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Walter Bandeira completaria 75 anos este mês

Ele nasceu no dia 31 de agosto de 1941 para ficar conhecido como a grande voz do Pará. Mas Walter Bandeira foi mais que cantor. Foi também locutor, pintor, ator, professor, bacharel em Filosofia e poliglota fluente em francês. Começou sua vida artística c

Ele nasceu no dia 31 de agosto de 1941 para ficar conhecido como a grande voz do Pará. Mas Walter Bandeira foi mais que cantor. Foi também locutor, pintor, ator, professor, bacharel em Filosofia e poliglota fluente em francês. Começou sua vida artística cantando em uma boate no fim da década de 1960 e acompanhou o início da carreira de cantoras como Jane Duboc e Leila Pinheiro. A saudade de sua exuberância sobre o palco, sua delicadeza na pintura e sua amizade incondicional fizeram com que familiares e amigos dessem vida ao projeto “Walter 75”, que, ao longo deste ano, realizará uma série de eventos em sua homenagem.

“A gente se conheceu para ficar amigo por volta de 2002. Posso dizer que nossa amizade não foi tão antiga, mas muito intensa”, declara a arqueóloga Edithe Pereira, responsável por filmar e fotografar várias apresentações do cantor. “Sinto falta das conversas. A gente varava a madrugada assim.”

PROJETO “WALTER 75”

Edithe acabou coordenando o projeto “Walter 75” junto com a arquivologista Nazaré Lima, que foi também figurinista durante muito tempo do grupo Cena Aberta e teve convivência de muitos anos com o lado ator de Walter. As duas estavam catalogando as suas pinturas em aquarela desde 2014 e, ao relembrarem que em breve ele completaria 75 anos, decidiram por em prática algumas ideias de homenageá-lo, iniciando por uma exposição dessas obras.

“As próprias aquarelas que ele pintava, às vezes ele jogava e dizia: ‘Ah, fica com essa porcaria, tá horrível!’, mas ele sabia que era multitalentoso”, recorda, Edithe, com saudade. “Agora veio a ideia de mostrar esse lado pouco conhecido dele”, comenta Edithe.

As pinturas foram enviadas pela filha do cantor, Simone Bandeira, ao apartamento de Nazaré. “O que ele deixou precisa ser visto e conhecido por essa nova geração que está chegando, que não o conheceu ou não conheceu o artista completo que ele era”, diz Simone.

PALCOS VAZIOS

Após a morte, em junho de 2009, aos 67 anos de idade, a voz e as performances de Walter Bandeira que sempre atraíam grande público também deixaram nos palcos um vazio nunca superado. Passou por eles com a banda musical Quinteto Sam & Walter Bandeira, que criou nos anos 1970 com o pianista Leslie “Sam”. Foi crooner dos pianistas Guilherme Coutinho e Álvaro Ribeiro. Fez sucesso na década de 1980 com o grupo Gema. Apresentou-se inúmeras vezes no Teatro Waldemar Henrique, onde fez “Assim”, um de seus shows mais memoráveis. Como ator, além dos palcos, passou pelo set de vários filmes, incluindo o longa “Lendas Amazônicas” (1998), ao lado de Cacá Carvalho e Dira Paes.

Aquarelista de mão cheia

Um artista de muitas facetas, a exposição “Walter Bandeira – O Canto das Aquarelas”, aberta até o dia 29 de setembro, no Museu da UFPA, vem mostrar o lado mais delicado do paraense que era uma verdadeira explosão sobre os palcos. A mostra conta com 60 aquarelas que apresentam temas variados e cuja visitação é acompanhada de uma trilha sonora do cantor.

Uma parte das obras expostas ficará sob a guarda do museu e outras poderão ser adquiridas pelos interessados em ter em casa o lado artista plástico de Walter Bandeira, que chegou a produzir cerca de 200 pinturas ao longo da vida. Generoso, o artista presenteava os amigos com suas obras, mas a maioria nunca saiu do seu espaço de criação.

“É uma produção interessante, porque difere muito do perfil que a gente conhece dele nos palcos, de pessoa exuberante, irreverente, uma maneira de se expor que não é como se mostra nas aquarelas: delicado, sutil, com cores discretas na maior parte delas e com grande domínio do desenho, embora a maior parte seja baseada em algo mais abstrato”, detalha Jussara Derenji, diretora do Museu da UFPA.

PARA RELEMBRAR
Show
Dia 31, às 20h, no Teatro Margarida Schivasappa, com direção musical do contrabaixista Adelbert Carneiro, o show vai contar com a participação de cantores e músicos que atuaram com Walter, como Andréa Pinheiro, Lucinnha Bastos, Mahrco Monteiro, Eloi Iglesias e Luiz Pardal.

Livro
O livro “Walter e Gema” está previsto para ser lançado em novembro deste ano. A obra, de autoria do professor Advaldo Castro Neto, conta a carreira do cantor no período de 1981 a 1992, com o Grupo Gema, formado por Nego Nelson, Bob Freitas, Dadadá, Kzan Gama e Sagica.

Discografia
Será feita a remasterização do LP “Walter Bandeira” e lançado em CD. Além deste, o CD “Guardados & Perdidos”, de Walter Bandeira e Paulo José Campos de Melo, será reeditado. O álbum traz composições de Chico Buarque, João Bosco, Jacques Brel e do próprio Walter.

Cartuns
Em setembro, a Casa das Artes, da Fundação Cultural do Pará, também deve receber uma mostra com diversos artistas homenageando o cantor com cartuns e caricaturas.

Doc
A TV Cultura está produzindo um documentário – que já tem um trecho sendo exibido na exposição no Museu da UFPA – no qual reúne entrevistas do cantor, entre outros registros de sua carreira como repórter.

PARA ENTENDER
Exposição “Walter Bandeira - O Canto das Aquarelas”

Quando: Até 29 de setembro, de segunda a sexta, das 8h às 18h. Onde: Museu da UFPA (Governador José Malcher, 1192, esquina da Generalíssimo Deodoro). Quanto: Entrada franca.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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