Ator pede ajuda para seguir carreira fora

O ator paraense Rodolpho Sanches embarcou neste final de semana para o Rio de Janeiro, para passar uma temporada de estudos e trabalho na Escola Livre de Palhaços (Eslipa), idealizado pelo grupo Off-Sina. Ele foi um dos 112 selecionados para compor a nova turma da escola,e terá aulas de técnicas circenses, palhaçaria e produção cultural, por exemplo. Sem bolsa, o ator recorre à colaboração de amigos e interessados em apoiar esta etapa de sua carreira, e está aceitando doações.

Rodolpho Sanches é graduado em Teatro pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e integra o grupo de pesquisa Clown Nosso de Cada Dia, coordenado pelo professor e fundador dos Palhaços Trovadores, Marton Maués. Ele é o segundo paraense a ser selecionado para a temporada na Eslipa. O primeiro foi Antônio Marco, dos Palhaços Trovadores. De acordo com Rodolpho, esta é uma oportunidade de realizar estudos e intercâmbios culturais sobre a arte do palhaço e não só com alunos de todo o Brasil, mas também da Argentina, Uruguai, Colômbia. A aula inaugural ocorre neste domingo, com o palhaço mexicano Aziz Gual - conhecido por incorporar o monociclo e instrumentos musicais em suas apresentações - no Largo do Machado, centro da capital fluminense.

“Esse é um curso referência para quem se dedica à pesquisa e formação de palhaço, e uma escola muito concorrida. Ter sido aprovado é uma honra, vou estar com muitos outros palhaços. Então, estou muito feliz, é uma realização do meu trabalho. Na primeira semana estarei em hospedagem solidária providenciada pela Eslipa, mas vou tentar outros trabalhos para me manter por lá. Por isso, faço essa campanha para chamar quem puder contribuir com a arte e pesquisa que desenvolvo”, diz.

Carreira

Rodolpho Sanches iniciou sua carreira no teatro em 2008, em uma oficina no Curro Velho e logo depois foi aprovado para a primeira turma de graduação em Teatro da UFPA. Na faculdade, a disciplina que mais o instigou foi justamente a de Clown e a partir daí ele passou a se dedicar a projetos sobre palhaçaria.

“Me apaixonei pela linguagem. Faço parte do grupo de pesquisa desde o primeiro ano, já produzimos seminários. Nesse período, algumas cenas foram surgindo e comecei a me moldar como palhaço também e ano passado apresentei meu primeiro espetáculo solo”, conta.

Rodolpho diz que seu espetáculo é um “show de fuleiragem”, uma junção de esquetes que ele já vinha desenvolvendo e as aprimorou para transformar em um roteiro. Ele pesquisa também os Pássaros Juninos paraenses e teve como orientador o professor João de Jesus Paes Loureiro. Atualmente, faz um paralelo entre o quadro da “matutagem” e o papel do palhaço dentro da atividade cênica-musical da cultura popular paraense.

“Por mais que os matutos não sejam palhaços, ambos atuam para provocar o riso na plateia. São personagens cômicos que aparecem logo após momentos de drama. E atuam de modo semelhante, recorrendo a piadas comuns, citações eróticas. São espertos e bobos”, explica o ator, que acredita que o papel do palhaço é fundamental para balancear os momentos de tensão das atividades cotidianas. “Nós produzimos o que médico nenhum faz, que é o riso, que é o melhor remédio do mundo”, completa.

Serviço:

Para ajudar o ator Rodolpho Sanches pode fazer doações no Banco do Brasil, Agência 3702-8 , Conca Corrente 35107-5.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)