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Paraense ministra oficina sobre obra poética

Tô cansado/ E você também/ Vou sair sem abrir a porta/ E não voltar nunca mais/ Desculpe a paz que eu lhe roubei/ E o futuro esperado que eu não dei/ É impossível levar um barco sem temporais/ E suportar a vida como um momento além do cais”. Os versos do

Tô cansado/ E você também/ Vou sair sem abrir a porta/ E não voltar nunca mais/ Desculpe a paz que eu lhe roubei/ E o futuro esperado que eu não dei/ É impossível levar um barco sem temporais/ E suportar a vida como um momento além do cais”. Os versos do cantor e compositor Jards Macalé são para além de letra de música, vivem como poesia. As palavras de Macalé e dos poetas Péricles Cavalcanti e Waly Salomão são usadas pela artista paraense Danielle Fonseca na “Micro-oficina de Letra e Poesia”, que ela ministra de hoje até quinta-feira, 26, na Kamara Kó Galeria.

A oficina integra a programação paralela da exibição de seu vídeo “Posseidon é Cabra, Abelha e o Movimento dos Barcos”, que segue em exibição até o dia 29, na Casa das Onze Janelas, em Belém. A ideia, diz Danielle, não é falar da música em si, mas da escrita e da construção da poesia dos três autores, a partir da análise de letras das canções, já que os três integram a trilha sonora do audiovisual que versa sobre seres aquáticos, esportes, filosofia e literatura.

“Esses três permearam a construção do filme e eles têm influências das escolas que gosto, têm ligação com tropicalismo, com a poesia visual. Além disso, são autores que estou lendo mais agora e não colocando apenas na categoria de compositores. Acredito que a letra se sustenta sem a melodia, independente da música, e isso me atrai. Gosto de escritores que navegam por outras coisas, que tenham influências das artes visuais, poetas com visão ampla, da música para o cinema, por exemplo”, comenta Danielle Fonseca.

O curso será iniciado com a apresentação da obra de Péricles Cavalcanti, carioca, autor de letras como “Negro Amor”, versão para “Baby Blue”, de Bob Dylan, feita com Caetano Veloso, “Elegia” – gravada pelo cantor baiano -, além de “Medo de Amar nº3” e “Porto Alegre”, na voz de Adriana Calcanhotto. É dele a letra de “Posseidon”, que consta no vídeo da artista. A sua trajetória também tem ligação com os clássicos da literatura e filosofia grega e por isso foi escolhido por Danielle para o começo da oficina.

“Ele é mais recluso, tem composições mais introspectivas e possui ligação com a tradição clássica. Entrei em contato com ele e pedi os direitos para usar a música na minha obra, e além da música, ele narra a composição no início do filme. Vou começar com ele de propósito para falar sobre esse passado remoto, que é importante para os poetas contemporâneos”, comenta a artista.

Jards Macalé também é carioca e conhecido pelas letras pungentes. Trabalhou ao lado de Maria Bethânia e teve inúmeras canções gravadas por Gal Costa - como “Mal Secreto” -, Paulinho da Viola e outros. Já Waly Salomão é baiano e também aproveitou a potência da palavra para compor para intérpretes durante o movimento tropicalista, na década de 1960. E em parceria com Macalé, escreveu “Vapor Barato”, também famosa na voz de Gal. “Gosto muito do Macalé porque é ligado à performance, já atuou em filmes. O Waly não tem música no filme, mas como escreveu ‘Mel’ para Maria Bethânia, é uma das referências no vídeo”, comenta. Ao final da oficina, cada participante fará exercício de composição também.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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