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“Café com Poemas” inaugura com Antônio Moura

A poeta polonesa Wislawa Szymborska escreveu no poema “Entre Muitos” que a sorte tem sido favorável. Versando sobre a vida, o texto fala ainda sobre a sua vida. Quem teria sido afinal, se fosse outra? Mas ela reponde: “não tive escolha”. E contenta-se com

A poeta polonesa Wislawa Szymborska escreveu no poema “Entre Muitos” que a sorte tem sido favorável. Versando sobre a vida, o texto fala ainda sobre a sua vida. Quem teria sido afinal, se fosse outra? Mas ela reponde: “não tive escolha”. E contenta-se com a jornada. Este é um dos poemas que serão lidos pelo poeta Antônio Moura na programação do Café com Poemas, que estreia hoje, às 18h30, no Café Campina, em Belém.

O escritor conta que a atividade será uma roda de conversa com artistas, poetas e interessados no assunto, para estreitar laços e abrir um espaço de diálogo sobre literatura e projetos. Ele escolheu a polonesa para esse primeiro encontro pelo fato de seus poemas reunirem várias características. “Isso pode ser percebido numa obra só, o que a torna uma espécie de poeta completa, universal. Ela tem a capacidade, por exemplo, de pensamento e de observação muito grande e isso é feito através de uma dicção aparentemente coloquial, mas é aparente, porque ali estão todos os elementos: a sonoridade, as imagens, a complexidade de pensamentos. É uma poesia complexa e fluida”, comenta.

Wislawa Szymborska, nascida em 1923, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1996, aos 73 anos. E ela teve uma carreira interrompida: foi censurada e só após ficar idosa passou a ter sua obra reconhecida. Ainda assim, era pouco conhecida fora dos limites de seu país. Hoje, seus poemas, no entanto, estão traduzidos para diversas línguas, e em 2011 teve uma compilação lançada no Brasil pela editora Companhia das Letras. A poeta brasileira Ana Cristina César, que recentemente tem sido destacada por sua obra, foi uma de suas tradutoras por aqui.

Antônio Moura diz que foi paixão à primeira lida e que ficou impressionado com as palavras de Wislawa, tanto que escreveu um poema especialmente para a polonesa, e também o apresentará no Café com Poemas, cuja audiência será limitada pelo espaço do Café Campina.

De acordo com o idealizador do evento, o músico, escritor e compositor Pedro Vianna, a ideia é mesmo que se possa reunir pessoas de forma intimista, para um diálogo sem rebuscamento ou academicismo, mas focado no fazer artístico e no prazer da leitura. Além disso, a programação tem ainda o objetivo de ser mais um estímulo aos círculos de escritores, para que se fale sobre a produção contemporânea paraense, entrelaçada a outros nomes.

Vianna explica que a ideia é manter encontros mensais: “Queremos falar sobre poemas e poetas, sobre literatura em diversas vertentes e cruzamentos com outras linguagens e criar relações entre as pessoas que gostam do assunto, que produzem. Temos muita produção boa hoje aqui e queremos compartilhar nossas experiências sobre processos criativos também. Quero fortalecer essa cena e colaborar nesse sentido”, diz Pedro Vianna.

O convidado

Antônio Moura é poeta e tradutor e tem sete livros publicados, quatro de poesia e três como tradutor. São eles: “Dez” (Super Cores – Belém, 1996); “Hong Kong & Outros Poemas” (Ateliê Editorial – São Paulo, 1999); “Rio Silêncio” (Lumme Editor – São Paulo); “A Sombra da Ausência” (Lumme Editor São Paulo); “Quase-sonhos” (tradução de Presque-songes, de Jean-Joseph Rabearivelo – Lumme Editor – São Paulo, 2004); “Traduzido da Noite” (tradução de Traduit de La nuit, de Jean-Joseph Rabearivelo – Lumme Editor, São Paulo 2007) e “Contra o Segredo Profissional” (tradução de Contra el secreto professional) de César Vallejo – Lumme Editor – São Paulo 2006).

Em 2008, o seu livro “Rio Silêncio” recebeu o Prêmio John Dryden, na John Dryden Translation Competition (Londres – Inglaterra), em tradução para o inglês de Stefan Tobler. Já foi editado na Inglaterra, Espanha, México, e está sendo traduzido para o alemão, por Niki Graça, e para o francês por Cécile Alves.

Atualmente, Antônio Moura trabalha na tradução do poeta franco-belga Guy Goffette, e no romance “A Outra Voz”.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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