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Albery Albuquerque e o “Som da Mata”

Pense numa nova linguagem musical, criada a partir dos sons emitidos por animais da Amazônia e de outros lugares. Agora imagine que, de cada canto dos animais, como o do uirapuru, o do tucano ou do rugido da onça, se extraem novas escalas musicais, com ti

Pense numa nova linguagem musical, criada a partir dos sons emitidos por animais da Amazônia e de outros lugares. Agora imagine que, de cada canto dos animais, como o do uirapuru, o do tucano ou do rugido da onça, se extraem novas escalas musicais, com timbres, cores e ritmos variados, gerando uma infinidade de escolas musicais. Agora componha. O resultado é o que o professor, pesquisador e violonista Albery Albuquerque chama de “Música Transmórfica da Floresta”, pesquisa desenvolvida por ele há mais de trinta anos.

Essa linguagem, que adapta a estrutura musical às manifestações sonoras dos animais, poderá ser conferida no show “Som da Mata”, que o músico apresenta neste sábado, no Sesc Boulevard, a partir das 19h, com entrada franca. A apresentação será também um tipo de aula, já que entre uma música e outra o pesquisador entrará em cena para falar um pouco dessa pesquisa.

“Teremos uma pequena parte didática neste show. Explanarei sobre o transmorfismo geral, destacarei a pesquisa, e falarei em particular sobre cada música”, promete o músico. “Minhas músicas são um pouco complicadas”, complementa Albery.

Não é fácil executar “Albery”. Tanto que, para realizar este show, ele precisou buscar músicos que tivessem afinidades com seu trabalho. Assim, o violonista recrutou seu próprio filho, o músico e produtor musical Thiago Albuquerque, coautor da pesquisa do pai, que assume os teclados e samplers, Tom Salazar Cano, violonista e mestre em artes pela Uefa, atuando na área musical desde 1997 (A Euterpia), que assume nas guitarras. Príamo Brandão, um dos contrabaixistas mais requisitados na cena atual da música paraense, e Carlos “Canhão” Brito Jr (A Euterpia), na bateria, assumindo ainda a produção artística do show, também entram no time. São todos músicos que já vêm acompanhando a pesquisa e Albery Albuquerque no projeto
“Som da Mata”.

O repertório completo traz as composições “Uirapuruina”, “Canto da Semente” e “Uirapuruzinho”, além de “Tucano” e “Tucaninho de Peito Amarelo”, e ainda “Ritmo de Floresta” e “Trancelim de Tucanos”, criadas a partir do contraponto dos ritmos inerentes às vocalizações dos tucanos.

Outra música que faz parte do repertório é “Encandeado”, vencedora da Feira Pixinguinha, em 1980, realizada em Belém pela Fundação Nacional da Arte (Funarte).

O aspecto mais importante deste repertório é que muitas das músicas (com exceção da música “Encandeado”) são transmórficas, baseadas nos estudos das vocalizações emitidas pelos animais de
nossa fauna.

O músico não se apresenta com banda desde 2007, mas em 2005 fez uma apresentação solo na Casa Rosada, um espaço artístico situado no Centro Histórico de Belém. “Eu e o computador fizemos este show! Fomos convidados pelos dirigentes deste referido espaço porque eles, na época, estavam inaugurando a “Antônio Landi”, sala que foi projetada pelo citado arquiteto e integra o corpo deste espaço cultural”, lembra Albery.

Ele explica que tem tido problemas nas articulações da mão direita, o que o atrapalha na execução de algumas músicas.

“Tenho feito mais conferências do que shows. Acredito que isto também se deva ao fato de eu estar com problemas na minha mão direita, que prejudicam a execução do meu violão”, diz modestamente, já que na verdade ele está tocando muito bem e tem ensaiado bastante para o show de hoje.

“Mesmo com o problema de articulação, se aparecerem reais possibilidades de realizar outros shows, é claro que os farei, pois a minha missão principal neste mundo é a de lutar pelo desenvolvimento dos saberes humanos, seja de que maneira for. A arte é um destes saberes. Então, mesmo com esse problema, eu vou à luta, nasci para isso”, declara
Albery Albuquerque.

TRANSMÓRFICA

Intitulada Ciência Musical Transmórfica, a pesquisa de Albery Albuquerque reúne um conjunto de novas maneiras de pensar e fazer música que transforma tudo o que existe no universo em sons, ritmos e cultura musical, assim como transforma sons e ritmos em objetos e eventos. A ideia dele é provar que a música está em todas as coisas da natureza humana e universal, originando novas linguagens, escolas, gêneros e métodos musicais.

É possível saber mais sobre a pesquisa de Albery. Em 2000, por meio do incentivo da bolsa do Instituto de Artes do Pará (atual Fundação Cultural do Pará), foi lançado o kit “Música Universal das Linguagens”, reunindo 5 livros e um CD duplo, trazendo métodos e partituras (http://musicatransmorfica.jimdo.com). Em 2003, o músico lançou também o CD “Timbres da Natureza II”.

A linguagem musical da pesquisa de também já rompeu fronteiras, sendo levada a outros países e referenciada em diversas publicações, inclusive em veículos do exterior (rádio BBC de Londres), British Council (organização internacional do Reino Unido para relações culturais e oportunidades educacionais), e numa importante edição norte-americana sobre os cantos dos pássaros (“Nature’s Music – The Science of Birdsong”, de Peter Marler e Hans Slabbekoorn).

(Diário do Pará)

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