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Cantora Mônica Salmaso apresenta turnê em Belém

A cantora Mônica Salmaso comemora 20 anos de carreira e sente-se feliz ao recordar ter sido um percurso construído “tijolo a tijolo” – lembrando que nem sempre é fácil manter-se atuante na vida artística. Para comemorar as duas décadas, ela percorre o paí

A cantora Mônica Salmaso comemora 20 anos de carreira e sente-se feliz ao recordar ter sido um percurso construído “tijolo a tijolo” – lembrando que nem sempre é fácil manter-se atuante na vida artística. Para comemorar as duas décadas, ela percorre o país com a turnê do elogiado CD “Corpo de Baile”, gravado com canções de Guinga e Paulo César Pinheiro, e lançado em 2014, pela Biscoito Fino. Em Belém, Mônica canta hoje e amanhã, no Theatro da Paz.O trabalho reúne sonoridades distintas, de valsas, fado, até sons indígenas. Confira a entrevista exclusiva de Mônica ao Você em que ela fala sobre o processo de criação do disco e do show decorrente dele.

“Corpo de Baile” é uma valsa vienense. Por que essa música foi escolhida para ser o título do disco? O que ela representa para você?“Corpo de Baile” é o nome desta valsa e é também o nome de um livro maravilhoso do Guimarães Rosa. A música do Guinga e do Paulo César Pinheiro tem tanto amor pelo Brasil quanto a obra do Guimarães. Além disso, (e da beleza deste nome), existe nele o sentido de grupo; de coletivo, e isso é para mim a tradução deste trabalho, desde o encontro destes dois parceiros, até a chegada deste material a mim, o convite aceito pelos arranjadores e todos os músicos que participaram. Este CD é realmente o encontro deste “corpo de baile” todo. Essa valsa é uma das músicas inéditas deste projeto, uma das muitas que ficaram no baú por 40 anos.

Você regravou “Bolero de Satã”, conhecida na voz de Elis Regina. O que ela traz ao disco?Eu já tinha vivido uma situação como esta quando gravei “Beatriz”, do Edu Lobo e do Chico. Teoricamente, depois do Milton [Nascimento], ninguém mais poderia cantá-la. (risos). Com “Bolero de Satã” é a mesma coisa. Aquela gravação da Elis com o Cauby é muito sensacional. Mas esta foi talvez a maior exposição desta parceria [de Guinga e Paulo César] e achei importante gravar para poder localizá-la para o público.

A cenografia do show é assinada por Walter Carvalho. Como vocês trabalharam este aspecto?Em 2014, assisti a um programa da Orquestra Municipal de SP em parceria com o grupo La Fura dels Baus onde a orquestra tocou no palco e havia duas telas de tule, uma delas entre a orquestra e o público. Havia sobre as telas imagens projetadas. Achei aquilo incrível porque as imagens se fundiam com a orquestra. Lindo! No “Corpo de Baile”, é isso que acontece. As imagens são projetadas sobre nós (no palco), fundindo as projeções com a nossa iluminação. O lindo é que essas imagens foram criadas, música a música, pelo Walter Carvalho.

Como vê a parceria com Guinga e Paulo César Pinheiro?Existem parcerias que são tão simbióticas que você não consegue separar um autor do outro na composição. É assim com Edu Lobo e o Chico Buarque, Tom e Vinicius, Aldir Blanc e João Bosco... Você tem a sensação que, além do encontro de dois grandes talentos, acontece esse “casamento” e a parceria se transforma em uma “terceira pessoa”. Considero a parceria do Guinga com o Paulo César Pinheiro assim. Ambos têm grande conhecimento do Brasil, da música e da cultura. E têm este amor por falar do Brasil. Eles fazem fortes referências do passado convivendo com a crônica do presente e o estranhamento novo do futuro. Então, para mim, essa é uma das grandes parcerias da história da música brasileira. Sem exagero.

Fale sobre o quinteto de cordas que a acompanha no disco e no show.Desde o material bruto, a gente pensou que seria bom que o CD tivesse um quinteto de cordas. Como trabalhamos algumas vezes juntos e ele é referência em qualidade na música erudita, ligamos para o Cláudio Cruz e ele nos disse sobre o quarteto Carlos Gomes, que desenvolve jcom outros três grandes instrumentistas - Adonhiran Reis, 2º violino, Gabriel Marin, viola, e Alceu Reis, cello. É um trabalho incrível! Somamos a eles um contrabaixo. No CD, foram três maravilhosos contrabaixistas que gravaram e no show vem um deles, também maravilhoso violeiro (viola caipira), o Neymar Dias. Nos meus trabalhos, cada personalidade dos músicos participantes compõe o resultado final. Neste caso, a diferença foi o número grande de participantes na gravação e esta composição de time dos sonhos que faz a turnê comigo. Tivemos muita sorte de conseguir juntar estas 10 agendas e fazer toda a turnê nesta mesma formação.

São 20 anos de carreira. O que destaca nesse percurso?Eu tenho muito orgulho dessa minha “jornada” até aqui. Sinto que construi uma estrada minha, tijolo por tijolo, sem “anabolizantes”. Isso é bonito. Estamos vivendo um momento difícil no Brasil em todos os sentidos; na arte isso também acontece. Poder fazer essa turnê, chegar às regiões Norte e Nordeste com valores de ingressos acessíveis, através desta parceria com o Bradesco e a Lei Rouanet, me deixa especialmente feliz. A arte é nossa identidade cultural. A noção de identidade é uma prioridade. Sempre acreditei nisso. Minha maior ambição é seguir com meu trabalho e produzir belezas, emocionar as pessoas e devolver a elas parte de sua identidade.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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