Moradores assistem arrastão de “camarote”

Os olhares atentos na janela do apartamento não negam: a sensação é de encantamento. No sexto andar do edifício Palácio do Rádio, Fátima Gomes, 62 anos, aguarda toda enfeitada o cortejo do Boi Pavulagem subir a avenida Presidente Vargas. “É bonito de ver, é uma emoção grande, é nossa cultura”, diz. São 12 anos morando ali e acompanhando do alto a passagem de um dos mais tradicionais movimentos do Pará que completa três décadas de história em 2016.

Assim como Fátima, várias famílias já esperam ansiosas para terem uma visão especial de todos os momentos do Arrastão do Pavulagem. Algumas entram no ritmo e seguem o cortejo, outras enfeitam suas janelas e ali esperam pela passagem do boi azulado. Com destino à Praça da República, o Arrastão sai da escadinha da Estação das Docas colorindo a avenida e enchendo de alegria com as músicas e as danças que celebram o folguedo do boi-bumbá. Xotes, quadrilhas, carimbós e toadas de boi que a comitiva de brincantes do Batalhão da Estrela leva para as ruas da cidade.

O Arrastão do Pavulagem também promove grandes encontros e comemorações na sacada do apartamento de Ivan Pinto, 59 anos, morador do edifício Oscar Barra. “Às vezes alguns amigos se reúnem aqui para ver o cortejo, ou quando passam, sempre acabam subindo, ou seja, sempre é motivo para alegria”, conta ele, que mora há sete anos no local. “O Arrastão do Pavulagem é sinônimo de alegria e satisfação. Acho bonito ver crianças acompanhando o cortejo na rua, porque são elas que, no futuro, virão com seus filhos participar dessa manifestação popular”, completa.

HOMENAGEM

O arrastão deste domingo vai homenagear Sérgio Oliveira da Silva Junior, integrante do Boi Pavulagem, que assassinado na última quinta. Ele foi sepultado neste sábado.

(Diário do Pará)