Organizar viagem com ajuda de uma concierge

Gestor do tempo, guardião das chaves, anjo da guarda é como você pode chamar este profissional, ou em tempos mais modernos, esta empresa. A palavra “concierge” remete “àquele que detém as chaves”, ou seja, aquele que tem o necessário para abrir um universo inteiro de possibilidades e ajudar na melhor gestão do seu tempo. Como essas empresas fazem isso? Elas criam uma estrutura de parceiros para serviços que vão desde a organização da casa e de jantares sofisticados, até viagens com roteiros inusitados e acesso aos melhores shows e espetáculos pelo mundo todo. Você, só precisa dizer o que deseja. Um luxo só!

Márcia Primo Costa, criadora de uma empresa com este conceito, a Bespoke Life, no mercado há cinco anos, conta que a ideia de atuar como concierge surgiu de uma necessidade pessoal. “Eu era uma executiva do ramo da tecnologia, não tinha muito tempo, e quando fiquei grávida da minha filha precisei encontrar um arquiteto para o quarto de bebê, alguém para fazer a cortina e tapetes, outra pessoa para a pintura. Eu não tinha tempo para o enxoval, meu marido que foi comprando as coisas aos poucos. Era para ser uma coisa simples – um quarto de bebê –, mas eu precisava encontrar umas sete pessoas diferentes e não tinha alguém para fazer a gestão disso”.

A empresária decidiu, então, iniciar o novo negócio. Para isso, encontrou uma parceira à altura, Giselle Loyola, modelo desde os 13 anos, profunda conhecedora do universo fashion e apaixonada por arte e viagens, o tipo de serviço que mais é procurado pelos seus clientes. “Planejamento de viagens, tarefas domésticas, como colocar a casa em ordem e treinamento de funcionários, assim como surpresas de aniversário de casamento, gente que a filha vai fazer 15 anos e não quer festa, mas algo diferente. São estas pessoas que mais nos procuram. A ideia é criar situações exclusivas para estes clientes”, explica Márcia.

Entre pessoas que não abrem mão desse serviço no país estão as blogueiras Lu Tranchesi e Lala Rudge, assim como as cantoras Carol Celico e Ivete Sangalo. “Normalmente, nosso público é aquele de maior poder aquisitivo. Nosso serviço é cotado por hora (são R$ 345 por hora). Dependendo do que você procura, uma hora é suficiente para você ter um serviço executado, não é algo inacessível. Nós gerenciamos o tempo de nossos clientes, algo extremamente precioso”, diz Márcia. “Em outros países, a gestão de estilo de vida é algo usual. Há quem ache um serviço desnecessário, ou de alto custo, mas essa opinião é facilmente modificada quando uma situação específica é facilmente resolvida e com excelência”, diz a empresária.

Concierge vitual

Algumas ajudinhas podem vir por meio de consultas online sobre quaisquer assuntos, como serviços de despachante, treinamento de profissionais para serviços domésticos, sugestões e compra de presentes personalizados, consultoria de imagem, planejamento de lista de presente e gerenciamento de mudanças. Neste caso, é possível contratar pagando uma mensalidade. Os prazos para retorno são de 48 horas para assuntos diversos e até 2 horas para urgências. “A pessoa tem acesso a informações que precisa como ‘quebrou uma taça de cristal, tem concerto? Onde levo?’, ‘vou à Paris, quais os restaurantes mais recomendados? Pode me ajudar a fazer reserva?’. São situações em que você não precisa de apoio físico”, explica Márcia.

Chique é ser sustentável

Aempresária destaca ainda que o conceito de luxo valoriza a qualidade, a sustentabilidade e os benefícios oferecidos por produtos fabricados em um modelo produtivo sustentável e inovador, mais do que simplesmente um custo alto. Por isso, sempre se atualiza com fornecedores de diversas áreas que podem ajudar na tarefa de contribuir para um consumo consciente. “Acho que é uma política desde o inicio da Bespoke Life e que foi crescendo com a demanda. Tratamos com uma consciência de consumir menos, tentar passar para frente, revender o que não se usa, ver a melhor forma de descarte, reciclagem, principalmente em serviços como o de organização de casas e empresas”, diz Márcia.

(Laís Azevedo/Diário do Pará)