"Massemba Semba e Samba" é a vencedora do festival

O samba "Massemba, Semba e Samba" foi a grande vencedora do VII Festival de Música Popular Paraense.

Além de conquistar o primeiro lugar, a canção de Ziza Padilha e Dudu Neves também ganhou o prêmio de Melhor Arranjo, na noite desta quinta-feira (26), na Assembleia Paraense, em Belém.

"Interpretar uma música do Ziza e do Dudu é sempre uma responsabilidade. Ela possui sempre uma melodia bem trabalhada, um jogo de palavras. Estou muito feliz com o resultado", disse Joba Barreto, que defendeu a canção considerada por ele uma grande homenagem ao negro.

Os outros vencedores da noite foram "A Ordem do Inverso", de Youssef Leitão e interpretada por Juliana Franco, que ficou com o segundo lugar, e "Sem direção", de Renata del Pinho, que conquistou o terceiro lugar.

Rogério Brito, com a canção "De Volta Aos Anjais" levou o prêmio de "Melhor Intérprete".

Além dos artistas no palco, a plateia de um show a parte: cerca de duas mil pessoas estiveram presentes, segundo a coordenação.

NO PALCO

A primeira canção apresentada foi o bolero "Sem Direção", de Renata del Pinho, que também defendeu a música.

Na quarta participação no Festival de Música, a cantora disse que sempre dá um frio na barriga antes de se apresnetar.

"As canções que escrevo tem sempre um pouco de mim. Coisas que fiz ou coisas que já pensei em fazer. Essa é a história de um amor conturbado, que termina e volta, bem passional como os boleros devem ser", disse a cantora.

Na plateia, amigos, familiares, o namorado e moradores da Cidade Nova, onde ela já morou e fez questão de saudar ao sair do palco.

"O Poema e o Poeta", de Clauber Santos Martins, foi a segunda música.

A canção foi defendida pelo autor e por Lena Garcia.

O fado "De Belém para Cabral" foi a terceira música apresentada no palco da Assembleia Paraense.

"Não se vê fado em festivais e é uma justa homenagem aos 400 anos de Belém", disse um fã na torcida.

Para a intérprete Patrícia Rabelo ter somente mulheres no palco representa bem Belém, a cidade morena.

"Perto dos 400 anos, foi bem representativa. Falar das belezas da cidade e as influências lusitanas em Belém".

De Marabá veio a quarta música da noite: "Iorubá", de Nágila de Melo Marina, foi bastante apaludida pelo público.

A canção afro foi defendida por Vania Alves de Oliveira, que subiu ao palco acompanhada de dois dançarinos. A cantora, inclusive, é uma estreante em festivais e não fez feio.

O samba "O Amor", de Tynnoco Costa e Eriko Nery, ganhou interpretação de Gigi Furtado, uma veterana do festival.

"Fiquei feliz com o convite para defender o amor. A história é sobre dois jovens que namoravam na Praça do Carmo e para não serem visto pelas famílias se esconderam atrás de uma árvore. Se abraçaram tanto que se tornaram um só", contou. "Me senti honrada com a escolha dos compositores. É uma sempre nova emoção participar do Festival".

A música-protesto "A Ordem do Inverso", de Yuseff Leitão, conseguiu levantar o público com uma interpretação forte de Juliana Franco.

"A música é um grande desabafo. Fala muito sobre o que o povo brasileiro quer ouvir e expressar", disse ela.

"A canção é de cada brasileiro. Traduz um sentimento, um desabafo que cada cidadão quer fazer. Juliana cantou perfeitamente", elogiou o autor.

Ao final da apresentação, Juliana levantou uma bandeira do Brasil e foi aplaudidíssima pelo público.

O zouk "Um Olhar", de Jorginho Gomez, foi defendida por ele, em seguida.

"Vem dizer que você já não assimilou, que um olhar vem mostrar o que ninguém falou", diz o começo da canção, ponto de partida para a música.

Na plateia, a mão do músico estava na maior torcida.

"Ele é um guerreiro que corre atrás dos seus sonhos. Eu estou lutando com ele para conquistar esse espaço".

O bolero "Ofegante", de Márcio Farias e Leandro Dias, teve como intérprete a cantora Andrea Pinheiro.

"A letra foi feita de uma única vez, como um relato meu após o fim de um relacionamento e o medo de voltar a se entregar, voltar amar", disse.

A nona canção da noite foi "Nave Mar", de Alfredo Reis e Ana Maria Barbosa.

O próprio compositor subiu ao palco para defendê-la, vestido de marinheiro. A filha dele, a cantora Nanna Reis, estava na torcida.

"É sempre emocionante ver meu pai no palco, ele que sempre me incentivou", contou ela, que foi a vencedora em 2010.

Joba Barreto entrou no palco logo depois para apresentar o samba "Massemba Semba e Samba", de Ziza Padilha e Dudu Neves.

A canção conquistou o júri e levou o grande prêmio da noite.

"Paladino", de Alfredo Moraes e Ivan Cardoso, defendida por Tommiu Paixão, foi a 11ª música apresentada.

"É uma satisafação estar nesse Festival. Uma grande celebração e confraternização", falou Moraes.

"De Volta Aos Anjais", de Ziza Padilha e Pedrinho Calado, foi defendida por Rogério Brito.

"Um prazer fechar o Festival. Estamos comemorando 25 anos de amizade e tenho uma paixão incrivel por essa música", disse Calado.

QUALIDADE

Veloso Dias, autor de sucessos como "Ex-My Love", gravado por Gaby Amarantos, esteve presente e elogiu o evento.

"A Música Popular Brasileira sempre se baseou em festivais. O festival não pode morrer. Ele é a porta para revelar grandes talentos", defendeu.

Para o jornalista Egar Augusto foi um dos melhores anos. "Tivemos muita qualidade nas músicas, nas composições, letras e melodias. Foram grandes trabalhos".

O 7º Festival de Música Popular Paraense é uma realização da RBA, com patrocínio da Vale e coordenação da Marco Eventos e Edgar Augusto.

(Antônio Santos/DOL)