Grupos de carimbó fazem ato comemorativo

Antes do anúncio oficial do carimbó como patrimônio cultural imaterial do Brasil, o grupo Sancari já fazia festa no Ver-o-Peso nas primeiras horas da manhã do dia 11 de setembro de 2014. Agora, o grupo é mais um entre os cerca de 150 que participam da Campanha do Carimbó e convidam a todos para o evento “Carimbó do Meu Brasil”, ato comemorativo pelo 2º ano do registro, hoje, das 9h às 20h, na Praça do Artista da Fundação Cultural do Pará (Centur), em Belém.

“A gente respira carimbó. E o que a gente pode dizer é que estamos nessa luta hoje para deixar o melhor do carimbó para as nossas crianças. Tem projeto pau e corda direcionado para juntar a comunidade e ensinar as crianças a dançar, tocar, já vai passando nosso conhecimento. O que a gente mais quer é que esse conhecimento permaneça”, diz Lucas Bragança, 58, tocador e coordenador do grupo Sancari, do bairro da Pedreira, conhecido por ensinar e incentivar toda uma nova geração de músicos.

O ato torna-se, assim, uma forma de comemorar e dar visibilidade a essa importante vitória da cultura popular paraense, mas também de valorizar os grupos e mestres tradicionais de carimbó que foram os protagonistas dessa histórica conquista, bem como proporcionar o acesso da população a este patrimônio da cultura paraense que acabou por se tornar também de interesse nacional.

Palmas ao mestre

O evento é ainda uma homenagem ao centenário de nascimento do Mestre Verequete, tido como uma das referências fundamentais para o carimbó tradicional.“O Verequete foi um dos pioneiros do carimbó na capital. O que ele deixou para nós, ritmo, letras, tem que preservar, mostrar e repassar às novas gerações. Ele foi quem fez a história do carimbó em Belém”, destaca Lucas Bragança, do grupo Sancari. Mestres e mestras de carimbó de diversos municípios devem se apresentar para saudá-lo.

(Laís Azevedo/Diário do Pará)