Belém terá noite de música franco-paraense

A música é conhecida como uma linguagem universal. Através dela é possível ter encontros, trocas, que de outra forma não seriam possíveis. Como uma mostra disso, ocorre hoje, às 19h, no Theatro da Paz, o ‘Show da Francofonia’, uma proposta da Aliança Francesa de Belém. Juntos, músicos franceses e paraenses apresentarão músicas francófonas bem conhecidas do público brasileiro, além de oito canções autorais criadas em uma espécie de laboratório musical realizado entre os artistas falantes dos dois idiomas. Os ingressos para o concerto já estão à venda na bilheteria do teatro.

Desse encontro participam a cantora paraense Alba Maria, o diretor artístico do show, Steve Shehan (multi-instrumentista, percussionista franco-americano), Christian Belhomme (pianista de jazz francês) e Steeve Brudey (ator, cantor franco-guadalupeano). Estes últimos já tocam no sexteto de Steve, na França, e Belhomme também colabora com os arranjos do show.

“Eles já conhecem minha maneira de trabalhar, então é muito prático”, comenta o diretor. Os paraenses Adelbert Carneiro (baixista), Edvaldo Cavalcanti (bateria) e Kleber Benigno (Percussão – Trio Manari) também compõem a banda base do show.

O concerto tem como objetivo compartilhar com o público belenense os mais belos tesouros cantados em francês, contando ainda com Salomão Habib, Floriano, Jad Guilhon, Carla Cabral e Paturi como convidados especiais para tocar canções como “Milord”, “La Foule” e “C’est à Hambourg”, de Édith Piaf. “De toda maneira é um repertório de quando a música brasileira encontra a música francesa. Então vamos tocar também um pouco de “Carmen” (ópera de Georges Bizet), que vamos mudar um pouco da versão clássica”, adianta Steve.

“Apesar de a música ser francesa, há uma intenção da gente que o público interaja conosco no palco”, diz Alba Maria, explicando a escolha de canções que todo mundo conhece um pouco no Brasil, assim como algumas versões francesas de grandes canções brasileiras.

“Tudo será cantado em francês, mas traremos por exemplo, versões da música brasileira feitas pelo Pierre Barouh nos anos 1970 e que são místicas também na França. Pierre Barouh é um precursor da música brasileira na França e a gente vai recuperar algumas, assim como ‘Águas de Março’ que tem versão francesa de Georges Moustaki”, destaca Steve.

A intenção do show é louvar a cultura francesa no Brasil - aquilo em que a cultura francesa nos influencia até hoje. Por isso, a apresentação será composta também de criação musical franco-paraense inédita.

São oito canções pensadas em conjunto pelos artistas convidados e que irão integrar o repertório.

Elas foram trabalhadas ao longo de uma semana de imersão na sala de ensaios do Teatro Margarida Schivasappa e prometem ser a prova de que, nesse encontro, o idioma da música pode gerar grandes trocas.