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Artistas paraenses firmam cena local de quadrinhos

Ontem foi o Dia do Quadrinho Nacional. A data encerrou a segunda edição da “Semana do Quadrinho Nacional”, uma iniciativa de vários quadrinhistas paraenses, que mostrou ao longo dos últimos dias que existe toda uma cena em torno deste gênero em Belém. São

Ontem foi o Dia do Quadrinho Nacional. A data encerrou a segunda edição da “Semana do Quadrinho Nacional”, uma iniciativa de vários quadrinhistas paraenses, que mostrou ao longo dos últimos dias que existe toda uma cena em torno deste gênero em Belém. São profissionais com carreira internacional, como Joe Bennett, alguns bem conhecidos do público infantil, como Rosinaldo Pinheiro, criador da “Turma do Açaí”, assim como jovens que desenham, criam histórias, e sonham fazer disso uma carreira.

“A verdade é que o Bené (Joe Bennett) foi um desbravador da Transamazônica”, afirma o quadrinista Volney Nazareno, um dos envolvidos no projeto das HQs “Pretérito Mais Que Perfeito” e “Belém Imaginária”. E sua afirmação é confirmada por Bennett: “Quando eu comecei, só tinha onça e carapanã. Hoje você pode falar diretamente com um editor em outro país pela internet, encontrar o Facebook dele, existe o agenciamento para você vender seu trabalho”, afirma.

Além disso, só a possibilidade de ter locais para encontrar com outras pessoas que têm o mesmo interesse, e oficinas de quadrinhos, ilustração, animação e outras vertentes, o que é uma grande vantagem, segundo os profissionais de hoje. “A gente começou há cerca de 20 anos, com uma oficina do Bené. Por ali eu conheci o Andrei (Miralha) e outros. Juntos, nós fizemos a primeira exposição de HQ da cidade, no Centur, e formamos o grupo ‘Ponto de Fuga’, o primeiro que deu incentivo de reunir, desenhar, trocar ideias”, conta Alan Yango, criador da HQ “Maximus”.

Todos relatam ainda que mesmo com a perda de alguns espaços, ainda há muitos pela cidade para os entusiastas das histórias em quadrinhos – alguns foram o pontapé inicial para suas próprias carreiras. “O Joe (Bennet) me ensinou a técnica do quadrinho aqui mesmo, na Gibiteca do Centur, um espaço que está sempre aberto e com um acervo que tem tanto a produção nossa, paraense, quanto estrangeira. Muito legal chegar na Semana do Quadrinho e encontrar tanta gente interessada em conhecer a gente e aprender”, afirma o criador da Turma do Açaí.

Otoniel Oliveira, um dos responsáveis pela criação da HQ “Pretérito Mais Que Perfeito”, comenta que não é porque hoje é mais fácil ter acesso a outras pessoas e caminhos que não demande atenção tentar uma carreira no segmento. “Hoje, como você, tem um milhão de pessoas que conseguem chegar até aquele editor. Além disso, produzir uma HQ sempre passa pelo desafio de viabilizar condições financeiras. Por isso também você não pode desenhar de graça. As pessoas dizem: ‘desenha aí, rapidinho’. Não é rapidinho, demanda estudo, tempo, material”, diz ele.

O projeto da HQ “Pretérito Mais Que Perfeito”, ele cita, foi fruto de financiamento coletivo, com apoio na campanha por parte de outros quadrinhistas – muitos deles, presentes na Semana do Quadrinho. “O que é preciso é estudar e chegar a uma qualidade do teu material. Como caminhos, hoje tem a venda direta à colecionadores, agenciamento e, claro, o trabalho autoral, que é o mais desafiador, mas também o que todos sonham. Acho que Belém está numa fase bonita, com muita gente nova com vontade de fazer quadrinho”, afirma Otoniel.

A crescente presença feminina também é notada por quadrinhistas com bons olhos. “Este ano temos várias quadrinhistas - Adriana Abreu (Pretérito Mais Que Perfeito), Brisa Nunes, Samantha Rany (Erva de Gata), Yone Barbosa - e meninas participando, querendo aprender. O que também é um reflexo da cena que está se ampliando”, diz Andrei Miralha, um dos organizadores da Semana do Quadrinho.

ARTE DIGITAL

Brisa Nunes, é uma das representantes femininas dos quadrinhos no Pará. Ela se identifica principalmente com a ilustração para projetos de HQs, com preferência pelas técnicas tradicionais, como o desenho à mão livre, lápis de cor e aquarela. “A ilustração vem crescendo muito na cidade, vejo obras de amigos sendo publicadas, de desenhistas de quadrinhos, e a "Semana de Quadrinho" sempre é uma grande oportunidade para quem busca conhecer a área e receber novas ideias”.

Também é Brisa quem aponta uma tendência. “Uma das técnicas de ilustrar que mais cresce atualmente é a ilustração digital, que chega ao mercado trazendo vários benefícios, com a reprodução de imagens mais econômicas e rápidas na impressão, pois dispõe de softwares que propiciam a criação de vários efeitos. Caso fossem feitos no modo tradicional, gastariam mais materiais. A ilustração digital está muito presente no quadrinho de hoje”, reforça.

Mesmo com o fim da programação da Semana, Andrei Miralha deixou boas dicas de onde o quadrinho é para ser apreciado o ano todo. “Um dos espaços que sempre reuniu gente apaixonada por quadrinho é a Gibiteca do Centur, mas também o Curro Velho, que possui um laboratório de animação, ilustração e quadrinho. Todo mundo é bem-vindo. As pessoas me perguntam onde podem aprender, e lá é um bom lugar para começar, trocar uma ideia”. Toda a galera que faz a cena atual do quadrinho , diz Alan Yango, frequenta o espaço.

Concurso

Para quem gostou do que viu durante a "Semana do Quadrinho", a Fundação Cultural do Pará lançou o “Concurso de HQ - Belém 400 Anos” em que serão selecionadas cinco histórias em quadrinhos que contemplem o tema de aniversário da capital paraense. As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas até o dia 25 de fevereiro, de segunda a sexta (exceto feriados), das 10h às 18h, no 2º andar da FCP (Centur). O regulamento completo e ficha de inscrição estão no site da Instituição.

“Queremos fazer o público voltar a ter o interesse pela arte do quadrinho, diz o ilustrador Andrei Miralha .

(Lais Azevedo/Diário do Pará)

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