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A poética da fé e da Amazônia em livro

Em suas exposições fotográficas, Elza Lima evoca o onírico e faz uma narrativa poética sobre a vida de ribeirinhos e caboclos amazônidas, enquanto Guy Veloso nos leva para um mergulho inquietante e profundo na fé dos devotos de diversas religiões praticad

Em suas exposições fotográficas, Elza Lima evoca o onírico e faz uma narrativa poética sobre a vida de ribeirinhos e caboclos amazônidas, enquanto Guy Veloso nos leva para um mergulho inquietante e profundo na fé dos devotos de diversas religiões praticadas no País. Agora, as obras de ambos os paraenses são transportadas para sua primeira representação individual em livro, compondo os volumes 5 e 6 da Coleção Ipsis de Fotografia Brasileira.

O lançamento ocorre no 7º Festival de Fotografia de Tiradentes, incluindo exposição e bate-papo, hoje, com Elza Lima; e sábado, 25, com Guy Veloso, na cidade mineira. Criada em 2013 para prestigiar a fotografia nacional, a Coleção Ipsis já apresentou a produção de fotógrafos referenciais na pesquisa da brasilidade em diversas manifestações, como Araquém Alcântara (SC), Nelson Kon (SP), Cristiano Mascaro (SP) e Thomaz Farkas (Hungria), que compunham os quatro primeiros volumes.

Para Eder Chiodetto, responsável por essa seleção de grandes autores, Elza soma a essa coleção uma fotografia de “poética fluída e especial”, capaz de intercalar diversos planos, “fato que confere grande originalidade à obra da artista”. Já em Guy, ele destaca a intensidade da imersão alcançada pelo fotógrafo. “É intrigante perceber, na evolução do arquivo de fotografias de Guy, a forma como sua fotografia foi se tornando cada vez mais orgânica diante de seu objeto de pesquisa, até o ponto em que o objeto se torna sujeito”, aponta.


Elza Lima reuniu imagens dos primeiros 20 anos de carreira, que mostram como a Amazônia mudou (Foto: Elza Lima/Divulgação)

“Meu trabalho é muito voltado para o sonho”. Elza Lima conta que escolheu apresentar no livro os primeiros 20 anos de sua trajetória. São quase 100 imagens que mostram como a Amazônia era diferente quando ela começou a fotografar, em 1985.

“Eu acho que a função do livro, de publicar as minhas fotografias, é aproximar meu trabalho do grande público. E acho que a coleção apresenta bem meu trabalho, em que debruço nessa Amazônia poética que vivenciei em criança. Viajei muito com meus avós e tinha muito disso na minha memória”, ela conta.

A fotografia entrou na vida de Elza antes que tivesse consciência dela, quando, ainda criança, descobriu fascinada, dentro de um armário, uma foto que o bisavô trouxera da Europa. Ao retratar o interior da região amazônica, ela relembra o imaginário vivenciado na infância ampliado com a leitura de clássicos, de obras sobre a Amazônia e de mitologia. “Acredito que um bom fotógrafo está sempre respaldado no imaginário. Meu trabalho é voltado para o sonho”, diz ela.

Manifestações religiosas são destaque na trajetória de 30 anos do paraense Guy Veloso (Foto: Guy Veloso/Divulgação)

“Virei meu próprio tema”

Uma cultura imaterial existente, riquíssima, que emociona e transcende, assim Guy Veloso define as manifestações religiosas que fotografa há 30 anos, com especial destaque aos penitentes que cometem autoflagelo, um dos destaques da 29ª Bienal de Arte de São Paulo. Trabalho dedicado, vivenciado, fruto de uma pesquisa aplicada, que abriu um diálogo tão intenso entre autor e objeto fotografado que fundou numa rara e extraordinária situação: “virei meu próprio tema”, diz o fotógrafo.

Para Guy, como ele mesmo conta no livro, houve uma virada em sua vida quando começou a ver filmes sobre o sertão, de diretores como Walter Salles e Glauber Rocha. Eles deram a ele motivação para conhecer o Nordeste como fotógrafo, e assim foi parar em sua primeira romaria de Juazeiro do Norte. “Aquilo é fantástico, virou minha cabeça. Foi quando comecei a reparar que a maioria das fotos que eu tinha, anteriores, não eram de Belém simplesmente; eram de algo da cidade vinculado com a religiosidade. Foi quando assumi esse tema, que talvez eu leve para o resto da vida.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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