para partir. Escolhi essa história pelo rio ser presente na vida das pessoas que nascem aqui em Belém, estamos em frente à baía. Eu mesmo brincava no rio ao final da tarde”, diz o ator.

Os causos verídicos que Leonel Ferreira ouve pelas ruas e de conhecidos também entram na contação da história do menino de Ziraldo como, por exemplo, a vez em que dois homens estavam andando no meio do mato e acabaram se perdendo no meio do rio. “Tem uma parte de suspense, de drama também. O legal é poder interagir com a plateia, eles começam a contar também as histórias nas águas das redondezas. Também coloquei a história de quando eu era criança e escoteiro, e acabei me perdendo com um amigo”, descreve.

A programação terá ainda o espetáculo de teatro “Sorteio de Contos”, de Lucas Alberto, que apresenta seis contos de lugares distintos do mundo na América Latina, Ásia e África, e cuja apresentação segue um roteiro sorteado em frente ao público.

“Comecei a perceber que há uma universalidade dentro do sentimento de liberdade, das lutas por causas justas e muito dos contos falam disso, luta por direitos, minorias”, explica o autor.

(Domik Giusti/Diário do Pará)