Músico trabalha em seu 2° disco e outros projetos

Elder Effe não para. O músico e compositor trabalha em seu segundo CD solo, ainda sem previsão de lançamento. A meta é dar início às gravações ainda esse ano e lançar alguns singles. A questão é saber organizar a agenda de projetos de Elder, que não é curta.

“Venho montando as músicas, ensaiando, para realmente escolher o repertório”, diz ele. “Agora estou finalizando o CD e DVD novos do Espoleta Blues e sei que tem um período que vamos ficar focados nisso. Então só devo lançar o meu solo ano que vem mesmo”, lista o músico, responsável também pelos projetos da banda mirim.

Se as datas ainda não estão certas para finalizar o CD, Elder sabe bem o que quer do novo trabalho. Diferente do primeiro disco solo, “As Crônicas do Bandido” (2012), ainda muito ligado à linha indie rock, Elder tem experimentado mais: “Quero dar um pouco mais de suingue, um pouco mais do country, algo que só agora acho que vou conseguir misturar melhor. Claro, sempre com algo das minhas referências indie, do violão, até porque toda vez que eu tento sair disso, eu acabo voltando. Acabei aceitando”, diz ele, em meio a uma risada.

Nessa fase, Elder Effe prefere trabalhar sozinho. Em seu home studio, ele vai experimentando o repertório. “Meu jeito de formatar é solitário, não é uma coisa egoísta, é uma maneira que eu encontrei de trabalhar mais tranquilo. É um processo mais funcional. E como também tenho noção de bateria, outros instrumentos, consigo fazer um esqueleto muito eficiente da música. E tem a mão do produtor depois, que pode ir mostrando o rumo que vai tomar até o final”, descreve.

O produtor do disco é o mesmo que vem trabalhando com o Espoleta Blues desde seu primeiro CD e ainda o DVD, Ivan Jangoux. “Ele me surpreendeu e agora, pela primeira vez, está comigo no meu trabalho solo. Eu estou bem esperançoso com o resultado”, comenta Elder.

Sem problemas para compor novas músicas, o desafio é a seleção do que entra. “Tenho que saber separar as pegadas do disco solo, para as músicas alternativas da banda Ataque Fantasma… E agora ainda tem as do Espoleta, que também teve uma evolução na letra”, comenta.

“Sei que parece complicado [cuidar de todos os projetos], mas até que não é, porque intercala muito. Uma coisa que fiz para facilitar foi parar de fazer show ao vivo. Venho tocando ao vivo desde meus 18 anos e às vezes nem é tão legal, tem 30, 40 pessoas. Então estou mais direcionado para compor, produzir. E ainda tenho meu tempo de Clark Kent (risos), de trabalho com horário padrão”, brinca o músico.

UM MANUAL PARA ROQUEIROS MIRINS

O CD e DVD do Espoleta Blues devem ser lançados em outubro, em datas diferenciadas, e marcam a comemoração pelos cinco anos da banda.

Intitulado “O Manual do Roqueiro-Mirim”, o álbum chega com sonoridade um pouco mais pesada que no primeiro disco e muito mais dinâmica, apresentando diversas vertentes do rock.

“Ele começa com um punk rock,depois tem um funk rock, vai para uma música meio Jovem Guarda, até um trash metal para encerrar o disco”, adianta Elder Effe.

Eis de onde surgiu o nome para o álbum. “Está subentendido que ele é uma mostra para as crianças conhecerem o rock em cada vertente importante”, diz Elder.

Dele, já foram lançados dois singles: “Mãe Coruja” e “A Hora do Robô”. O DVD, gravado em show de 2015 e produzido pela Muamba Estúdio, traz músicas dos dois discos da banda, incluindo estes singles, e retrata bem o que é o Espoleta ao vivo: “A gente não tem muita maquiagem. A gente quer mais é mostrar o ambiente e o que a música faz com o ambiente do que outra coisa. E acho que conseguimos”.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)