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Mostras discutem conexão do homem com água

Nas gravuras, fotografias e desenhos de Ernesto Bonato, a água aparece como elemento central, em uma inspiração de cunho filosófico, que traduz para suas obras um questionamento sobre a vida e sobre o uso do líquido. Essa pesquisa plástica rendeu ao artis

Nas gravuras, fotografias e desenhos de Ernesto Bonato, a água aparece como elemento central, em uma inspiração de cunho filosófico, que traduz para suas obras um questionamento sobre a vida e sobre o uso do líquido. Essa pesquisa plástica rendeu ao artista uma missão hercúlea – uma gravura de grandes dimensões que levou cinco anos para ficar pronta. Exposta em Campinas, juntamente com outras produções, após uma residência artística, será apresentada a partir de hoje em Belém, na exposição “maré.02”, na Casa das Onze Janelas, com entrada franca.

“O projeto faz parte de uma busca pelos cinco elementos. A gente tem essa ligação imanente com a água, a gente vem da água, carrega água dentro da gente, somos uma gota de oceano. A salinidade no nosso sangue e nos líquidos que as células têm é muito parecida com a constituição do oceano de eras antiquíssimas. É como se estivesse separado do oceano antigo e carregamos isso”, explica Bonato.

Na exposição, serão apresentados, além da xilogravura, músicas realizadas com um grupo de músicos de São Paulo durante a residência, outras três gravuras da série “Deambulatório”, e o vídeo “Hymnos” (hino em grego). Para o artista, será especial apresentar o trabalho em Belém, justamente na sala de pedras onde antes funcionava um restaurante na Casa das Onze Janelas - onde ele já expôs em mostras coletivas, mas esta será a primeira vez em uma individual no espaço.

“Quando entrei nesta sala, pensei que seria o local ideal para essa exposição. O Maré está sendo gestado desde 2001, quando comecei a pensar a trabalhar com grande volume de água. Fui fazendo experiências até chegar nesse formato, e desde essa época pensei em levar para Belém. O significado de expor aí (na Casa das Onze Janelas) é sobretudo estabelecer relação com a paisagem local. Escolhi a sala de pedras pois tem tudo a ver com o trabalho. Parece que foi concebido para ser mostrado aí. E o som do vídeo que acompanha foi recolhido pela Nasa na lua”, explica.

As obras também expõem um questionamento para como a água é usada hoje em dia, sobretudo “a forma quase dramática por conta da forma como nós, apesar de dependermos e sermos parte desse elemento, o temos tratado. Não é só estético ou artístico, mas faz uma consciência de si, de estar no mundo, da relação com as coisas que te rodeiam, quem você é. Espero despertar essa consciência sem ser panfletário ou dirigido. Espero que apareça a partir da experiência sensível, silenciosa e desarmada com a imagem, que possa gerar reflexão e mudança de atitude”, finaliza.

ULYSSES BÔSCOLO MOSTRA GRAVURAS FEITAS NO PORTO DO SAL

Da experiência de viver às margens do rio, nas imediações no Porto do Sal, no bairro da Cidade Velha, em Belém, o artista paulista Ulysses Bôscolo desenvolveu uma nova forma de pensar seu próprio trabalho. A xilogravura impressa no papel deu lugar à impressão em tecidos leves e mais fáceis de serem colocados acima da madeira para a estampa gravada, já que ele não conseguia fazer o trabalho no intenso calor da capital paraense, no fim de 2016, durante residência artística provocada pelo projeto Aparelho. O resultado disso tudo, ele apresenta na exposição “A Sombra das Mangueiras”, que abre hoje, às 19h, na Casa das Onze Janelas.

Essa virada e descoberta - ou ainda um mistério, como ele diz - sobre os caminhos de sua própria poética, se deu ainda no percurso da pesquisa pelas imagens. Instalado no box 3 do Mercado do Porto, diariamente colocava-se a postos para trabalhar desenhando transeuntes, feirantes, moradores, cães, urubus, árvores, o movimento do rio.

Xilogravuras ganharam impressão em voal, com imagens inspiradas no movimenot do Porto do Sal. (Foto: divulgação)

“Comecei a imprimir em tecido, porque no auge do verão aqui não consegui imprimir cópias em papel. A tinta secava muito rápido. A matriz não respondia à tinta a óleo. Eu lembrava de algumas experiências que o Ernesto Bonato já havia realizado, com gravura em voal, e lembrava também de algumas estampas indianas feitas em tecido, e me veio essa ideia”, explica Ulysses, que em paralelo ao processo de gravação na madeira passou a realizar retratos das pessoas do Porto do Sal.


Amanhã, às 19h, junto com as exposições abertas na Casa das Onze Janelas, Bôscolo se une a Bonato em um diálogo sobre gravura contemporânea mediado pelo gravador paraense Armando Sobral.

VEJA

Exposição “maré.02”, do artista Ernesto Bonato
Onde: Espaço Cultural Casa das Onze Janelas - Sala Térrea (Praça da Sé – Cidade Velha)

Exposição “A Sombra das Mangueiras”, do artista Ulysses Bôscolo
Onde: Espaço Cultural Casa das Onze Janelas - Sala Laboratório das Artes (Praça da Sé – Cidade Velha)
Abertura : Hoje, às 19h
Visitação- 17 de fevereiro a 21 de abril de 2017, de terça a sexta, das 10h às 16h, e sábado, domingo e feriados, das 9h às 13h
Visitas:40098845 - Ademar Queiroz

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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