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Atsuo Nakagawa expõe pinturas inéditas em Belém

Quando tinha apenas cinco anos, o japonês Atsuo Nakagawa assistiu a um filme do diretor Rey Harryhausen, conhecido por suas animações em stop motion. “Eu amei os monstros dele, aí comecei desenhar monstro”, conta o artista, cujo interesse pelos “monstros”

Quando tinha apenas cinco anos, o japonês Atsuo Nakagawa assistiu a um filme do diretor Rey Harryhausen, conhecido por suas animações em stop motion. “Eu amei os monstros dele, aí comecei desenhar monstro”, conta o artista, cujo interesse pelos “monstros” nunca mudou. Através da pintura, e mais recentemente, com o grafite, ele tem circulado por algumas cidades brasileiras desenhando quadros e grandes murais com dragões e outras figuras assustadoras, mas claro, com técnicas bem mais aprimoradas que aos cinco anos de idade.

Em Belém, o artista está até o próximo dia 27 com a exposição “Dentro do Rio”, no tattoo studio e gallery bar “Black Ink”. O vernissage ocorre amanhã, às 18h, com a presença de Atsuo. Todas as obras são completamente inéditas.
“Duas semanas atrás comecei a pintar aqui em Belém. Aí todos novos”, explica, em um português ainda engatinhando. Ao todo, o público poderá conferir “13 telas, com 13 monstros em técnica mista”, adianta o artista que, ontem mesmo, ainda pintava a última tela.

As pinturas são inspiradas nos Youkais, demônios ou monstros da cultura oriental (Foto: Divulgação)

Nascido em Kyoto, no Japão, ele conta que a própria cidade foi uma grande inspiração para as criaturas que ele cria em suas telas e murais. “Kyoto tem 1.100 anos, tem muitos anos de cultura. Tem história antiga sobre os monstros que habitavam a cidade, chamados Youkai. E Kyoto tem muitos templos. Templo tem muitos desenhos antigos, e bastante desenho de dragão. Eu amo minha cidade, aí estou fazendo aqui no Brasil os dragões”, explica.

Só é preciso observar alguns dos trabalhos de Atsuo para notar a inspiração dele nos Youkai. Tidas como criaturas mágicas, elas incluem diversos gêneros: a kitsune (raposa), Kodamas (espíritos da floresta), a Yuki-onna (mulher da neve), os Tsukumogamis (artefatos encantados) e os Onis (ogros/demônios). Uma diversidade de monstros tão originais quando os pintados e grafitados pelo artista, que aos poucos conquistou seu espaço também entre os artistas de street art pelo Brasil.

Os desenhos de Atsuo Nakawaga já passaram por Belém durante uma mini exposição individual, no estúdio da artista Drika Chagas, em 2015. Com a realização em um estúdio de tatuagem, ele conta que não tem a intenção, mas se algum dos visitantes desejar, ele pode desenhar algo a pedido, para que o tatuador do Black Ink façar uma tattoo. Já as 13 obras feitas exclusivamente para esta segunda visita expositiva à capital, estarão todas à venda no local.

Encantado pelo Brasil

Atsuo começou sua carreira artística no início dos anos 2000, em exposições coletivas que apresentavam a nova geração artística japonesa, em Osaka (Japão). Suas primeiras individuais foram logo em seguida - “Rei dos Monstros”, em 2003, e “Coroa do Rei do Monstro”, em 2004, ambas na Fukugan Gallery, em Osaka. Em sua cidade natal, Kyoto, Atsuo começou fazendo modelos na produção de targets para a Universal Studios, além de trabalhar com design para diversas marcas.

A primeira exposição que participou no Brasil foi em 2006, com a coletiva “Himegoto”, na galeria Choque Cultural. “Meu amigo grafiteiro Titi Freak e a esposa dele foi quem me apresentou para Brasil, e minha primeira exposição coletiva foi na galeria Choque Cultural, em São Paulo, 11 anos atrás. Aí... Gostei muito do Brasil. Bem diferente do Japão”, diz Atsuo, que em maio de 2011 acabou se mudando definitivamente para a capital paulista e fez sua primeira exposição individual aqui, na mesma galeria.

Ele conta que foi nesse período no Brasil que passou a adotar o grafite. “Eu sou da pintura, não sou grafiteiro, mas, quatro anos atrás, uma galeria, a 7MA, me chamou: ‘vamos grafite’. Aí eu comecei e pintei com amigos. Nossa! Gostei, aí até agora continuo fazendo”, diz ele. Atualmente, Atsuo destaca que além de continuar sua produção artística de figuras de monstros, trabalha para a marca japonesa Macromauro e, no Brasil, para a Japonique, a Asics Onitsuka Tiger Brasil e a New Era Brasil.

O artista é ainda conhecido por participar de grandes projetos, como as campanhas “Converse #combata o cinza” e “Natura #Urbano”, ambas de 2014. No ano seguinte, foi convidado pelo músico Guizado e o Vinyl Lab para preparar uma série exclusiva de vinis artesanais, pintados à mão – verdadeiras obras de arte – do álbum “O Voo do Dragão”. E entre suas grandes exposições no país, em 2016, foi convidado para participar de “Olhar inComum: Japão Revisitado”, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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