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Atala apoia artistas contra fim de museu

O fotógrafo e crítico de arte Eder Chiodetto, de São Paulo, é enfático: acabar com um museu ativo e reconhecido é uma atrocidade. Ele é uma das pessoas que se sensibilizaram com a extinção do Museu Casa das Onze Janelas para a instalação futura do Polo de

O fotógrafo e crítico de arte Eder Chiodetto, de São Paulo, é enfático: acabar com um museu ativo e reconhecido é uma atrocidade. Ele é uma das pessoas que se sensibilizaram com a extinção do Museu Casa das Onze Janelas para a instalação futura do Polo de Gastronomia na Amazônia, um projeto do Governo do Estado, que será gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Mineração e Energia (Sedeme), de acordo com decreto publicado no último dia 20. Chiodetto buscou intervir e falou por telefone com o chef paulistano Alex Atala – que comanda o Instituto Atá, uma das entidades que elaboraram o projeto do polo e que agora vem sendo atacado com duras críticas pela classe artística.

Seria ele uma figura importante para abrir o diálogo e fazer com que o governo possa conduzir o projeto com mais transparência ou mesmo fazer retroceder a ideia de desalojar e extinguir o museu? É o que se espera. Na análise de Chiodetto, Atala, apesar de ter se prontificado para este diálogo, não teria se mostrado muito disposto. “Coloquei ele na parede, perguntei claramente qual era o posicionamento dele, se ele falaria com o governador. Ele respondeu que se precisar, fala. Mas não senti firmeza”, contou o crítico de arte, em entrevista por telefone ao VOCÊ.

Eder Chiodetto conta ainda que, durante a conversa, Atala justificou-se dizendo que não coube aos institutos a escolha do local onde o polo será instalado. Os artistas perguntam-se: qual o motivo de tal decisão? Com base em quais critérios? Por que não houve uma consulta pública, um diálogo com a sociedade civil? Não se sabem as respostas.

O governo informou apenas que o museu será realojado em outro espaço, com a manutenção das atividades já realizadas. Diante da situação, Chiodetto lamenta: “É de uma violência terrível. O polo gastronômico é uma excelente ideia, mas o problema é não se ter discutido como deve ser implantando. O museu se tornou referência no Brasil como espaço de arte contemporânea e não pode deixar de existir da noite para o dia por interesses alheios”.

O Polo de Gastronomia da Amazônia foi criado pelo decreto 1.568, de 17 de junho de 2016, publicado no Diário Oficial do Estado do dia 20 de junho, e prevê a instalação na Casa das Onze Janelas e em imóvel na rua Padre Champagnat.

ARTISTAS AINDA NÃO FORAM PROCURADOS

A reportagem tentou contato telefônico com Alex Atala, sem sucesso. Por meio de sua assessoria, o chef respondeu as perguntas enviadas por e-mail, dizendo que não existe vínculo formal contratual entre o seu instituto e o Polo de Gastronomia. “Só poderemos apresentar nossa proposta quando o Governo nos qualificar e abrir uma convocação. Por isso afirmo que não temos relação alguma com a escolha do Governo em alocá-lo no Museu Casa das Onze Janelas”, explica-se.

Após o contato com Chiodetto, ele também disse à reportagem que se prontifica em ser um mediador deste imbróglio. “Acredito que posso ser um interlocutor entre a classe artística e o governo. Não é de meu interesse e desaprovo completamente a iniciativa de desalojar qualquer museu ou mesmo extingui-lo. Além de apreciar, sei que a arte é fundamental e que devemos valorizá-la e respeitá-la. Não se constrói um projeto enriquecedor sem a participação, colaboração e aprovação de todos. Não quero deixar nada de lado, não estou disposto a isso”, comprometeu-se.

A Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) já foi contatada diversas vezes para um posicionamento sobre o assunto, sem retorno. Esta semana, a revista “Veja” publicou uma explicação atribuída ao titular da pasta, Daniel Nardin, em que ele afirma que o novo espaço que abrigará o Museu Casa das Onze Janelas está sendo decidido junto à classe artística. Mas o Você ouviu a professora e artista visual Val Sampaio, que integra o movimento Casa das Onze Janelas, que informou que os artistas não foram contatados nem receberam nenhum tipo de comunicado do governo. “Não houve a procura. Ele citou isso, mas não houve nenhuma aproximação. Até o momento não houve nada. Tomamos conhecimento disso pelo Facebook e pela imprensa”, disse Val.

Alex Atala disse defender o movimento. “Acho que o movimento é legítimo. A defesa de espaços para todos os tipos de expressões artísticas é fundamental. A cidade de Belém e seus moradores sabem da importância do Museu e estão lutando pela permanência dele. Não há nada mais legítimo”.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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