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Peter Weibel tem obra exposta no Brasil

Em “Síntese de Duas Máquinas Sequenciais”, performance realizada em 1967, o artista austríaco Peter Weibel leva a interação humano-máquina para um teste de resistência. O gravador ordena com sua voz robótica: “liga”. E o artista rebate: “desliga”. Nesse d

Em “Síntese de Duas Máquinas Sequenciais”, performance realizada em 1967, o artista austríaco Peter Weibel leva a interação humano-máquina para um teste de resistência. O gravador ordena com sua voz robótica: “liga”. E o artista rebate: “desliga”. Nesse diálogo permanecem por longas horas. Quem ou o quê é mais forte? Quem ou o quê se renderá primeiro? Com que aparato tecnológico dos dias atuais poderíamos refazer tal embate de forças para saber quem domina quem? Um celular, talvez?

É uma das características da performance ligar-se diretamente à realidade, seja para repensar ou interferir sobre ela. E por mais que uma pequena adaptação - como a troca entre um gravador à pilha e um celular - seja necessária após algumas décadas, a essência do que está sendo debatido permanece e é inteligível. Na mostra “Peter Weibel: The Messenger”, aberta até o dia 30 no Rio de Janeiro, em que pela primeira vez são apresentados no Brasil vídeos e fotos de performances realizadas pelo artista nas décadas de 1960 e 1970, além de trabalhos de poesia visual, tudo isso fica muito claro.

“A ideia foi trazer um pouco do que é historicamente conhecido como performance”, explica a curadora Caroline Menezes, que pesquisa nos países de língua alemã (Alemanha, Áustria) sobre esta linguagem. Ela aponta Peter Weibel como um pioneiro. Em depoimento do artista presente em vídeo na exposição, ele conta que sua geração, jovens do final da década de 1960, vinham de um trauma muito grande na Europa, a Segunda Guerra Mundial. E passaram por uma crise de representatividade.

“As artes que trabalhavam uma representatividade – pintura, literatura - não foram capazes de cessar o regime totalitário. Então eles começaram a pensar nesse possível desdobramento da realidade, em trabalhar a obra de arte como ação imediata e como se artista, obra e a experiência artística fossem uma coisa só, e compartilhando isso em tempo real com o público. Passaram a pensar que só trabalhando a realidade seria possível mudar a sociedade”, explica Caroline, que atualmente trabalha no Museu ZKM, dirigido por Weibel, na Alemanha, e conhecido como um dos mais importantes museus dedicados à arte e tecnologia do mundo.

A exposição traz uma retrospectiva poética das primeiras décadas do trabalho de Peter Weibel, um amplo repertório que reúne performance, filme experimental, vídeo arte e poesia visual. Um percurso em que o artista parte de reflexões da semiótica e linguística, questões do corpo e de gênero e desenvolve linguagens plurais que atravessam a relação entre humano e máquina e desdobram-se em performance.

“Ele ficou muito contente em expor no Brasil. Ele sendo historiador teórico, conhece bastante do nosso legado. Ele me disse que esse trabalho (uma performance com uma máquina de escrever em que sobre as teclas há tachinhas prontas para perfurar o escritor) é um legado da poesia concreta que no Brasil floresceu tanto. Como Augusto de Campos transformou a forma de você ver a linguagem, ele afirma, essa obra dele seria um desencadeamento dessa forma de poesia concreta”, conta Caroline.

(Laís Azevedo/Diário do Pará)

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