É difícil definir “Mamba” em uma única palavra. É forte, feminino, sedutor até, com sua marcação forte em todos os instrumentos e uma performance vocal conhecida, mas ainda assim renovada de Sammliz.
E o processo para chegar até ele, seu primeiro disco solo, foi longo. “Comecei a produzir quando ainda estava no Madame Saatan. Eu digo que foi uma gravidez de elefante”, afirma a cantora. O lançamento em streaming, que já apresenta junto videoclipe da faixa-título, ocorre hoje pela internet.
No álbum, stoner, pós-punk e eletrônica se misturam a doses precisas dos ritmos paraenses, com temas sobre o amor, o tempo, a morte no sentido de renascimento e a força feminina. “É um disco muito pessoal. É o primeiro disco que assino a produção. Eu sempre quis essa rédea das coisas, mas além disso, dividi a experiência com dois músicos maravilhosos e em quem confio, o Leo Chermont (Strobo) e João Lemos (Molho Negro)”.
O disco, que será disponibilizado no portal Natura Musical, conta ainda com a parceria de Carlos Eduardo Miranda. “Meu amigo de muito tempo, ele queria participar e fiquei muito grata de ter esses toques mágicos dele na direção artística”.
(Foto: Divulgação)
O processo de gravação foi como ela queria que fosse, do começo ao fim, uma “good vibe”, que só não se estende ao momento que o lado compositora precisa aflorar.
“A Natália Matos tem uma música que diz algo como ‘eu preciso sofrer pra compor’. E é por aí mesmo, tem que ter certa dorzinha pra mim”. O disco foi mixado por Rodrigo Sanches, que trabalhou em grandes álbuns brasileiros, e masterizado por Randy Merrill.
O repertório conta com 10 músicas, nove assinadas por Sammliz, entre elas a faixa-título “Mamba”, inspirada em um poema escrito pela própria cantora; “Oyá”, que crava o rock n’ roll de maneira carregada e bateria forte; “Fucking Lovers”, entendimento entre o rock e a canção de amor; e “Quando o Amanhã Chegar”, que mostra a versatilidade da voz de Sammliz em um brega dos anos 1980 cheio de sensualidade.
A escolha do brega, ela explica: “Eu gosto desse brega desde criança e sempre quis regravar. Em Belém, a gente cresce ouvindo essas músicas. Óbvio, tenho minhas influências que são claras. Mas eu gosto e sempre gostei dessa música, ela tem uma melodia tão bonita. Falei: ‘Vamos fazer uma versão’, e a gente começou a experimentar. Ela tem um baixo na levada do lundu, continuou tendo uma coisa nossa, mas de forma muito sutil. Já tinha feito experiências em casa na pré-produção e decidi assumi-la na moral”.
(Lais Azevedo / Diário do Pará)
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